FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BARCELONA

Foi a terceira vitória seguida de Michael Schumacher na Espanha, a segunda do ano, a primeira da nova Ferrari. Mas o alemão e a equipe não se iludem. Ao contrário do que se esperava, o F2003-GA não assustou a F-1.
Em sua estréia, o modelo ferrarista cruzou a linha de chegada com apenas 5s716 de vantagem para o Renault de Fernando Alonso, o grande nome da prova.
Rubens Barrichello, ao volante da outra unidade do F2003-GA, completou o pódio de Barcelona.
"Apesar de eu ter largado na pole e liderado toda a corrida, não foi tão fácil como pode parecer. Eu precisei acelerar muito forte e ficar atento à aproximação do Renault", disse Schumacher.
Barrichello seguiu a mesma linha: "A estréia não foi lá essas coisas. O carro andava muito, muito bem quando o pneu estava novo, mas, depois, caía. Não consegui nem ameaçar o Alonso".
Com os desempenhos pífios de McLaren e Williams em Barcelona, Alonso e a equipe Renault se tornaram os grandes rivais da Ferrari. Por muito pouco o espanhol não saltou para a liderança logo na largada -se o fizesse, fatalmente dispararia para vencer.
Largando em terceiro, atrás das Ferraris, ele superou Barrichello e foi para cima do alemão. Mas, poucos metros antes da primeira curva, levou o troco do brasileiro.
Barrichello, embalado, ainda tentou ultrapassar Schumacher. Fez a curva lado a lado com o companheiro, porém teve que aliviar para evitar um choque.
Instantes depois, o safety-car entrou na pista: parado no grid, Antonio Pizzonia foi acertado por trás por Kimi Raikkonen.
Com o reinício da prova, na sexta volta, as posições ficaram inalteradas. Alonso passou a pressionar muito Barrichello, mas só ganhou a posição nos pits.
Seu alvo, então, passou a ser Schumacher, que não conseguiu sumir na frente, como de hábito.
Durante toda a corrida, a maior vantagem que o pentacampeão impôs sobre o espanhol foi de 9s978, na 58ª das 65 voltas.
Lançado no dia 7 de fevereiro, o F2003-GA nasceu com a missão quase impossível de ser melhor do que seu antecessor, o F2002, carro que venceu 14 dos 15 GPs que disputou no ano passado.
Nos testes pré-temporada, apresentou muitos problemas, quebrou várias vezes.
E o resultado de ontem mostrou que o carro ainda precisa sofrer ajustes. "Vamos voltar ao trabalho amanhã [hoje" para preparar tudo para a Áustria [próxima etapa, no dia 18"", disse Jean Todt, diretor esportivo do time.
A Ferrari vai fazer um trabalho intensivo nesta semana, com três pilotos (Barrichello, Luca Badoer e Felipe Massa) em três circuitos (Monza, Fiorano e Mugello).
Um dos focos de atenção será o rendimento dos pneus Bridgestone. "Em circuitos com asfalto abrasivo, como o de Barcelona, acho que teremos dificuldade com os Renault [cliente da Michelin"", disse Schumacher, deixando de lado Williams e McLaren.


Texto Anterior: La Coruña goleia e cola no Real Madrid
Próximo Texto: Barrichello leva um "nó tático" e perde duelo
Índice