São Paulo, terça-feira, 05 de setembro de 2006

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Magrão se desculpa com Corinthians

Fernando Santos/Folha Imagem
Gustavo Nery, César, Rafael Fefo, Magrão e Sebá correm durante treinamento do Corinthians no Parque São Jorge, ontem, depois da apresentação dos dois novos reforços da equipe paulista


Na apresentação dele e de César, volante afirma estar arrependido de ter falado que não jogaria no Parque São Jorge

Ex-palmeirense tem de tirar camisa para provar que não fez tatuagem do ex-clube num dos dias mais frios do ano na capital paulista

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Tenho até fama de louco, mas não faria isso." A frase é do volante Magrão, 27, novo reforço do Corinthians, ao ser questionado se tem uma tatuagem do Palmeiras, seu ex-clube.
Em sua apresentação ontem, ao lado do lateral-esquerdo César, 32, no salão nobre do Parque São Jorge, Magrão confessou estar arrependido de ter declarado, em seus tempos de Parque Antarctica, que jamais atuaria pelo Corinthians.
"Eu me arrependo de tudo o que falei sobre o Corinthians, só que nunca desrespeitei a instituição", afirmou o atleta.
Em seu primeiro contato com o novo clube, Magrão foi vigiado de perto por torcedores da Gaviões da Fiel, a principal organizada do clube. No palanque onde concedeu a entrevista coletiva, ao lado dos vice-presidentes corintianos Clodomil Orsi e Wilson Bento, ele e César usaram bonés da Gaviões.
Ao final da coletiva, Magrão tirou sua camisa, a número 11, herdada de Ricardinho, e a entregou a um membro da torcida. "Ele está chegando ao clube, e temos que apoiar. Estamos querendo jogadores que se comprometam conosco. Veja o Tevez: ele foi uma mentira!", afirmou Wilson Rodrigues, conselheiro da Gaviões.
O torcedor não foi o único a criticar o argentino ontem. "O fato de eles [Tevez e Mascherano] terem saído sem dar satisfação foi uma falta de gratidão", disse o meia Carlos Alberto.
A suposta tatuagem palmeirense fez com que Magrão passasse por uma situação constrangedora. A pedido de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas, ele posou sem camisa, de frente e de costas, num dos dias mais frios do ano em São Paulo -fazia menos de 15C.
Mostrou as duas tatuagens nos braços com os nomes dos filhos Pedro e Matheus, além de um dragão no braço esquerdo e de um símbolo asteca nas costas. "Eu ouvi muita merda, muita coisa de que não precisava. Mas agora estou aqui no Corinthians e, para mim, é um desafio", afirmou Magrão.
Ele disse ter conversado com a família antes de aceitar a proposta corintiana. Apesar disso, não escapou nem dos questionamento de seus parentes.
"Eu fui à festa do meu sobrinho, e todos estavam querendo ver a tatuagem", falou o volante, que disse ter como ídolo o meia Neto, um dos principais atletas da história do clube.
Já o lateral César, que vestirá a camisa 3 deixada por Mascherano, foi menos badalado. O jogador, revelado no São Caetano em 2001, estava na Itália havia cinco anos. Defendeu até 2004 a Lazio e, depois, transferiu-se para a Inter de Milão, que contratou o lateral campeão do mundo Grosso e também o brasileiro Maxwell.
Ao sentir que perderia espaço, decidiu aceitar a proposta corintiana. Jogador que se notabilizou pelas qualidades ofensivas, César disse ter aprendido a marcar. "Cresci muito e vou procurar colocar isso em prática aqui", afirmou.
Tanto ele como Magrão realizaram exames médicos e físicos na manhã de ontem e, à tarde, treinaram com os titulares no Parque São Jorge.
Os dois se colocaram à disposição do técnico Emerson Leão para estrear no clássico de domingo, contra o São Paulo.
Além deles, o treinador espera contar com o atacante Amoroso, que chega ao Brasil amanhã. Ele vestirá a camisa 10, que era usada por Tevez.


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