São Paulo, sexta-feira, 05 de setembro de 2008

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Leão sofre agressão em Santos

Técnico, que foi cobrar uma dívida na Vila, é atacado por um ex-funcionário do clube e torcedores

Agressores, nove segundo ex-treinador santista, serão intimados a depor e podem ser condenados por lesão corporal leve, diz delegado


RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-técnico do Santos Emerson Leão, atualmente no Al Saad (Qatar), foi agredido ontem em frente à Vila Belmiro. O treinador foi ao clube para cobrar uma dívida e, na saída do estádio, foi cercado. Câmeras de segurança do Santos filmaram o ataque e serão usadas para identificar os agressores -nove, segundo Leão.
"Por trás, me deram um soco na cabeça, e um rapaz atirou uma barra de ferro com concreto na ponta em mim. Se me acerta, eu estaria morto", declarou o treinador, após registrar boletim de ocorrência no 2º Distrito Policial de Santos.
"A imagem é terrível, choca. Ele [Leão] levou boas porradas. Mas é um homem grande, um atleta, e soube se defender bem", declarou o delegado João Milhan Gonçalves.
Leão identificou um dos agressores como sendo Marco Antônio Castelo, ex-segurança do clube, de apelido Castelão, que foi demitido a seu pedido por ter brigado com outro segurança do time. O ex-funcionário santista será intimado pela polícia a depor e a identificar os outros supostos agressores.
Segundo o treinador, funcionários do clube identificaram os demais envolvidos como membros da Torcida Jovem, que negou ligação com o fato.
O ex-técnico do Santos terá seis meses para entrar com uma representação contra os acusados, que podem ser condenados por lesão corporal leve. "Infelizmente, a tendência de casos como esses é terminar em pena alternativa, como pagamento de cestas básicas", disse o delegado Gonçalves.
Segundo ele, Leão teve apenas um leve ferimento no braço. O treinador, campeão do Brasileiro com o Santos em 2002, passou por exame de corpo de delito. O inquérito deve ser finalizado em 15 dias.
Além das agressões, Leão acusou os torcedores de roubarem uma agenda (que posteriormente foi encontrada) e de danificarem seu carro.
Sua última passagem pelo Santos, de seis meses, foi marcada por conflitos com torcedores. Leão dizia que as críticas a seu trabalho partiam de torcidas organizadas que recebiam dinheiro de Vanderlei Luxemburgo, também ex-técnico do clube e desafeto de Leão.
No dia de sua demissão, Leão teve o carro danificado por torcedores, que também soltaram fogos para comemorar a saída.
De volta ao país para o casamento da filha, Leão, que ameaçara processar o Santos, foi à Vila. Ontem, após uma reunião, ele e o clube entraram em um acordo para o parcelamento da dívida de R$ 700 mil.


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