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COB sonha com 150 medalhas no Pan
Com aposta em modalidades que não se destacaram nas últimas edições, entidade almeja recorde de pódios no Rio
Boxe, lutas, levantamento de peso e tiro com arco, que até hoje respondem só por 8,6% dos 766 prêmios do país, irão distribuir 45 ouros em julho
FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO
Em Winnipeg-1999, 101 medalhas. Em Santo Domingo-2003, 123 pódios. Nos Jogos
Pan-Americanos do Rio, o COB
(Comitê Olímpico Brasileiro),
até quebrando a praxe de não
divulgar um número, diz sonhar com 150 medalhas.
Nas últimas duas edições, o
Brasil bateu o recorde de atletas premiados no evento. Para
chegar ao novo feito, o comitê
aposta em modalidades antes
"excluídas", como o boxe, o levantamento de peso, as lutas e
o tiro com arco.
Juntos, esses quatro esportes
renderam ao país, até hoje, na
história do Pan, 66 medalhas
-só 8,6% das 766 conquistadas
pelos brasileiros desde a primeira edição do evento, realizada em Buenos Aires, em 1951.
Essas modalidades esportivas irão distribuir 45 ouros no
Pan do Rio: boxe (12), levantamento de peso (15), lutas (14) e
tiro com arco (4).
"Conquistar 150 medalhas
será um sonho grande. Em Santo Domingo, conseguimos 29
ouros. Agora, muitos vão se repetir. Mas temos boas chances
em esportes como boxe, levantamento de peso, lutas e tiro
com arco", afirma Marcos Vinícius Freire, o chefe da missão
brasileira nos Jogos.
A estratégia do COB é investir em modalidades que representem um número maior de
pódios. Se, no vôlei, por exemplo, os 12 atletas contam como
apenas uma medalha, nos esportes individuais a quantidade
de ouro, prata e bronze cresce.
"Passamos a apostar mais
nos individuais menos apoiados. O foco foi apoiar os que não
tinham nada", conta Freire.
Contudo os quatro esportes
citados pelo dirigente passaram a ter peso menor no desempenho nacional em Pans.
Em Buenos Aires-51, boxe,
levantamento de peso, lutas e
tiro com arco responderam por
9,37% das medalhas (3 das 32).
Em Santo Domingo-03, corresponderam a 2,44% (3 das 123).
As quatro modalidades chegaram a obter 27,27% dos pódios brasileiros numa edição do
Pan. Em Chicago-1959, esses
esportes ganharam 6 das 22
medalhas nacionais.
Até hoje, o boxe faturou 42
medalhas no Pan, sendo 5 ouros, 15 pratas e 22 bronzes. O levantamento de peso obteve 17
(4 pratas e 13 bronzes). As lutas
conquistaram três, todas de
prata. O tiro com arco coleciona quatro, todas de bronze.
No Rio, o COB espera que o
Brasil roube a terceira posição,
no quadro geral, do Canadá. Há
quatro anos, na capital dominicana, os dois países empataram
em número de ouros (29), mas
os canadenses ficaram à frente
por ostentarem 17 medalhas de
prata a mais (57 a 40).
País-sede do Pan-1999, em
Winnipeg, o Canadá viu seus
ouros baixarem de 64 para 29
da edição que abrigou em comparação com a de Santo Domingo. O Brasil avançou de 25
para 29 medalhas douradas.
O sonho possível é o terceiro
lugar. Freire diz que ultrapassar Cuba é "algo complicado".
"Eles [os cubanos] fazem a diferença justamente no número
de ouros", justifica.
A ilha caribenha se manteve
quase estável no total de pódios
de Winnipeg-1999 para Santo
Domingo-2003 (caiu de 157 para 152). E aumentou ligeiramente o número de ouros (70
nos Jogos do Canadá, 72 nos da
República Dominicana).
Esse número é mais que o dobro dos ouros brasileiros em
2003. Ou seja: se Cuba repetir o
patamar de 70 ouros, o Brasil
terá de inflar pódios nos esportes individuais para bater os
atletas do país de Fidel Castro
pelo segundo posto do Pan.
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