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encalhe
Com Corinthians, público da Série B cai
Média geral diminui 13% e despenca 32% nos jogos que não envolvem clube, aposta de aumento dos lucros no torneio
Falta de bebidas alcoólicas, estádios interditados e fracasso corintiano na Copa do Brasil são justificativas dos cartolas para a queda
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A aposta era que a presença
do Corinthians iria encorpar a
bilheteria da Série B. Mas, depois de oito rodadas completas,
o que aconteceu é um emagrecimento na venda de ingressos.
Considerável quando se contabiliza as partidas do clube
paulista. E alarmante sem elas.
Segundo dados oficiais da
CBF, os jogos das oito rodadas
iniciais tiveram média de 5.516
pagantes, ou 13% a menos do
que no mesmo número de jornadas iniciais no ano passado.
Subtraindo os oito confrontos corintianos, a média da segunda divisão cai para 4.289
pagantes por jogo, um tombo
de 32% em relação ao que aconteceu da primeira até a oitava
rodada no ano passado.
Somente seis clubes, entre os
20 participantes, conseguiram
superar a média das oito rodadas iniciais de 2007, quando a
Série B tinha a mesma fórmula
que a atual, com pontos corridos em turno e returno.
Em alguns casos, como o do
CRB, o público médio caiu praticamente pela metade em relação ao que aconteceu na temporada passada, quando as
maiores atrações da Série B
eram Coritiba, Portuguesa,
Santa Cruz e Vitória.
Os organizadores e os cartolas dos clubes da segunda divisão nacional têm um rosário de
justificativas para o desempenhou ruim do campeonato na
bilheteria até agora.
José Neves, o presidente da
FBA (Futebol Brasil Associados), a entidade que toca comercialmente a Série B, aponta
uma série de motivos.
"Primeiro, clubes que estão
lutando pelos primeiros lugares, como Avaí e Juventude,
não estão com boas médias. O
Bahia [média como mandante
de pouco mais de 2.000 torcedores] também não poder jogar
em Salvador atrapalha muito",
diz Neves, que tem outras teses,
mais incomuns, sobre o tema.
Segundo o cartola, a bilheteria vai melhorar depois que fique mais claro os clubes que
vão lutar contra o rebaixamento para a Série C. "Nessa hora, o
torcedor sempre aparece."
Neves também torce para
que o Corinthians não dispare
na liderança nem entre em crise com uma série de resultados
ruins. "Se o Corinthians começar a tomar muita lapada, a coisa vai ficar feia", afirma.
Os clubes também têm explicações distintas sobre o fracasso de público da Série B.
Um dos clubes citados por
Neves como responsável pela
baixa procura de ingressos, o
Avaí, de Santa Catarina, coloca
a culpa na decisão da CBF de
proibir a venda de bebida alcoólica nos estádios em todo o
Brasil (em São Paulo isso já
acontece há muitos anos).
"Até nossos sócios não estão
indo ao estádio. Eles preferem
ficar em casa, vendo pelo pay-per-view e tomando uma cerveja", diz João Zunino, o presidente do Avaí. Ele calcula que a
média de 4.600 torcedores do
clube poderia aumentar até em
30% caso o álcool fosse liberado. "Foi uma decisão precipitada, que não vai resolver os problemas de violência no estádio", afirma Zunino, que ainda
aponta o trânsito ruim para a
fuga dos torcedores.
O Bragantino é o dono dos
três menores públicos do torneio -jogou só para 81 pagantes contra o CRB. O clube culpa
o fato de não poder jogar no seu
estádio, em reformas.
Marquinhos Chedid, presidente do clube paulista, também aponta outro fator que
derruba o público da Série B.
"O Corinthians ter perdido a
Copa do Brasil para o Sport foi
péssimo. O torcedor perdeu
parte do interesse por causa
disso", diz ele, que esperava 25
mil pessoas no jogo contra os
corintianos que mandou em
Ribeirão Preto, mas vendeu
menos de 6.000 ingressos.
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