São Paulo, terça-feira, 05 de abril de 2011

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Interlagos escapa de interdição

AUTOMOBILISMO
Só a FIA pode modificar traçado, afirma dirigente

DANIEL BRITO
FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

O Autódromo Internacional José Carlos Pace, em Interlagos, não será interditado nem terá seu traçado modificado depois do acidente que matou o piloto Gustavo Sondermann, anteontem.
No domingo, o local receberá normalmente outra prova de automobilismo.
Sondermann, 29, rodou na Curva do Café, uma das mais velozes de Interlagos, em prova da Copa Montana, categoria de acesso à Stock Car.
Ontem, a morte encefálica do piloto foi confirmada pelo hospital São Luiz. Pedro Boesel, outro envolvido no acidente, sofreu fratura no ombro direito e corte na perna.
As causas que levaram à tragédia têm sido debatidas. Por ter ocorrido no mesmo ponto do acidente que vitimou Rafael Sperafico, em dezembro de 2007, o traçado do circuito de Interlagos é apontado como o maior culpado.
Em 24 de fevereiro deste ano, o fotógrafo João Lisboa morreu em um acidente de moto no mesmo local.
"Se o Brasil interditar todos os lugares em que morreu alguém, o país todo estaria fechado agora", declara Cleyton Pinteiro, presidente da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo).
"Não posso mexer no autódromo. Caso contrário, perco a homologação da FIA para a Fórmula 1", diz Pinteiro, citando a Federação Internacional de Automobilismo.
"Se a FIA autorizou, como é que vamos impedir a realização de uma prova?", questiona Nestor Valduga, diretor de competição da CBA.
Por meio de nota, Octavio Guazzelli, gerente-gestor do autódromo de Interlagos, afirmou que desde 2006 a pista tem recebido melhorias. "A Curva do Café recebeu uma defensa, também conhecida como soft wall, para amortecer impactos, amplamente elogiada por Charlie Whiting", disse, referindo-se ao inspetor da FIA.
Na temporada seguinte à morte de Sperafico, tentou-se criar uma chicane na Curva do Café somente em competições nacionais, segundo Valduga, a pedido da CBA.
Mas, no mesmo ano, a medida foi abortada. Pinteiro defende, agora, que se retire a arquibancada do local e se aumente a área de escape.
Para tanto, é preciso autorização da FIA. "Já mandei um e-mail [à FIA] pedindo a visita de um inspetor aqui", afirma o dirigente, que assumiu o cargo dois anos atrás.
Enquanto a vistoria da federação internacional não é realizada, Pinteiro determinou que nas primeiras voltas e nas provas sob chuva a Curva do Café estará sinalizada com bandeira amarela, proibindo as ultrapassagens.
"A bandeira amarela resolve o problema", declara ele, que planeja visitar o local do acidente de Sondermann na sexta-feira. "Não é a melhor maneira, porque diminui o espetáculo, mas resolve por enquanto", conclui Pinteiro.


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