São Paulo, domingo, 05 de junho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

FOCO

Discreto, auxiliar de Mano destoa de seus antecessores

DO ENVIADO A GOIÂNIA

Sidnei Lobo, 41, ri da própria condição de quase anonimato. "Tem gente que nem sabe que eu sou o auxiliar do Mano Menezes, e olha que estamos juntos há oito anos." Ele prefere que seja assim.
Braço direito do técnico da seleção, Sidnei está em uma função que nas últimas quatro Copas foi exercida (ainda que com outro nome) por gente que chamava muito mais atenção, como Zico, Murtosa, Zagallo e Jorginho.
Sidnei faz questão de não criticar seus antecessores, mas as diferenças são evidentes. Sobretudo com Jorginho, que às vezes respondia por Dunga nas entrevistas e dava sermões em jornalistas.
"Nunca dei entrevista ao lado do Mano no XV de Campo Bom, vou fazer isso na seleção?", disse Sidnei à Folha, anteontem, em Goiânia.
A relação começou há oito anos, quando um iniciava a carreira de treinador e o outro encerrava a de jogador.
Revelado pelo São Paulo, o então volante Sidnei estava no Iraty (PR). Aceitou o convite para ser auxiliar do técnico e desde então não teve outro emprego. Passaram juntos por sete clubes e nunca foram demitidos.
"O que mais aprendi com o Mano foi sobre respeito, sobre como lidar com o grupo." Mas não disse o que tinha ensinado ao treinador. "Tem que perguntar para ele."
Mano já elogiou seus conhecimentos sobre tática.
Nos últimos anos, Sidnei recebeu convites de clubes do Brasil para virar treinador. Respondeu que pretendia ficar mais alguns anos como auxiliar de Mano.
Na seleção, sem a rotina de treinos quase diários e partidas semanais, Sidnei virou mais observador. Ele fica em São Paulo, Mano, no Rio, e Rafael Vieira [outro assistente], em Porto Alegre.
Sidnei ajuda na confecção das listas de convocados, opina sobre atletas e suas funções táticas. "Às vezes há divergências, mas tudo é resolvido na conversa."
Ele ainda não conseguiu identificar "problemas de comportamento" na seleção. "O período de convivência é muito curto. E a gente já tem experiência, vai saber lidar."
Um de seus ex-atletas com quem mantém bom relacionamento é Ronaldo. Na semana passada, mandou uma mensagem para o ex-jogador, que se despede da seleção na terça, em São Paulo.
"Quero que você faça como o Maldini quando se despediu do futebol", escreveu.
O ex-zagueiro do Milan teria dado um relógio Rolex para cada integrante da comissão técnica da Itália.
A resposta: "Posso até dar um relógio para vocês, mas não vai ser um Rolex, não".
Sidnei, que conviveu com Ronaldo por um ano e meio no Corinthians, não vai esperar pelo presente: "Duvido".
(MARTÍN FERNANDEZ)


Texto Anterior: Hostil, torcida goiana grita "timinho" e vaia
Próximo Texto: Jogo-teste fica longe do padrão Fifa
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.