São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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RODRIGO BUENO

Dois anos se passaram

O Liverpool atual é melhor do que o campeão de 2005, e o Milan piorou, mas não ouso duvidar do poder italiano

E M 2005 , o Liverpool: Dudek; Finnan (Hamann), Carragher, Hyypia e Traoré; Kewell (Smicer), Xabi Alonso, Gerrard e Riise; Luis Garcia e Baros (Cissé). O time agora é melhor, começando por Reina, mais ágil goleiro da Europa. Não é folclórico em pênaltis, como Dudek, mas mais eficiente. Craque na reposição de bola e com os pés, foi dado por Gerrard como melhor goleiro do mundo.
Na zaga, saiu o grandalhão travado Hyypia e entrou o grandalhão e jovem Agger. Além de mais rapidez na defesa, ele apóia bem na bola parada, como mostrou a jogada ensaiada que deu no gol em Anfield Road. Riise, melhor batedor de lateral do planeta e um dos melhores chutadores da atualidade, compõe o setor defensivo pela esquerda, ponto alto do time que tem Zenden, Mark González e Fábio Aurélio (contundido). No meio, Mascherano pegou o espaço de Sissoko. Ambos fazem excelente contenção, para a alegria de Gerrard, que já apontou o argentino como um dos melhores no setor. O craque do Liverpool segue o mesmo e tem ótimo parceiro, Xabi Alonso.
No ataque, porém, a dupla será outra, melhor. Crouch e Kuyt têm tamanho e força para dar mais trabalho ao Milan. Bellamy, opção, tem a velocidade de aliada. Quando não fica impedido, é muito perigoso. Pennant é boa alternativa com jogadas pelas pontas e cruzamentos. Sem dúvida, o Liverpool atual é melhor que o de dois anos atrás. Rafael Benítez, o técnico dos Reds, já havia cantado essa bola no início do mata-mata, quando mais uma vez o Liverpool foi subestimado.
O Milan de 2005: Dida; Cafu, Stam, Nesta e Maldini; Seedorf (Serginho), Gattuso (Rui Costa), Pirlo e Kaká; Crespo e Shevchenko. Dida não vive grande fase, e Kaká joga como melhor do mundo (os ingleses rebaixaram Cristiano Ronaldo a "príncipe" e o elegeram "rei"). Serginho segue como opção. A defesa está mais velha, com Nesta, 31, e Maldini, 38, no meio, e Jankulovski na esquerda. Oddo barrou Cafu, baixa brazuca em relação a 2005. Melhor nos cruzamentos e com mais gás, Oddo cresceu com o time.
Gattuso continua como pulmão e coração. Seedorf é como vinho, sendo mais decisivo do que na época de Ajax. Pirlo mantém a classe em um time mais defensivo, com Kaká adiantado (não é à toa que tem dez gols). Inzaghi é um Bellamy nos impedimentos, mas tem sorte e tradição na disputa. Mas nem ele nem Gilardino chegam aos pés de Shevchenko. O Milan é inferior ao vice de 2005, como já admitiu Gattuso (deu até tapas no ex-contestado Ancelotti na festa pelos 3 a 0 nos Red Devils).
O Milan podia ser rubro-negro na final, mas escolheu o branco por superstição. O Liverpool sempre levou a taça de vermelho contra um time branco (veja 2005) e agradece. Atenas é mais vermelha que Istambul antes do jogo. Mas quem tanto apostou em final inglesa como eu não tem crédito para duvidar do Milan.

rbueno@folhasp.com.br


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