São Paulo, terça-feira, 05 de setembro de 2006

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brasil x país de gales

Ronaldinho tenta aliviar o peso da 10

Astro estréia na seleção sob o comando de Dunga no dia em que completa exatos 2 anos como dono do número de Pelé

Depois que passou a vestir camisa com que estrela campanhas publicitárias, craque viu sua produção no time nacional despencar

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DE LONDRES

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ronaldinho, 26, volta à seleção brasileira hoje, às 15h30, contra o País de Gales, em Londres, para provar que a camisa 10 da equipe, da qual virou dono há exatos dois anos, não é pesada demais para ele.
Desde que passou a vestir o número mítico, no dia 5 de setembro de 2004, contra a Bolívia, o meia-atacante viu sua produção despencar.
Antes, Ronaldinho era coadjuvante no time nacional e tinha média de 0,48 gol feito. Com a 10 que pediu para usar e protagoniza milionária campanha publicitária, fez 0,29 tento por partida, uma redução de 40% em relação ao tempo em que vestia outros números.
Já são dez jogos e mais de um ano sem comemorar um gol.
Anteontem, ele ficou de fora, e o Brasil de Dunga ganhou fácil da Argentina por 3 a 0. Robinho usou a 10 e foi bem, mas disse no vestiário que o número pertence ao jogador do Barcelona. Além disso, o ex-santista deve começar na reserva hoje contra o País de Gales.
Recuperado das dores na perna e de uma lombalgia, Ronaldinho teve sua escalação confirmada por Dunga ontem cedo, antes do treino de reconhecimento no estádio do Tottenham, local do jogo de hoje e que não tem o mesmo gigantismo do Emirates Stadium, palco do clássico com os argentinos.
"A seleção brasileira está em Londres, uma das capitais da bola, para jogar um grande futebol, e Ronaldinho quer ser parte disso", falou o treinador.
"Acredito que vou poder jogar, tenho me sentido muito melhor, a recuperação tem sido boa", afirmou o barcelonista, que não foi na contramão do discurso antiestrelismo que virou a seleção com Dunga.
"É uma nova etapa. O professor está dando oportunidade para novos jogadores. Para mim, não dificulta muito, são todos excelentes jogadores. A diferença é que alguns são consagrados e outros ainda estão buscando seu espaço."
O barcelonista jogará ao lado de Kaká. E, assim como o milanista, que começou o jogo contra a Argentina na reserva, disse que a política de Dunga tem que valer para todos.
"Futebol é momento, e o jogador tem que provar todo dia que merece jogar na seleção. Estou de acordo com o que o Dunga falou", disse o astro.
Calado com a imprensa brasileira desde o fracasso na Alemanha, Ronaldinho comentou o desastre do time.
"As críticas vieram, e não podia ser diferente. Com a equipe que tínhamos, as expectativas eram muito grandes, e não provamos tudo o que podíamos."
Diante do País de Gales, Dunga não repete a firmeza no discurso de que, com ele no comando, Ronaldinho e Kaká irão jogar como em seus times.
"Eu vou tentar fazer com que eles joguem o mais próximo possível de suas posições nos clubes, mas cada um tem que ceder um pouco", disse o treinador, que, depois do confronto de hoje, volta a dirigir a seleção no dia 7 de outubro, contra o Kuait, no Oriente Médio. Em novembro, ele pega a Suíça.
Mas o treinador mostrou interesse em falar com Ronaldinho sobre posicionamento.
"A gente conversou um pouco, e eu disse como eu jogo no Barcelona, um meia livre, vindo do lado esquerdo para o meio e tendo liberdade", falou o duas vezes eleito melhor do mundo.

NA TV - Brasil x País de Gales
Globo, ao vivo, às 15h30

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