São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2006

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São Paulo empata e perde liderança em Caxias do Sul

Em confronto ruim com o Juventude, com muitas faltas e três expulsões, juiz decide placar com erros nos dois gols

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O destaque do 1 a 1 entre Juventude e São Paulo foi o árbitro Lourival Dias Lima Filho, que conseguiu ir da honra ao mérito ao festival de erros a menos de dez minutos do fim.
Primeiro, ele foi digno de aplausos ao reconhecer um erro, comportamento raro entre os homens do apito em geral.
No início do segundo tempo, Lourival marcou um pênalti contra o São Paulo em um toque de mão de André Dias nitidamente fora da área, para a alegria dos gaúchos da serra.
Conversou com seu auxiliar, voltou atrás e ainda anulou corretamente o gol impedido de Christian, do Juventude.
Mas, aos 39min do segundo tempo, Lourival validou um gol do reserva Éder Ceccon. No lance, o goleiro são-paulino Bosco sofrera clara infração.
Ao erro não-reconhecido, sucederam-se outros. Lourival levou um empurrão do são-paulino Thiago, que merecia o amarelo. Mas ficou de graça.
Por fim, aos 45min, talvez levado pela culpa, Lourival se deixou enganar por uma queda de Danilo e deu um pênalti inexistente contra o Juventude. Sobrou até um cartão amarelo para o zagueiro Igor.
Júnior bateu e empatou. O resultado deixa o São Paulo na terceira posição até que a Copa da Alemanha se encerre.
O técnico Muricy Ramalho havia previsto um jogo difícil para o São Paulo em Caxias do Sul. Mas, em vez de reforçar a marcação com um homem talhado para isso, como Ramalho, preferiu lançar o meia-atacante Leandro e cobrar pegada.
Isso se percebeu pelo exagero de faltas que o São Paulo cometeu na primeira etapa: surpreendentes 23 infrações.
Bastou um André Dias para fazer na primeira etapa o mesmo número de faltas que toda a equipe do Juventude na primeira etapa, levando somente o amarelo. André ainda faria mais duas faltas, igualando o recorde de faltas numa partida do Brasileiro-07, detido por Lauro (Juventude) e Neguete (Paraná). Obviamente, mereceu o vermelho de ontem.
Também foram justamente expulsos Fabrício, do Juventude, e Fabão, do São Paulo, em lances violentos. Três cartões vermelhos que servem como indícios de que o jogo foi ruim, com 39 infrações são-paulinas e 21 do Juventude.
Curiosamente, foi batendo que o São Paulo estabeleceu uma superioridade ofensiva. Finalizou sete vezes, a maior parte delas de fora da área, contra uma do time gaúcho. No geral, foram 17 para o São Paulo e nove para o Juventude.
Só que o jogo ficou muito preso ao meio, com pouca criatividade, emoções raras e uma sensação de que até os atletas do Brasileiro estão doidos para ver a Copa, dadas as atuações ruins, como a de Ricardo Oliveira. Na volta, em julho, o São Paulo receberá o Grêmio, e o Juventude vai visitar o Flu.


Com colaboração da Agência Folha, em Caxias do Sul

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