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Torcida local faz as pazes com os Bafana Bafana
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO
Aberto um portão lateral
da Universidade de Wits, um
grupo de 50 crianças corre
aos gritos até uma grade. Do
outro lado está a seleção sul-africana, os Bafana Bafana.
No gramado, um treino de
bola parada teve de 20 a 25
cruzamentos, mas nenhum
gol. Cabeçadas e rebatidas
sem direção eram a tônica.
Mas, a cinco dias da estreia
no Mundial, o país está reconciliado com sua seleção.
Todas as sextas-feiras repete--se o mar de camisas amarelas da equipe por Johannesburgo. Em uma volta por
ruas e shopping, a Folha viu
que um em cada cinco sul-africanos as usava.
A paixão foi recuperada
desde o final de 2009, quando o técnico Carlos Alberto
Parreira voltou. Desde então,
são 11 jogos invictos.
Mas os resultados explicam-se mais por uma estratégia do treinador do que pela
qualidade do seu time.
A África do Sul pegou Japão, Jamaica (duas vezes),
Zimbábue, Namíbia, Paraguai, Coreia do Norte, Tailândia, Bulgária, Colômbia e
Guatemala. Só três deles estão no Mundial. Hoje, terá o
amistoso mais difícil diante
da Dinamarca, em Pretória.
"Quando cheguei, ninguém acreditava mais que
pudéssemos nos classificar.
O moral estava lá embaixo",
contou Parreira sobre os nove jogos sem vitórias com o
antecessor Joel Santana.
"Onze jogos sem perder dá
confiança", acrescentou.
Agora, fãs, jogadores e o
técnico acham que podem ir
à segunda fase em um grupo
com França, Uruguai e México. Segundo Parreira, classificar-se à segunda fase é "como subir o Everest". Por isso,
não promete a vaga. Mas afirma que o time vai jogar bem.
Pelo visto no treino de ontem, para os Bafana Bafana,
talvez jogar bem seja mais difícil do que se classificar.
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