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Nos números, Holanda atual supera Carrossel
Time de Sneijder tem aproveitamento melhor do que a seleção de 1974
RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO
A Holanda está a uma vitória de igualar seu melhor resultado em Copas do Mundo.
E, pelo menos nos números,
a geração de Wesley Sneijder
e Arjen Robben já supera a
lendária equipe liderada pelo atacante Johan Cruyff.
Se bater o Uruguai, amanhã, o time que eliminou o
Brasil estará classificado para a decisão. O Carrossel Holandês, que revolucionou o
futebol na Copa da Alemanha-1974, foi vice-campeão,
assim como a seleção do
Mundial da Argentina-1978.
Nos últimos dois anos,
desde o fim da Eurocopa-2008, a Holanda disputou 26
partidas. Ganhou 19 delas e
só perdeu uma vez. Ostenta
aproveitamento de 80,8%
dos pontos que disputou.
Em jogos oficiais, o desempenho é melhor ainda. A
equipe comandada por Bert
van Marwijk passou pelas eliminatórias com 100% de
aproveitamento e venceu todas as cinco partidas que fez
na Copa da África do Sul.
A única derrota holandesa
no período foi o 2 a 1 sofrido
diante da Austrália, em amistoso realizado em setembro
de 2008, em Eindhoven. De
lá para cá, já são 24 partidas
de invencibilidade, além de
nove vitórias consecutivas.
O time liderado por Cruyff
nunca teve séries tão expressivas assim nem era tão eficiente quanto o de agora.
Entre agosto de 1972 e julho de 1974, a seleção laranja
entrou em campo 20 vezes.
Obteve 12 vitórias, seis empates e duas derrotas (uma delas contra a Alemanha Ocidental, na final da Copa). O
time fechou o período com
70% de aproveitamento.
Além da disposição tática
revolucionária e da alta mobilidade de jogadores que
não tinham posições fixas
em campo, aquela equipe
contava com outra diferença
gritante em relação ao time
de 2010: a volúpia ofensiva.
O Carrossel dava show e
aplicava goleadas. Ainda nas
eliminatórias, fez 9 a 0 na Noruega. Contra a Argentina, já
pelo Mundial-1974, o resultado foi mais modesto: 4 a 0.
Nos dois anos entre Euro e
Copa, a Holanda de Cruyff fez
50 gols (média de 2,5 por jogo) e sofreu 12 (0,6 de média).
O time de Sneijder e Robben tem estilo mais pragmático e raramente transforma
superioridade em placares
elásticos. Passa a impressão
de estar se poupando, administrando o resultado. Por isso, tem sido comum triunfar
com vantagem apertada.
Os números traduzem a diferença na forma de jogar. Se
a defesa registra marcas semelhantes às do time de 1974
(16 gols contra, 0,61 por jogo), o poder do ataque atual é
inferior. Com 51 tentos anotados, tem média de 1,96.
Apesar do êxito na Copa, o
estilo pragmático do time de
Van Marwijk gera críticas no
país. O líder das reclamações
é justamente Johan Cruyff.
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