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São Paulo, segunda-feira, 05 de maio de 2003

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FUTEBOL

O time ideal

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

Para não ser acusado de bairrista, deixei em segundo plano os paulistas nesta rodada do Campeonato Brasileiro para me concentrar nos líderes Internacional e Cruzeiro.
Não poderia haver dois times mais contrastantes. O Internacional é força, rapidez e vontade. Falta-lhe o que sobra ao Cruzeiro: qualidade técnica, tranquilidade, valorização da posse de bola.
Quando escrevi aqui, há algumas semanas, que estava à procura de um esquadrão imbatível, tinha em mente algo como uma mistura entre os dois. A categoria do Cruzeiro com a força do Internacional. Só que esse time ideal não existe, pelo menos por enquanto. E entre os dois que estão aí, o que mais satisfaz ao meu gosto é o Cruzeiro, uma equipe em que até os zagueiros saem jogando com categoria.
O único defeito do time mineiro, a meu ver, é ocasionalmente pisar no freio e passar a jogar em marcha lenta, como se tivesse uma excessiva autoconfiança, acreditando poder vencer a qualquer momento.
Os jogos dos dois times na rodada foram ilustrativos. No sábado, o Cruzeiro foi soberano em campo durante todo o tempo, tocando a bola com consciência e atacando com velocidade quando possível. Na primeira etapa, o Atlético-PR chegou a equilibrar o jogo, fazendo lembrar em alguns momentos o campeão brasileiro de dois anos atrás. Mas, no segundo tempo, a esquadra de Luxemburgo lançou mão de todas as suas armas e se mostrou irresistível.
Quais são essas armas? Uma defesa bem postada, um meio-de-campo versátil, dois laterais (Maurinho e Leandro) que apóiam muito bem e um trio infernal na frente: Alex, Deivid e Aristizábal, autores de todos os gols cruzeirenses até agora.
Já Internacional 2 x 1 Goiás foi um eletrizante festival de erros. Uma partida em rotação acelerada, sobretudo no segundo tempo, mas com repetidos erros de passes de parte a parte e falta de tranquilidade nas finalizações. Se não fosse por isso, o placar teria sido um dos mais altos do torneio.
A bem da justiça, ressalvo que entre os erros a que me referi não incluo a validação do gol do Goiás, pois este foi absolutamente legal. A bola aproveitada por Dimba foi chutada pelo goleiro colorado, Clêmer, e rebatida num zagueiro do Inter. Portanto, foi como se um adversário passasse a bola para o atacante goiano, eliminando seu impedimento.
O Corinthians e o São Paulo conseguiram expressivas vitórias depois de estar com o placar adverso. No caso alvinegro, nada melhor que uma virada em seu velho estilo para apagar a derrota para o River e também para somar pontos preciosos no Brasileirão. Já o tricolor, ao buscar o resultado duas vezes, mostrou um espírito de superação que há muito não se via, o que pode levar a suspeitas de que Oswaldo Oliveira já não estava conseguindo motivar seus jogadores nos últimos tempos. Mas é cedo para avaliar os efeitos da saída do treinador.

Arrancada santista

Mesmo sem Diego (mas com Renato jogando por dois), o Santos conseguiu uma bela vitória sobre o perigoso Criciúma. Além de confirmar sua condição de melhor paulista no momento, credenciou-se como páreo duro para o Cruzeiro. Tudo indica que o confronto entre ambos, no próximo sábado, será um grande jogo.

Caindo na real

Os sofridos empates com o Brasiliense e o América-RN mostraram aos palmeirenses que a batalha pela volta à Série A não será nem um pouco fácil. O mais difícil, na atual situação alviverde, é cair na real sem cair no desespero. Jogar cada partida como se fosse uma decisão, mas tentando esquecer que existe uma espada sobre cada cabeça.

E-mail jgcouto@uol.com.br

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