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RODRIGO BUENO
Dois anos se passaram
O Liverpool atual é melhor do que o campeão de 2005, e o Milan piorou, mas não ouso duvidar do poder italiano
E
M 2005 , o Liverpool: Dudek;
Finnan (Hamann), Carragher, Hyypia e Traoré; Kewell
(Smicer), Xabi Alonso, Gerrard e
Riise; Luis Garcia e Baros (Cissé).
O time agora é melhor, começando por Reina, mais ágil goleiro da
Europa. Não é folclórico em pênaltis, como Dudek, mas mais eficiente.
Craque na reposição de bola e com
os pés, foi dado por Gerrard como
melhor goleiro do mundo.
Na zaga, saiu o grandalhão travado
Hyypia e entrou o grandalhão e jovem Agger. Além de mais rapidez na
defesa, ele apóia bem na bola parada,
como mostrou a jogada ensaiada
que deu no gol em Anfield Road. Riise, melhor batedor de lateral do planeta e um dos melhores chutadores
da atualidade, compõe o setor defensivo pela esquerda, ponto alto do
time que tem Zenden, Mark González e Fábio Aurélio (contundido).
No meio, Mascherano pegou o espaço de Sissoko. Ambos fazem excelente contenção, para a alegria de
Gerrard, que já apontou o argentino
como um dos melhores no setor. O
craque do Liverpool segue o mesmo
e tem ótimo parceiro, Xabi Alonso.
No ataque, porém, a dupla será
outra, melhor. Crouch e Kuyt têm
tamanho e força para dar mais trabalho ao Milan. Bellamy, opção, tem
a velocidade de aliada. Quando não
fica impedido, é muito perigoso.
Pennant é boa alternativa com jogadas pelas pontas e cruzamentos.
Sem dúvida, o Liverpool atual é
melhor que o de dois anos atrás. Rafael Benítez, o técnico dos Reds, já
havia cantado essa bola no início do
mata-mata, quando mais uma vez o
Liverpool foi subestimado.
O Milan de 2005: Dida; Cafu,
Stam, Nesta e Maldini; Seedorf (Serginho), Gattuso (Rui Costa), Pirlo e
Kaká; Crespo e Shevchenko.
Dida não vive grande fase, e Kaká
joga como melhor do mundo (os ingleses rebaixaram Cristiano Ronaldo a "príncipe" e o elegeram "rei").
Serginho segue como opção. A defesa está mais velha, com Nesta, 31, e
Maldini, 38, no meio, e Jankulovski
na esquerda. Oddo barrou Cafu, baixa brazuca em relação a 2005. Melhor nos cruzamentos e com mais
gás, Oddo cresceu com o time.
Gattuso continua como pulmão e
coração. Seedorf é como vinho, sendo mais decisivo do que na época de
Ajax. Pirlo mantém a classe em um
time mais defensivo, com Kaká
adiantado (não é à toa que tem dez
gols). Inzaghi é um Bellamy nos impedimentos, mas tem sorte e tradição na disputa. Mas nem ele nem Gilardino chegam aos pés de Shevchenko. O Milan é inferior ao vice de
2005, como já admitiu Gattuso (deu
até tapas no ex-contestado Ancelotti
na festa pelos 3 a 0 nos Red Devils).
O Milan podia ser rubro-negro na
final, mas escolheu o branco por superstição. O Liverpool sempre levou
a taça de vermelho contra um time
branco (veja 2005) e agradece. Atenas é mais vermelha que Istambul
antes do jogo. Mas quem tanto apostou em final inglesa como eu não
tem crédito para duvidar do Milan.
rbueno@folhasp.com.br
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