São Paulo, segunda-feira, 05 de maio de 2008

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Alex Mineiro comanda conquista com goleada

Camisa 9 palmeirense marca três vezes e fecha Paulista com título de artilheiro

Time atropela a Ponte Preta no Parque Antarctica e faz goleador do Estadual quatro anos depois de Vágner Love ter conseguido a façanha


Eduardo Knapp/Folha Imagem
Alex Mineiro é abraçado por Martinez após fazer o 5º gol da goleada do Palmeiras sobre a Ponte

Palmeiras 5
Ponte Preta 0


DA REPORTAGEM LOCAL

Um camisa 9 como havia tempos o time não tinha em seu elenco. Um artilheiro de Paulista que entrou para uma seleta lista do clube. Alex Mineiro, 33, comandou a goleada de ontem sobre a Ponte Preta.
Autor de 3 dos 5 gols da equipe na decisão, o jogador conseguiu, aos 20min, igualar-se ao santista Kléber Pereira no topo da listagem de goleadores.
No segundo tempo, o atacante alviverde anotou mais duas vezes, fechou o campeonato com 15 tentos e, como reconhecimento ao restante do grupo, disse que vai dividir o prêmio de R$ 300 mil dado pela federação paulista ao artilheiro.
"Vou dividir. Depois de um passe como aquele do Martinez, não tem outro jeito, né?", disse o atleta, referindo-se à assistência dada pelo volante -em posição duvidosa depois de tabelar com Valdivia-, aos 31min da etapa final, que ele completou com o gol aberto.
O show particular do mineiro de Belo Horizonte, porém, começara ainda na etapa inicial.
Após o gol contra anotado pelo volante Ricardo Conceição, aos 20min, o centroavante utilizou a cabeça -foi o sétimo gol dele assim no torneio- para completar o cruzamento de Élder Granja e já puxar o coro de "é campeão" da torcida.
Verdade que os palmeirenses não encontraram a menor resistência do seu oponente, já vencido no duelo de Campinas, na semana passada, por 1 a 0.
Nem a tática do técnico Sérgio Guedes, que mentiu durante a semana ao cravar que o zagueiro César e o meia Elias, recuperando-se de lesões, estavam fora da decisão, adiantou alguma coisa para o rival.
Com a dupla em campo -e o retorno do meia Renato, artilheiro do time no campeonato com oito gols, que estava suspenso-, quem mais buscava agredir os donos da casa era o lateral-direito Eduardo Arroz.
Faltou, acima de tudo, precisão aos ponte-pretanos, que finalizaram mais que os palmeirenses (16 a 12), segundo o Datafolha, e acertaram as mesmas cinco conclusões do rival. Para azar de Sérgio Guedes, seu time não tinha um Alex Mineiro no comando do ataque.
Na etapa final, o Palmeiras resolveu justificar os cerca de R$ 20 milhões investidos no elenco para esta temporada e, liderado por seu centroavante, deu show em sua casa.
Antes que Alex Mineiro iniciasse o massacre, o meia Valdivia tratou de mostrar quem mandava no Parque Antarctica. Em bela jogada individual, aos 28min, ele se livrou da marcação e bateu no canto esquerdo de Aranha para fazer 3 a 0.
Depois de Martinez "dar" o quarto gol para o atacante marcar mais um, veio a cereja no bolo de Alex. Aproveitando-se de bobeada da zaga alvinegra, ele limpou os zagueiros e tirou de Aranha com um toque sutil, à direita do arqueiro.
Com uma camisa branca por baixo do uniforme com um coração e a frase "I love Jesus e minha família", ele recebeu os abraços dos companheiros.
Desde 2004, quando Vágner Love anotou 12 vezes, que o clube alviverde não terminava o Estadual com o artilheiro.
Sem contar que apenas Evair (1994), César (1971) e Humberto (1953 e 54) conseguiram o feito de serem os goleadores do Estadual. Como Palestra Itália, o clube viu Heitor e Domingues (1926) e Romeu (1932 e 34) alcançarem a marca.
Assim como o lateral Leandro, Alex Mineiro foi o único do elenco a participar das 23 partidas do Palmeiras no Estadual.
"Já somos campeões paulistas. Vamos tentar, agora, sermos do Brasileiro também", disse o volante Léo Lima, que, lesionado, viu de fora o time passear no Parque Antarctica.
Já no final do confronto, uma discussão entre o meia Diego Souza e parte do banco de reservas da Ponte Preta resultou na expulsão do camisa 7 palmeirense. Nada, porém, que pudesse estragar uma festa não protagonizada pela torcida do clube desde 1996. (MDA, RC E TA)


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