São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

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Kaká não sobressai, diz Parreira

Treinador afirma que força física do atleta fez diferença, mas que ele não está acima no quarteto

Apesar de deslanchar só no 2º tempo, jogador do Milan supera Ronaldinho em amistoso e é festejado pelos companheiros de seleção


DOS ENVIADOS A GENEBRA

Kaká fez um gol de placa, armou jogadas e ainda defendeu. Saiu de campo como destaque da seleção na vitória sobre a Nova Zelândia. Mesmo assim, Carlos Alberto Parreira não o vê num nível superior em relação aos colegas de quarteto.
"O Kaká não está acima de Ronaldo, Ronaldinho e Adriano. É que o estilo dele é eficiente, tem força para chegar, ele se impõe por seu físico", afirmou.
Nem todos concordam. "O Kaká está desequilibrando, é bom ter ele do meu lado", falou Emerson, da Juventus e rival do milanista no Italiano.
Para Parreira, a força física de Kaká explica a facilidade com que ele superou os rivais para marcar o terceiro gol do Brasil, apesar de o jogador do Milan demonstrar habilidade no lance. Ele pegou a bola na defesa, arrancou, driblou e, já no ataque, chutou para marcar.
"Foi bom voltar a fazer gol", festejou o meia-atacante, que marcara no amistoso anterior, contra o Lucerna, na Basiléia.
Enquanto o treinador vê o ex-são-paulino no mesmo estágio dos demais, os números dele no jogo de ontem mostram sua superioridade. Kaká quase não errou passes. Acertou 96% deles. A média da seleção foi de 90% de bolas trocadas com precisão, segundo o Datafolha.
Nos desarmes, um dos quesitos em que Parreira tem exigido mais evolução dos dois, Kaká superou o colega com facilidade. Desarmou sete rivais, e Ronaldinho, só dois. Perdeu duas bolas, diante de seis do jogador do Barcelona. O milanista também fez quatro finalizações, o dobro em relação ao colega. Isso sendo menos procurado, já que recebeu 51 bolas contra 66 de Ronaldinho.
Na comparação direta com Ronaldinho, o colega de "quadrado mágico" que tem funções mais semelhantes às suas, Kaká levou vantagem ontem.
Parreira não é o único a elogiar o preparo físico do jogador do Milan. Paulo Paixão, um dos preparadores físicos da seleção, disse que os testes feitos no início dos treinos mostram que Kaká é o jogador em melhor forma, apesar de ter atuado por seu clube até às vésperas da apresentação ao time nacional.
"Disse que não estava cansado e estou confirmando isso", disse o jogador, de 1,86 m e 80 kg, que no início da carreira passou por um trabalho especial no São Paulo para ganhar músculos e que concorda com Parreira sobre seu estado físico.
"Quando comecei a jogar, percebi que poderia usar meu físico a favor. Evolui ainda mais na Europa que exige uma aplicação tática maior. Mas sempre procuro quebrar isso um pouco usando a habilidade", declarou.
Como a seleção, ele só deslanchou de vez ontem na etapa final. Sentiu dificuldade em superar a marcação no início.
"O time deles está com uma boa condição física, então conseguiu agüentar bem no início. Depois, tivemos mais espaços."
Kaká diz deixar a Suíça satisfeito, apesar de o time ter sido pouco forçado na defesa, ponto em que diz ser o mais preocupante. "Em 2002, fizemos amistosos contra times de pouca tradição e ganhamos a Copa". (FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL).

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