São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008 |
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MOTOR As contas de Bruno
FÁBIO SEIXAS EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE NÃO HÁ hoje, no planeta, piloto mais disputado do que Bruno Senna. Pelo menos nas páginas físicas e virtuais. Puxando pela memória, de duas semanas para cá Bruno foi colocado na Honda, na BMW, na Toro Rosso. No primeiro caso, o interesse é real, mas o caminho até um acordo é longo. O segundo e o terceiro parecem etéreos, mas óbvios: teriam o dedo de Berger, mecenas do retorno do primeiro-sobrinho ao esporte. Antes, falaram de Williams e de McLaren. Metade do grid, portanto. Nem Alonso consegue a façanha. Porque são poucas as equipes com condições de pagar o que ele pede. E entre essas poucas, Ferrari, ocupada para 2009, e McLaren, por tudo o que aconteceu em 2007, estão fora. E por que isso acontece? Porque o momento é propício: Bruno é a bola da vez. Disputa sua segunda temporada de GP2 e é um dos raros do pelotão da frente que ainda não está amarrado a ninguém. Porque, claro, carrega um potencial de marketing gigantesco. E sabe lidar com isso. Sorri para todos os lados, leva as marcas que o patrocinam para cima e para baixo, não se irrita nem se acanha ao falar do tio. E porque vem fazendo bonito na pista. Após o sucesso em Mônaco, tornou-se líder do campeonato. Após os problemas em Magny-Cours, caiu para segundo. Ontem, porém, deu um belo passo para regressar ao topo, cravando a pole para a corrida de hoje em Silverstone. A chegada à categoria-mãe acontecerá em 2009, pode apostar. Porém, mais importante do que descobrir por qual escuderia será definir qual vai ser sua função. Por anos, a rota natural (e ideal) era atuar como piloto de testes. Assim, o piloto ganhava rodagem com um F-1 antes da estréia em GPs, reduzindo a chance de se queimar. Não é mais. Com as limitações de quilometragem impostas pela FIA para cortar custos, hoje os terceiros pilotos pouco trabalham. Na semana passada, todos os 20 titulares testaram em Silverstone. E apenas dois reservas estiveram por lá: Kobayashi, pela Toyota, e Liuzzi, da Force India. Em 2006, o campeão dos testes foi Kovalainen, então reserva da Renault: rodou 23.077 km no ano. Em 2007, o finlandês repetiu o feito. Com duas diferenças fundamentais. Já era titular. E fez "só" 13.366 km. Em 2006, dos dez pilotos que mais testaram ao longo da temporada, seis eram reservas. Em 2007, só um. A ociosidade é tanta que Di Grassi, "test driver" da Renault, resolveu retornar à GP2 para manter a forma. Reserva numa equipe média/ grande (BMW) ou titular numa pequena (Toro Rosso)? É essa a equação que Bruno precisa resolver. (O problema é que, por ora, a opção mais real é também a mais frágil: reserva na claudicante Honda.) Os números acima podem ajudar. fseixas@folhasp.com.br Texto Anterior: Basquete: Seleção embarca para Grécia e busca defesa mais sólida Próximo Texto: José Geraldo Couto: Maracanazos Índice |
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