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TÊNIS
Rússia, que "exporta" atletas, e Argentina, com investimento caseiro, brilham
Roland Garros consagra de uma só vez escolas opostas
DA REPORTAGEM LOCAL
Duas escolas de características
distintas alcançaram feitos inéditos em Roland Garros-2004.
A Rússia vê hoje, às 10h, quem
será sua primeira campeã de um
torneio de Grand Slam: Elena Dementieva ou Anastasia Myskina.
A Argentina obteve a mesma façanha na chave masculina e amanhã assiste à final entre Gastón
Gaudio e Guillermo Coria.
É a primeira vez que os dois países colocam dois representantes
na decisão de um Grand Slam.
E o sucesso dessas nações não se
limita a uma das chaves.
As mulheres são as protagonistas do tênis russo no momento,
mas os homens alcançaram marcas mais significativas. Marat Safin, 24, por exemplo, chegou ao
topo do ranking e foi campeão do
Aberto dos EUA em 2000.
Pela Argentina, apesar de ser especialista em duplas, Paola Suarez, 27, somente foi eliminada em
simples nas semifinais em Paris.
Para monopolizar a disputa dos
títulos, Rússia e Argentina apostaram em estratégias diferentes para desenvolver o tênis.
Na Rússia, que viveu muitas
transformações recentemente,
vários tenistas preferiram partir
para treinar no exterior.
Foi o caso de Safin, que, mesmo
sendo filho do diretor de um clube de tênis em Moscou, optou por
se mudar para Valencia (ESP),
onde passou grande parte da adolescência -dos 13 aos 19 anos.
Anna Kournikova, que já foi o
maior nome do tênis russo feminino, mais por causa de sua beleza
do que pelos feitos em quadra,
também treinou no exterior: freqüentou a renomada academia de
Nick Bollettieri na Flórida (EUA).
Nome da nova geração russa,
Maria Sharapova, 17, quadrifinalista em Paris, também começou a
treinar nos EUA, aos nove anos.
"Não sei se estaria no mesmo
nível se tivesse continuado na
Rússia, mas foi bom treinar nos
EUA", disse Sharapova em entrevista à Folha no ano passado.
Dementieva e Myskina são exceções e, por enquanto, fazem
seus treinos em Moscou.
Já os argentinos apostaram no
modelo europeu, principalmente
Espanha, e criaram um centro de
treinamento em Buenos Aires.
"Nos inspiramos nos métodos
dos espanhóis, mas ainda temos
longo caminho a seguir", disse
Eduardo Infantino, técnico de
David Nalbandian, um dos três
semifinalistas argentinos. O país
ainda investiu em recursos humanos. "Quando os técnicos argentinos voltam de cursos no exterior,
trazem grande bagagem e fazem
bom uso", declarou Infantino.
Apesar dos bons resultados, os
argentinos viveram um princípio
de crise no mês passado. Os principais jogadores ameaçaram boicotar a Copa Davis se o capitão
Gustavo Luza não deixasse o cargo, o que acabou acontecendo.
NA TV - Final feminina, ao
vivo, às 10h, na ESPN
International
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