São Paulo, quarta-feira, 05 de setembro de 2007

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Brasil só terá um ginasta em Pequim

Equipe masculina fica em 17º, sua melhor classificação em Mundiais, mas desempenho é inferior à meta de cartolas

Expectativa da comissão técnica era terminar até o 15º lugar; Diego Hypólito é o favorito para a única vaga nos Jogos Olímpicos-2008

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção masculina viveu um dia de apreensão, mas contou com os erros de rivais e conseguiu ontem, em Stuttgart, sua melhor colocação em Mundiais. Mesmo assim, o 17º lugar ficou abaixo da meta estipulada pela comissão técnica, que almejava figurar entre os 15 mais bem colocados. Como consolo, o posto rendeu ao Brasil vaga para um ginasta na Olimpíada de Pequim, no ano que vem.
"Não foi o que a gente queria, claro, mas não podemos culpar os ginastas. Eles cometeram erros, mas essa equipe tem muito futuro", diz o técnico Raimundo Blanco, citando que a média de idade do time (21,5 anos) a credencia para Londres-2012.
Após ficar em nono lugar no final do primeiro dia, a equipe brasileira foi ultrapassada por 8 das 12 seleções que atuaram ontem e acabou posicionada a 1,1 ponto da Grã-Bretanha, a 15ª colocada -os 15 primeiros levaram duas vagas dos Jogos.
"Foi desanimador ter ficado atrás de rivais diretos, como Porto Rico [16º] e Grã-Bretanha, mas superamos Grécia e Austrália", diz Renato Araújo, que também treina a seleção.
Segundo ele, o vilão da performance nem foi tanto o cavalo com alças, no qual o país teve seu pior desempenho, mas sim o salto. "Quase todo o time perdeu nota no aparelho. Foi 0,4 do Diego Hypólito, 0,3 do Mosiah Rodrigues e mais de 1 ponto do Arthur Zanetti. Só aí teríamos batido a Grã-Bretanha."
A China terminou em primeiro lugar na fase classificatória, com 374,325 pontos, seguida por Japão (370,725) e Alemanha (364,350). As melhores tentam o título amanhã.
Apesar de a Confederação Brasileira de Ginástica não ter definido oficialmente, o favorito para a vaga do país na Olimpíada é Diego, que, no solo, foi ouro no Mundial de 2005 e prata no do ano passado.
Caso o país não figurasse entre os 18 primeiros, o atleta paulista teria faturado vaga pelo índice do individual geral, no qual ficou em 36º, ocupando um dos postos dados a ginastas cuja seleção não foi ao Mundial ou se colocou após o 18º lugar.
"Por justiça, por tudo o que fez, a vaga tem de ser do Diego. Mas não posso decidir isso sozinho", afirma Araújo.
A conquista tira a pressão de o atleta ter que se sagrar campeão mundial de solo -ele se classificou para a final de sábado com a segunda melhor nota.
Agora, mesmo que Diego vença, o Brasil não terá direito a um segundo atleta nos Jogos. "Pela regra, Diego não poderá ir como campeão mundial. A não ser que a FIG [federação internacional] o convide", explica Eliane Martins, supervisora de seleções da CBG.
Mas a seleção diz que o Comitê Olímpico Brasileiro não aceita atletas convidados na delegação da Olimpíada.


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