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brasil x país de gales
Ronaldinho tenta aliviar o peso da 10
Astro estréia na seleção sob o comando de Dunga no dia em que completa exatos 2 anos como dono do número de Pelé
Depois que passou a vestir camisa com que estrela campanhas publicitárias,
craque viu sua produção no time nacional despencar
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ronaldinho, 26, volta à seleção brasileira hoje, às 15h30,
contra o País de Gales, em Londres, para provar que a camisa
10 da equipe, da qual virou dono há exatos dois anos, não é
pesada demais para ele.
Desde que passou a vestir o
número mítico, no dia 5 de setembro de 2004, contra a Bolívia, o meia-atacante viu sua
produção despencar.
Antes, Ronaldinho era coadjuvante no time nacional e tinha média de 0,48 gol feito.
Com a 10 que pediu para usar e
protagoniza milionária campanha publicitária, fez 0,29 tento
por partida, uma redução de
40% em relação ao tempo em
que vestia outros números.
Já são dez jogos e mais de um
ano sem comemorar um gol.
Anteontem, ele ficou de fora,
e o Brasil de Dunga ganhou fácil
da Argentina por 3 a 0. Robinho
usou a 10 e foi bem, mas disse
no vestiário que o número pertence ao jogador do Barcelona.
Além disso, o ex-santista deve
começar na reserva hoje contra
o País de Gales.
Recuperado das dores na
perna e de uma lombalgia, Ronaldinho teve sua escalação
confirmada por Dunga ontem
cedo, antes do treino de reconhecimento no estádio do Tottenham, local do jogo de hoje e
que não tem o mesmo gigantismo do Emirates Stadium, palco
do clássico com os argentinos.
"A seleção brasileira está em
Londres, uma das capitais da
bola, para jogar um grande futebol, e Ronaldinho quer ser
parte disso", falou o treinador.
"Acredito que vou poder jogar, tenho me sentido muito
melhor, a recuperação tem sido
boa", afirmou o barcelonista,
que não foi na contramão do
discurso antiestrelismo que virou a seleção com Dunga.
"É uma nova etapa. O professor está dando oportunidade
para novos jogadores. Para
mim, não dificulta muito, são
todos excelentes jogadores. A
diferença é que alguns são consagrados e outros ainda estão
buscando seu espaço."
O barcelonista jogará ao lado
de Kaká. E, assim como o milanista, que começou o jogo contra a Argentina na reserva, disse que a política de Dunga tem
que valer para todos.
"Futebol é momento, e o jogador tem que provar todo dia
que merece jogar na seleção.
Estou de acordo com o que o
Dunga falou", disse o astro.
Calado com a imprensa brasileira desde o fracasso na Alemanha, Ronaldinho comentou
o desastre do time.
"As críticas vieram, e não podia ser diferente. Com a equipe
que tínhamos, as expectativas
eram muito grandes, e não provamos tudo o que podíamos."
Diante do País de Gales, Dunga não repete a firmeza no discurso de que, com ele no comando, Ronaldinho e Kaká irão
jogar como em seus times.
"Eu vou tentar fazer com que
eles joguem o mais próximo
possível de suas posições nos
clubes, mas cada um tem que
ceder um pouco", disse o treinador, que, depois do confronto de hoje, volta a dirigir a seleção no dia 7 de outubro, contra
o Kuait, no Oriente Médio. Em
novembro, ele pega a Suíça.
Mas o treinador mostrou interesse em falar com Ronaldinho sobre posicionamento.
"A gente conversou um pouco, e eu disse como eu jogo no
Barcelona, um meia livre, vindo
do lado esquerdo para o meio e
tendo liberdade", falou o duas
vezes eleito melhor do mundo.
NA TV - Brasil x País de Gales
Globo, ao vivo, às 15h30
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