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São Paulo empata e perde liderança em Caxias do Sul
Em confronto ruim com o Juventude, com muitas faltas e três expulsões, juiz decide placar com erros nos dois gols
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O destaque do 1 a 1 entre Juventude e São Paulo foi o árbitro Lourival Dias Lima Filho,
que conseguiu ir da honra ao
mérito ao festival de erros a
menos de dez minutos do fim.
Primeiro, ele foi digno de
aplausos ao reconhecer um erro, comportamento raro entre
os homens do apito em geral.
No início do segundo tempo,
Lourival marcou um pênalti
contra o São Paulo em um toque de mão de André Dias nitidamente fora da área, para a
alegria dos gaúchos da serra.
Conversou com seu auxiliar,
voltou atrás e ainda anulou corretamente o gol impedido de
Christian, do Juventude.
Mas, aos 39min do segundo
tempo, Lourival validou um gol
do reserva Éder Ceccon. No
lance, o goleiro são-paulino
Bosco sofrera clara infração.
Ao erro não-reconhecido, sucederam-se outros. Lourival levou um empurrão do são-paulino Thiago, que merecia o amarelo. Mas ficou de graça.
Por fim, aos 45min, talvez levado pela culpa, Lourival se
deixou enganar por uma queda
de Danilo e deu um pênalti inexistente contra o Juventude.
Sobrou até um cartão amarelo
para o zagueiro Igor.
Júnior bateu e empatou. O
resultado deixa o São Paulo na
terceira posição até que a Copa
da Alemanha se encerre.
O técnico Muricy Ramalho
havia previsto um jogo difícil
para o São Paulo em Caxias do
Sul. Mas, em vez de reforçar a
marcação com um homem talhado para isso, como Ramalho,
preferiu lançar o meia-atacante
Leandro e cobrar pegada.
Isso se percebeu pelo exagero de faltas que o São Paulo cometeu na primeira etapa: surpreendentes 23 infrações.
Bastou um André Dias para
fazer na primeira etapa o mesmo número de faltas que toda a
equipe do Juventude na primeira etapa, levando somente
o amarelo. André ainda faria
mais duas faltas, igualando o
recorde de faltas numa partida
do Brasileiro-07, detido por
Lauro (Juventude) e Neguete
(Paraná). Obviamente, mereceu o vermelho de ontem.
Também foram justamente
expulsos Fabrício, do Juventude, e Fabão, do São Paulo, em
lances violentos. Três cartões
vermelhos que servem como
indícios de que o jogo foi ruim,
com 39 infrações são-paulinas
e 21 do Juventude.
Curiosamente, foi batendo
que o São Paulo estabeleceu
uma superioridade ofensiva.
Finalizou sete vezes, a maior
parte delas de fora da área, contra uma do time gaúcho. No geral, foram 17 para o São Paulo e
nove para o Juventude.
Só que o jogo ficou muito
preso ao meio, com pouca criatividade, emoções raras e uma
sensação de que até os atletas
do Brasileiro estão doidos para
ver a Copa, dadas as atuações
ruins, como a de Ricardo Oliveira. Na volta, em julho, o São
Paulo receberá o Grêmio, e o
Juventude vai visitar o Flu.
Com colaboração da Agência Folha, em Caxias do Sul
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