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Brasil só terá um ginasta em Pequim
Equipe masculina fica em 17º, sua melhor classificação em Mundiais, mas desempenho é inferior à meta de cartolas
Expectativa da comissão técnica era terminar até o 15º lugar; Diego Hypólito é o favorito para a única vaga nos Jogos Olímpicos-2008
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção masculina viveu
um dia de apreensão, mas contou com os erros de rivais e
conseguiu ontem, em Stuttgart,
sua melhor colocação em Mundiais. Mesmo assim, o 17º lugar
ficou abaixo da meta estipulada
pela comissão técnica, que almejava figurar entre os 15 mais
bem colocados. Como consolo,
o posto rendeu ao Brasil vaga
para um ginasta na Olimpíada
de Pequim, no ano que vem.
"Não foi o que a gente queria,
claro, mas não podemos culpar
os ginastas. Eles cometeram erros, mas essa equipe tem muito
futuro", diz o técnico Raimundo Blanco, citando que a média
de idade do time (21,5 anos) a
credencia para Londres-2012.
Após ficar em nono lugar no
final do primeiro dia, a equipe
brasileira foi ultrapassada por 8
das 12 seleções que atuaram
ontem e acabou posicionada a
1,1 ponto da Grã-Bretanha, a
15ª colocada -os 15 primeiros
levaram duas vagas dos Jogos.
"Foi desanimador ter ficado
atrás de rivais diretos, como
Porto Rico [16º] e Grã-Bretanha, mas superamos Grécia e
Austrália", diz Renato Araújo,
que também treina a seleção.
Segundo ele, o vilão da performance nem foi tanto o cavalo com alças, no qual o país teve
seu pior desempenho, mas sim
o salto. "Quase todo o time perdeu nota no aparelho. Foi 0,4
do Diego Hypólito, 0,3 do Mosiah Rodrigues e mais de 1 ponto do Arthur Zanetti. Só aí teríamos batido a Grã-Bretanha."
A China terminou em primeiro lugar na fase classificatória, com 374,325 pontos, seguida por Japão (370,725) e Alemanha (364,350). As melhores
tentam o título amanhã.
Apesar de a Confederação
Brasileira de Ginástica não ter
definido oficialmente, o favorito para a vaga do país na Olimpíada é Diego, que, no solo, foi
ouro no Mundial de 2005 e prata no do ano passado.
Caso o país não figurasse entre os 18 primeiros, o atleta
paulista teria faturado vaga pelo índice do individual geral, no
qual ficou em 36º, ocupando
um dos postos dados a ginastas
cuja seleção não foi ao Mundial
ou se colocou após o 18º lugar.
"Por justiça, por tudo o que
fez, a vaga tem de ser do Diego.
Mas não posso decidir isso sozinho", afirma Araújo.
A conquista tira a pressão de
o atleta ter que se sagrar campeão mundial de solo -ele se
classificou para a final de sábado com a segunda melhor nota.
Agora, mesmo que Diego
vença, o Brasil não terá direito
a um segundo atleta nos Jogos.
"Pela regra, Diego não poderá ir
como campeão mundial. A não
ser que a FIG [federação internacional] o convide", explica
Eliane Martins, supervisora de
seleções da CBG.
Mas a seleção diz que o Comitê Olímpico Brasileiro não
aceita atletas convidados na delegação da Olimpíada.
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