São Paulo, domingo, 05 de agosto de 2007

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Alonso bloqueia Hamilton e perde a pole no tapetão

Nove horas após a definição do grid, FIA pune manobra do espanhol sobre inglês nos boxes e muda resultado da pista

Além de o campeão mundial perder cinco posições na largada, pontos da McLaren não serão computados para o Mundial de Construtores

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BUDAPESTE

O relógio marcava 23h50 na Hungria quando, enfim, saiu a definição do grid de largada da 11ª etapa do Mundial de F-1.
Na pista, quase nove horas antes, a pole ficou com Fernando Alonso. Mas, após uma manobra polêmica do espanhol no treino, que impediu Lewis Hamilton de sair para sua última volta lançada, a FIA, entidade máxima do automobilismo, resolveu investigar o caso.
E puniu o espanhol com a perda de cinco posições no grid da corrida de hoje, que começa às 9h. Assim, Hamilton herdou a pole, e Alonso sai em sexto.
Mas não foi só isso. A entidade também puniu a McLaren. A equipe perderá os pontos que eventualmente conquiste hoje no Mundial de Construtores.
A investigação foi aberta graças ao que aconteceu a poucos minutos do final do treino. O piloto inglês tinha o melhor tempo da sessão quando Alonso parou nos boxes para trocar os pneus e ir à pista pela última vez. Hamilton veio logo atrás.
Mas o espanhol não saiu assim que os pneus de seu carro foram trocados. Alonso ficou parado por cerca de dez segundos, enquanto seu companheiro aguardava. Quando o inglês deixou os boxes, porém, tinha menos de 1min26s para completar a volta de aquecimento e sair para sua volta lançada. Mas não teve tempo suficiente.
Sem a ameaça, Alonso foi à pista e fez a pole, relegando Hamilton para o segundo lugar.
A FIA pediu explicações à equipe. Enquanto isso, no paddock, Ron Dennis, chefe do time inglês, dava uma complexa versão sobre a história toda.
"Temos uma série de procedimentos a serem seguidos. Durante o treino, temos que esperar que os motores dos carros cheguem a uma determinada temperatura. Portanto eles são mandados à pista assim que possível", declarou Dennis.
"Como o de Lewis atingiu essa temperatura primeiro, o que significa que havia queimado mais combustível, liberamos ele antes. Assim, Fernando teria que ficar mais na pista para queimar mais combustível."
Aí vieram ordens para que Hamilton cedesse seu lugar a Alonso. Mas o inglês não as seguiu. "A estratégia era deixar o Fernando passar, como Ron disse. Mas estava no fim do pitlane e tinha ele e o Kimi Raikkonen atrás", disse Hamilton.
"Achei que, se deixasse o Fernando passar, estaria dando chance de o Kimi me passar também. Aí, fui embora. Não achei que era um problema."
Alonso jura que não agiu por conta própria, que seguiu ordens da equipe para ficar mais tempo nos boxes, o que acabou atrasando o companheiro.
"Sei que parece que foi culpa minha porque ele [Hamilton] não conseguiu fazer sua última tentativa, mas, mesmo se tivesse saído, cinco segundos antes, ele não teria ficado com a pole."
Mas nenhuma das complexas justificativas convenceu a FIA, que, após quatro horas de reunião, decidiu pela punição. "A explicação de Alonso para justificar porque ficou dez segundos a mais nos boxes é inaceitável", dizia o comunicado.
O espanhol alegou que houve falha de comunicação no tempo em que esteve parado nos boxes e que precisou dos dez segundos para falar com o time.
Sobre a McLaren, a entidade afirmou que a equipe segurou Alonso desnecessariamente por 20 segundos. Pela análise dos vídeos, o pit do espanhol durou apenas seis. A justificativa do time era que havia muitos carros na pista, o que atrapalharia a volta de Alonso.
"Dos quatro carros que estavam na pista naquele momento, todos param para o último pit stop, à exceção do de Raikkonen. Portanto não havia necessidade de manter Alonso por 20 segundos para achar um bom momento de ir à pista."
A McLaren apelou da decisão sobre os pontos.


NA TV - GP da Hungria Globo, ao vivo, às 9h

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