São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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COB sonha com 150 medalhas no Pan

Com aposta em modalidades que não se destacaram nas últimas edições, entidade almeja recorde de pódios no Rio

Boxe, lutas, levantamento de peso e tiro com arco, que até hoje respondem só por 8,6% dos 766 prêmios do país, irão distribuir 45 ouros em julho

FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

Em Winnipeg-1999, 101 medalhas. Em Santo Domingo-2003, 123 pódios. Nos Jogos Pan-Americanos do Rio, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), até quebrando a praxe de não divulgar um número, diz sonhar com 150 medalhas.
Nas últimas duas edições, o Brasil bateu o recorde de atletas premiados no evento. Para chegar ao novo feito, o comitê aposta em modalidades antes "excluídas", como o boxe, o levantamento de peso, as lutas e o tiro com arco.
Juntos, esses quatro esportes renderam ao país, até hoje, na história do Pan, 66 medalhas -só 8,6% das 766 conquistadas pelos brasileiros desde a primeira edição do evento, realizada em Buenos Aires, em 1951.
Essas modalidades esportivas irão distribuir 45 ouros no Pan do Rio: boxe (12), levantamento de peso (15), lutas (14) e tiro com arco (4).
"Conquistar 150 medalhas será um sonho grande. Em Santo Domingo, conseguimos 29 ouros. Agora, muitos vão se repetir. Mas temos boas chances em esportes como boxe, levantamento de peso, lutas e tiro com arco", afirma Marcos Vinícius Freire, o chefe da missão brasileira nos Jogos.
A estratégia do COB é investir em modalidades que representem um número maior de pódios. Se, no vôlei, por exemplo, os 12 atletas contam como apenas uma medalha, nos esportes individuais a quantidade de ouro, prata e bronze cresce.
"Passamos a apostar mais nos individuais menos apoiados. O foco foi apoiar os que não tinham nada", conta Freire.
Contudo os quatro esportes citados pelo dirigente passaram a ter peso menor no desempenho nacional em Pans.
Em Buenos Aires-51, boxe, levantamento de peso, lutas e tiro com arco responderam por 9,37% das medalhas (3 das 32). Em Santo Domingo-03, corresponderam a 2,44% (3 das 123).
As quatro modalidades chegaram a obter 27,27% dos pódios brasileiros numa edição do Pan. Em Chicago-1959, esses esportes ganharam 6 das 22 medalhas nacionais.
Até hoje, o boxe faturou 42 medalhas no Pan, sendo 5 ouros, 15 pratas e 22 bronzes. O levantamento de peso obteve 17 (4 pratas e 13 bronzes). As lutas conquistaram três, todas de prata. O tiro com arco coleciona quatro, todas de bronze.
No Rio, o COB espera que o Brasil roube a terceira posição, no quadro geral, do Canadá. Há quatro anos, na capital dominicana, os dois países empataram em número de ouros (29), mas os canadenses ficaram à frente por ostentarem 17 medalhas de prata a mais (57 a 40).
País-sede do Pan-1999, em Winnipeg, o Canadá viu seus ouros baixarem de 64 para 29 da edição que abrigou em comparação com a de Santo Domingo. O Brasil avançou de 25 para 29 medalhas douradas.
O sonho possível é o terceiro lugar. Freire diz que ultrapassar Cuba é "algo complicado". "Eles [os cubanos] fazem a diferença justamente no número de ouros", justifica.
A ilha caribenha se manteve quase estável no total de pódios de Winnipeg-1999 para Santo Domingo-2003 (caiu de 157 para 152). E aumentou ligeiramente o número de ouros (70 nos Jogos do Canadá, 72 nos da República Dominicana).
Esse número é mais que o dobro dos ouros brasileiros em 2003. Ou seja: se Cuba repetir o patamar de 70 ouros, o Brasil terá de inflar pódios nos esportes individuais para bater os atletas do país de Fidel Castro pelo segundo posto do Pan.


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