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FUTEBOL
O time ideal
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
Para não ser acusado de bairrista, deixei em segundo plano os paulistas nesta rodada do
Campeonato Brasileiro para me
concentrar nos líderes Internacional e Cruzeiro.
Não poderia haver dois times
mais contrastantes. O Internacional é força, rapidez e vontade.
Falta-lhe o que sobra ao Cruzeiro:
qualidade técnica, tranquilidade,
valorização da posse de bola.
Quando escrevi aqui, há algumas semanas, que estava à procura de um esquadrão imbatível, tinha em mente algo como uma
mistura entre os dois. A categoria
do Cruzeiro com a força do Internacional. Só que esse time ideal
não existe, pelo menos por enquanto. E entre os dois que estão
aí, o que mais satisfaz ao meu
gosto é o Cruzeiro, uma equipe
em que até os zagueiros saem jogando com categoria.
O único defeito do time mineiro, a meu ver, é ocasionalmente
pisar no freio e passar a jogar em
marcha lenta, como se tivesse
uma excessiva autoconfiança,
acreditando poder vencer a qualquer momento.
Os jogos dos dois times na rodada foram ilustrativos. No sábado,
o Cruzeiro foi soberano em campo durante todo o tempo, tocando
a bola com consciência e atacando com velocidade quando possível. Na primeira etapa, o Atlético-PR chegou a equilibrar o jogo, fazendo lembrar em alguns momentos o campeão brasileiro de
dois anos atrás. Mas, no segundo
tempo, a esquadra de Luxemburgo lançou mão de todas as suas
armas e se mostrou irresistível.
Quais são essas armas? Uma defesa bem postada, um meio-de-campo versátil, dois laterais
(Maurinho e Leandro) que
apóiam muito bem e um trio infernal na frente: Alex, Deivid e
Aristizábal, autores de todos os
gols cruzeirenses até agora.
Já Internacional 2 x 1 Goiás foi
um eletrizante festival de erros.
Uma partida em rotação acelerada, sobretudo no segundo tempo,
mas com repetidos erros de passes
de parte a parte e falta de tranquilidade nas finalizações. Se não
fosse por isso, o placar teria sido
um dos mais altos do torneio.
A bem da justiça, ressalvo que
entre os erros a que me referi não
incluo a validação do gol do
Goiás, pois este foi absolutamente
legal. A bola aproveitada por
Dimba foi chutada pelo goleiro
colorado, Clêmer, e rebatida num
zagueiro do Inter. Portanto, foi
como se um adversário passasse a
bola para o atacante goiano, eliminando seu impedimento.
O Corinthians e o São Paulo
conseguiram expressivas vitórias
depois de estar com o placar adverso. No caso alvinegro, nada
melhor que uma virada em seu
velho estilo para apagar a derrota
para o River e também para somar pontos preciosos no Brasileirão. Já o tricolor, ao buscar o resultado duas vezes, mostrou um
espírito de superação que há muito não se via, o que pode levar a
suspeitas de que Oswaldo Oliveira já não estava conseguindo motivar seus jogadores nos últimos
tempos. Mas é cedo para avaliar
os efeitos da saída do treinador.
Arrancada santista
Mesmo sem Diego (mas com
Renato jogando por dois), o
Santos conseguiu uma bela vitória sobre o perigoso Criciúma. Além de confirmar sua
condição de melhor paulista no
momento, credenciou-se como
páreo duro para o Cruzeiro.
Tudo indica que o confronto
entre ambos, no próximo sábado, será um grande jogo.
Caindo na real
Os sofridos empates com o Brasiliense e o América-RN mostraram aos palmeirenses que a
batalha pela volta à Série A não
será nem um pouco fácil. O
mais difícil, na atual situação alviverde, é cair na real sem cair
no desespero. Jogar cada partida como se fosse uma decisão,
mas tentando esquecer que
existe uma espada sobre cada
cabeça.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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