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Doping faria 8º colocado bater Bolt, diz pesquisa
Estudo conclui que uso de hormônio de crescimento aumenta velocidade
Ganho de performance seria suficiente para levar Darvis Patton, lanterna na final dos 100 m em Pequim-2008, a superar estrela jamaicana
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pesquisa australiana
constatou que um atleta que
consome hormônio de crescimento (hGH) pode aumentar a
velocidade de sprint entre 4% e
5%. Esse ganho de performance seria decisivo em uma prova
de 100 metros, por exemplo.
"Um aumento de 4% sobre
10s significa uma redução de
0s4, que é uma diferença de
tempo gigantesca em provas de
velocidade", disse Ken Ho, autor do estudo financiado pela
Agência Mundial Antidoping.
Nos Jogos de Pequim-2008,
o campeão dos 100 m, Usain
Bolt, cravou 9s69. Seu tempo
foi 0s34 inferior ao do oitavo e
último colocado da final, Darvis
Patton. O estudo conclui, portanto, que, se Patton estivesse
sob efeito do hormônio de crescimento, poderia ter pulado da
última para a primeira posição.
A pesquisa -a primeira que
constatou os efeitos do consumo de hormônio de crescimento na performance- indica ainda que, apesar de aumentar a
velocidade do atleta, a substância proibida não melhora sua
potência, força ou resistência.
Com isso, poucos atletas,
além dos velocistas, poderiam
se beneficiar dos efeitos dessa
substância proibida.
"Não acho que [o uso de hormônio de crescimento] ajude
um remador ou levantador de
peso", disse o endocrinologista.
Para realizar a pesquisa, foram analisados 103 atletas não
profissionais, com idades entre
18 e 40 anos, durante oito semanas. Alguns receberam injeções diárias de hGH, outros, de
placebo, e um terceiro grupo,
de hGH e de testosterona, que
também é considerada doping.
Os resultados publicados no
periódico "Annals of Internal
Medicine" mostram que, no
terceiro grupo, o ganho de performance foi ainda maior: 8%.
Alguns atletas que receberam injeções apenas de hormônio de crescimento queixaram-
-se de dores nas articulações e
também tiveram inflamações.
Para esse estudo, os voluntários tomaram doses bem inferiores às que utilizariam atletas
de alto rendimento e em um
período de tempo mais curto.
"Podemos pensar que os efeitos dessas substâncias no desempenho [de atletas de alto
rendimento] poderiam ser superiores ao que mostrou esse
estudo e que seus efeitos secundários poderiam ser mais
severos", declarou o professor.
Sobre o hormônio de crescimento recai a suspeita de ser
usado em larga escala no esporte de alto rendimento.
Apesar disso, o hGH dificilmente é detectado em testes
antidoping, e poucos esportista
já foram flagrados até hoje.
Com agências internacionais
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