São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2010

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"Big brother" da Copa-14 faz pressão

Câmeras fiscalizadoras de obras do torneio seriam instrumento político

DO RIO

O diretor técnico do Clube de Engenharia do Rio, Abílio Borges, afirmou que o ""big brother" que o COL (Comitê Organizador Local da Copa-14) anunciou que vai montar nas obras nos 12 estádios envolvidos no Mundial "é interessante para fazer pressão política" nos responsáveis pelas construções.
O comitê brasileiro promete instalar câmeras de vídeo nos canteiros até outubro, para poder acompanhar diariamente a evolução das obras nas arenas do torneio.
Segundo o presidente da CBF e do COL, Ricardo Teixeira, as imagens serão geradas para a sede da entidade no Rio e poderão ser vistas também por funcionários da Fifa, governantes e pelos comitês das 12 cidades-sedes.
O dirigente não descarta a possibilidade de disponibilizar as imagens captadas num site com livre acesso.
"Acho interessante colocar essas câmeras. Vai botar pressão nos governantes e servirá como um instrumento político", disse o diretor do Clube de Engenharia do Rio.
As obras de todas as arenas estão atrasadas. Apenas seis já tiveram início.
O Maracanã, que vai abrigar a final do torneio de 2014, ainda não tem data definida para o início das obras.
A secretário estadual de Esporte, Marcia Lins, admitiu que o estádio poderá ficar aberto até o final do ano por causa da demora na conclusão da licitação.
Já São Paulo, que deve receber a abertura da Copa, ainda não teve nem o seu estádio para o torneio definido.
Apesar de elogiar a iniciativa do comitê organizador, o diretor do Clube de Engenharia acredita que a entidade também terá que exigir a publicação do cumprimento do cronograma das obras e realizar vistorias técnicas periódicas nos canteiros.
"As câmeras são interessantes, mas não basta. Eles terão que exigir o andamento do cronograma e acesso dos seus técnicos nos locais das obras. A visita técnica é insuperável", disse Borges.
De acordo com o COL, os comitês das cidades-sedes terão de dispor, em cada estádio, de um escritório com engenheiro ou arquiteto, uma central de recepção de imagens, uma sala de vídeo e teleconferência, além de vários equipamentos, como rádio, laptop e impressora.
A estimativa feita pelo comitê organizador é de que a construção de estádios com capacidade para 65 mil torcedores demore 30 meses.
Pelo menos quatro arenas precisarão estar prontas até dezembro de 2012, prazo estabelecido pela Fifa para definir quais as cidades que receberão a Copa das Confederações, que ocorre em 2013.
O torneio é usado pela Fifa como teste para a Copa do Mundo no ano seguinte.
Ontem, funcionários do COL apresentaram em Zurique, na Suíça, um relatório sobre o próximo Mundial aos dirigentes da Fifa.


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