São Paulo, quarta-feira, 05 de setembro de 2007

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rotina

Corinthians volta a ser caso de polícia

Dois dias após time obter alento com vitória em clássico, clube é alvo de operação para apreensão de notas fiscais frias

Funcionário da MSI tentou retirar computador da empresa que estava no prédio do clube, mas foi flagrado no ato pela polícia

Fernando Santos/Folha Imagem
O atacante boliviano Arce treina cobranças de falta ontem


PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians parece não querer mais se afastar do clima turbulento com o qual se acostumou nos últimos tempos.
Justamente quando a situação no efervescente clube paulista parecia mais próxima da calmaria -com direito a uma vitória num clássico-, o nome do time volta ser envolvido em confusão fora dos gramados.
Na véspera do duelo com o América-RN, partida em que o clube espera vencer para dar continuidade a um raro momento tranqüilo, o Parque São Jorge foi alvo de operação do Ministério Público Estadual.
A Polícia Civil acompanhou os promotores José Reinaldo Carneiro e Caio Porto à sede corintiana. Amparados por ordem judicial, apreenderam notas fiscais que dizem ser frias.
Segundo o Ministério Público, elas eram usadas em esquema de desvio de dinheiro do clube chefiado por Alberto Dualib e Nesi Curi, presidente e vice afastados e que são réus em processo na Justiça Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Além de levarem notas e documentos contábeis do Corinthians, a operação já havia passado pela sede da NBL, no bairro de Perdizes (zona oeste). A empresa, segundo a investigação, era uma das responsáveis pela emissão de notas frias.
"Já temos comprovado um desvio de R$ 500 mil do clube", declarou Carneiro.
A operação que visava apenas atos ilícitos de dirigentes do Corinthians acabou confiscando um computador que pertence à MSI e que estava na sala de contabilidade do clube. Entretanto, por pouco Ministério Público e Polícia Civil não saem sem levar a máquina.
Um funcionário da MSI, identificado como Rodrigo Canado, tentou evitar que o computador ficasse com a polícia.
Sem se identificar, Canado entrou na sala onde estava a máquina, próximo de onde a polícia realizava a apreensão de documentos, e o levou embora.
Quando já estava dentro de seu carro, Canado foi pego em flagrante por policiais.
Ele não chegou a ser preso. Foi interrogado e liberado em seguida, mas deverá ter de responder a processo por tentativa de evasão de evidências.
"Diz ele que foi a mulher do Kia, Tatiana, quem mandou tirar o computador daqui", afirmou Rubens Gomes, conselheiro e ex-vice de futebol corintiano que acompanhou a operação, em referência à advogada Tatiana Alonso, suposta namorada do iraniano Kia Joorabchian, presidente da MSI.
Segundo Carneiro, as investigações no caso também atingem a empresa. "É muito difícil uma investigação não passar pela MSI porque ela foi por muito tempo a parceira criminosa", declarou o promotor.
Em comunicado, a diretoria do clube disse que "a atual administração colaborou e sempre colaborará com qualquer autoridade quando necessário." A MSI e Nesi Curi não se pronunciaram sobre o caso.
O advogado de Dualib no processo da Justiça Federal, José Luiz Toloza Costa, questionou o Ministério Público Estadual. "Os promotores falam muito, mas precisam provar."


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