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Lula terá encontro virtual com a seleção
Em videoconferência na quinta-feira, presidente vai desejar sorte ao time
Sintonia do governo com a CBF contrasta com 2002, quando apenas o vice de
Fernando Henrique enviou
votos de sucesso à equipe
DOS ENVIADOS A GENEBRA
Luiz Inácio Lula da Silva não
deverá mesmo ir à Alemanha,
mas já acertou com a CBF um
encontro virtual com a seleção.
Será na próxima quinta, véspera da abertura do Mundial.
Conforme o combinado entre o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., o presidente da
confederação, Ricardo Teixeira, e o chefe da delegação brasileira no torneio, Marco Polo del
Nero, o contato será feito por
meio de uma videoconferência.
De Brasília, o presidente Lula
vai desejar sorte e sucesso a um
pequeno grupo que representará a seleção, a princípio formado pelo técnico Carlos Alberto
Parreira, pelo coordenador técnico Zagallo e pelo capitão Cafu, que falaria em nome dos colegas. Existe a chance de outros
atletas participarem, mas isso
depende de detalhes técnicos
ainda pendentes.
A videoconferência às vésperas da estréia do Brasil, no próximo dia 13, contra a Croácia,
ratifica o bom relacionamento
entre o presidente e Teixeira,
dirigente que no passado foi
criticado por Lula, mas que se
reaproximou do Planalto desde
a eleição do petista.
Essa sintonia contrasta também com o turbulento histórico da confederação com o governo de Fernando Henrique
Cardoso, que antecedeu o de
Lula. Na Copa-2002, o presidente tucano não manteve contato com o grupo que viria a ser
pentacampeão.
Quando a equipe de Luiz Felipe Scolari estava em Ulsan, na
preparação para o Mundial, só
o então vice-presidente, Marco
Maciel, enviou votos de sucesso
para a seleção. Reservadamente, os atletas reclamaram da indiferença da FHC.
Teixeira, irritado com o governo, que deu apoio a duas
CPIs que investigaram a CBF
no Congresso, ameaçou não levar o time campeão a Brasília, e
só mudou de idéia depois de receber pedido pessoal de Fernando Henrique.
Ainda assim, o tucano foi criticado por alguns atletas, especialmente por Rivaldo. Após saber das felicitações de FHC depois da conquista, o meia-atacante disse ser muito fácil elogiar somente na hora da vitória.
Depois de tornar-se presidente, Lula foi gradativamente
se aproximando de Teixeira e
de dirigentes de clubes.
Com a CBF, os principais responsáveis pela interlocução foram os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Delcídio
Amaral (PT-MT). A ponte dos
clubes com o Planalto foi feita,
além do próprio ex-ministro
Agnelo Queiroz, por dirigentes
e conselheiros do Corinthians,
time do presidente.
Alucinado por futebol, Lula é
o líder máximo do país que
mais comenta sobre o esporte.
Em entrevista ao jornal "O Globo", ele fez rasgados elogios à
seleção da Copa, se disse fã de
Zagallo, classificou Vanderlei
Luxemburgo como o melhor
técnico do país e e afirmou que
o Brasil "não é mais o país do
futebol", em alusão ao êxodo de
craques para o exterior.
(FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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