|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Kaká não sobressai, diz Parreira
Treinador afirma que força física do atleta fez diferença, mas que ele não está acima no quarteto
Apesar de deslanchar só no 2º tempo, jogador do Milan supera Ronaldinho em amistoso e é festejado pelos companheiros de seleção
DOS ENVIADOS A GENEBRA
Kaká fez um gol de placa, armou jogadas e ainda defendeu.
Saiu de campo como destaque
da seleção na vitória sobre a
Nova Zelândia. Mesmo assim,
Carlos Alberto Parreira não o
vê num nível superior em relação aos colegas de quarteto.
"O Kaká não está acima de
Ronaldo, Ronaldinho e Adriano. É que o estilo dele é eficiente, tem força para chegar, ele se
impõe por seu físico", afirmou.
Nem todos concordam. "O
Kaká está desequilibrando, é
bom ter ele do meu lado", falou
Emerson, da Juventus e rival
do milanista no Italiano.
Para Parreira, a força física
de Kaká explica a facilidade
com que ele superou os rivais
para marcar o terceiro gol do
Brasil, apesar de o jogador do
Milan demonstrar habilidade
no lance. Ele pegou a bola na
defesa, arrancou, driblou e, já
no ataque, chutou para marcar.
"Foi bom voltar a fazer gol",
festejou o meia-atacante, que
marcara no amistoso anterior,
contra o Lucerna, na Basiléia.
Enquanto o treinador vê o
ex-são-paulino no mesmo estágio dos demais, os números dele no jogo de ontem mostram
sua superioridade. Kaká quase
não errou passes. Acertou 96%
deles. A média da seleção foi de
90% de bolas trocadas com precisão, segundo o Datafolha.
Nos desarmes, um dos quesitos em que Parreira tem exigido mais evolução dos dois, Kaká superou o colega com facilidade. Desarmou sete rivais, e
Ronaldinho, só dois. Perdeu
duas bolas, diante de seis do jogador do Barcelona. O milanista também fez quatro finalizações, o dobro em relação ao colega. Isso sendo menos procurado, já que recebeu 51 bolas
contra 66 de Ronaldinho.
Na comparação direta com
Ronaldinho, o colega de "quadrado mágico" que tem funções
mais semelhantes às suas, Kaká
levou vantagem ontem.
Parreira não é o único a elogiar o preparo físico do jogador
do Milan. Paulo Paixão, um dos
preparadores físicos da seleção,
disse que os testes feitos no início dos treinos mostram que
Kaká é o jogador em melhor
forma, apesar de ter atuado por
seu clube até às vésperas da
apresentação ao time nacional.
"Disse que não estava cansado e estou confirmando isso",
disse o jogador, de 1,86 m e 80
kg, que no início da carreira
passou por um trabalho especial no São Paulo para ganhar
músculos e que concorda com
Parreira sobre seu estado físico.
"Quando comecei a jogar,
percebi que poderia usar meu
físico a favor. Evolui ainda mais
na Europa que exige uma aplicação tática maior. Mas sempre
procuro quebrar isso um pouco
usando a habilidade", declarou.
Como a seleção, ele só deslanchou de vez ontem na etapa
final. Sentiu dificuldade em superar a marcação no início.
"O time deles está com uma
boa condição física, então conseguiu agüentar bem no início.
Depois, tivemos mais espaços."
Kaká diz deixar a Suíça satisfeito, apesar de o time ter sido
pouco forçado na defesa, ponto
em que diz ser o mais preocupante. "Em 2002, fizemos
amistosos contra times de pouca tradição e ganhamos a Copa".
(FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL).
Texto Anterior: Torcida faz "protesto etílico" contra cambistas e preços dos ingressos Próximo Texto: Saiba mais: Ronaldos, de novo, falham em parceria Índice
|