São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

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Lula terá encontro virtual com a seleção

Em videoconferência na quinta-feira, presidente vai desejar sorte ao time

Sintonia do governo com a CBF contrasta com 2002, quando apenas o vice de Fernando Henrique enviou votos de sucesso à equipe


DOS ENVIADOS A GENEBRA

Luiz Inácio Lula da Silva não deverá mesmo ir à Alemanha, mas já acertou com a CBF um encontro virtual com a seleção. Será na próxima quinta, véspera da abertura do Mundial.
Conforme o combinado entre o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., o presidente da confederação, Ricardo Teixeira, e o chefe da delegação brasileira no torneio, Marco Polo del Nero, o contato será feito por meio de uma videoconferência.
De Brasília, o presidente Lula vai desejar sorte e sucesso a um pequeno grupo que representará a seleção, a princípio formado pelo técnico Carlos Alberto Parreira, pelo coordenador técnico Zagallo e pelo capitão Cafu, que falaria em nome dos colegas. Existe a chance de outros atletas participarem, mas isso depende de detalhes técnicos ainda pendentes.
A videoconferência às vésperas da estréia do Brasil, no próximo dia 13, contra a Croácia, ratifica o bom relacionamento entre o presidente e Teixeira, dirigente que no passado foi criticado por Lula, mas que se reaproximou do Planalto desde a eleição do petista.
Essa sintonia contrasta também com o turbulento histórico da confederação com o governo de Fernando Henrique Cardoso, que antecedeu o de Lula. Na Copa-2002, o presidente tucano não manteve contato com o grupo que viria a ser pentacampeão.
Quando a equipe de Luiz Felipe Scolari estava em Ulsan, na preparação para o Mundial, só o então vice-presidente, Marco Maciel, enviou votos de sucesso para a seleção. Reservadamente, os atletas reclamaram da indiferença da FHC.
Teixeira, irritado com o governo, que deu apoio a duas CPIs que investigaram a CBF no Congresso, ameaçou não levar o time campeão a Brasília, e só mudou de idéia depois de receber pedido pessoal de Fernando Henrique.
Ainda assim, o tucano foi criticado por alguns atletas, especialmente por Rivaldo. Após saber das felicitações de FHC depois da conquista, o meia-atacante disse ser muito fácil elogiar somente na hora da vitória.
Depois de tornar-se presidente, Lula foi gradativamente se aproximando de Teixeira e de dirigentes de clubes.
Com a CBF, os principais responsáveis pela interlocução foram os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Delcídio Amaral (PT-MT). A ponte dos clubes com o Planalto foi feita, além do próprio ex-ministro Agnelo Queiroz, por dirigentes e conselheiros do Corinthians, time do presidente.
Alucinado por futebol, Lula é o líder máximo do país que mais comenta sobre o esporte. Em entrevista ao jornal "O Globo", ele fez rasgados elogios à seleção da Copa, se disse fã de Zagallo, classificou Vanderlei Luxemburgo como o melhor técnico do país e e afirmou que o Brasil "não é mais o país do futebol", em alusão ao êxodo de craques para o exterior.
(FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

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