São Paulo, sábado, 05 de junho de 2010

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Torcida local faz as pazes com os Bafana Bafana

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO

Aberto um portão lateral da Universidade de Wits, um grupo de 50 crianças corre aos gritos até uma grade. Do outro lado está a seleção sul-africana, os Bafana Bafana.
No gramado, um treino de bola parada teve de 20 a 25 cruzamentos, mas nenhum gol. Cabeçadas e rebatidas sem direção eram a tônica.
Mas, a cinco dias da estreia no Mundial, o país está reconciliado com sua seleção. Todas as sextas-feiras repete--se o mar de camisas amarelas da equipe por Johannesburgo. Em uma volta por ruas e shopping, a Folha viu que um em cada cinco sul-africanos as usava.
A paixão foi recuperada desde o final de 2009, quando o técnico Carlos Alberto Parreira voltou. Desde então, são 11 jogos invictos.
Mas os resultados explicam-se mais por uma estratégia do treinador do que pela qualidade do seu time.
A África do Sul pegou Japão, Jamaica (duas vezes), Zimbábue, Namíbia, Paraguai, Coreia do Norte, Tailândia, Bulgária, Colômbia e Guatemala. Só três deles estão no Mundial. Hoje, terá o amistoso mais difícil diante da Dinamarca, em Pretória.
"Quando cheguei, ninguém acreditava mais que pudéssemos nos classificar. O moral estava lá embaixo", contou Parreira sobre os nove jogos sem vitórias com o antecessor Joel Santana. "Onze jogos sem perder dá confiança", acrescentou.
Agora, fãs, jogadores e o técnico acham que podem ir à segunda fase em um grupo com França, Uruguai e México. Segundo Parreira, classificar-se à segunda fase é "como subir o Everest". Por isso, não promete a vaga. Mas afirma que o time vai jogar bem.
Pelo visto no treino de ontem, para os Bafana Bafana, talvez jogar bem seja mais difícil do que se classificar.


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