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América do Sul discute mudar as eliminatórias
Dirigentes podem fazer concessões a europeus, que criticam a longa duração
Brasil teve apenas o 25º
melhor aproveitamento
entre os times da Copa, o
que mostra a dificuldade
da versão sul-americana
GUILHERME ROSEGUINI
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Favorita para conquistar a
Copa do Mundo, a seleção brasileira teve apenas o 25º desempenho nas eliminatórias,
entre 32 equipes. O resultado
pode ser explicado pelo formato singular da competição sul-americana, a única em todos os
continentes disputada em pontos corridos entre todos os times, com turno e returno.
Dirigentes da Conmebol e do
Comitê Executivo da Fifa discutem hoje a fórmula do campeonato, em reuniões em Munique (Alemanha). Pode sair
uma decisão para o classificatório para o Mundial 2010.
Os sul-americanos querem a
manutenção do formato, mas
devem fazer concessões aos europeus, que criticam a longa
duração do torneio.
A proposta da Conmebol é fazer apenas uma mudança no
torneio: acabar com as rodadas
duplas em 2007, pelas quais
dois jogos são disputados na seqüência. Assim, não haveria jogos no fim de semana pelas eliminatórias, o que retira os jogadores de partidas de seus times
europeus nas Ligas Nacionais.
Em 2008, as duplas voltariam.
Ontem, após reunião prévia
entre cartolas, um dos membros do Comitê Executivo da
Fifa contou que a tendência é
que todas as datas da competição sul-americana estejam
adaptadas ao calendário europeu, ou seja, não seriam disputadas em datas de jogos oficiais
de clubes do velho continente.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, recusou-se a falar
com a Folha.
O problema é que, com os
pontos corridos e todos contra
todos, cada time tem que jogar
18 vezes pelas eliminatórias
sul-americanas.
Na Europa, são dez partidas
por grupo, com mais dois jogos
para que equipes disputarem a
repescagem. Ou seja, seis jogos
teriam de coincidir com amistosos de seleções européias.
Além da Conmebol, só a
Concacaf (Confederação da
América Central, Norte e Caribe) tem times que chegam a 18
jogos, alguns atuaram 20 vezes.
Na África, as equipes jogam entre 10 e 14 partidas. Na Ásia, enfrentam somente 12 jogos.
Com o excesso de partidas,
os sul-americanos têm alguns
dos piores aproveitamentos
entre os 32 classificados à Copa. Juntamente com o Brasil, e
igualmente favorita, a Argentina também teve 63% de rendimento. Em 2002, a seleção
quase não foi ao Mundial.
Paraguai e Equador têm os
piores desempenhos em pontos, ao lado da Costa Rica.
Beneficiados por competições enxutas e rivais fracos, Japão e Arábia Saudita, forças secundárias, estão no outro extremo da tabela. Os japoneses
tiveram o melhor aproveitamento (91.7%) e os árabes, o segundo (88,9%).
Com adversários mais difíceis, Holanda e Inglaterra e
Portugal também se destacam,
ficando entre os seis primeiros.
Quem decidirá o destino das
eliminatórias será o Comitê
Executivo da Fifa, que tem nove europeus e três sul-americanos, de um total de 24.
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