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Leão sofre agressão em Santos
Técnico, que foi cobrar uma dívida na Vila, é atacado por um ex-funcionário do clube e torcedores
Agressores, nove segundo ex-treinador santista, serão intimados a depor e podem ser condenados por lesão corporal leve, diz delegado
RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-técnico do Santos
Emerson Leão, atualmente no
Al Saad (Qatar), foi agredido
ontem em frente à Vila Belmiro. O treinador foi ao clube para
cobrar uma dívida e, na saída do
estádio, foi cercado. Câmeras
de segurança do Santos filmaram o ataque e serão usadas para identificar os agressores
-nove, segundo Leão.
"Por trás, me deram um soco
na cabeça, e um rapaz atirou
uma barra de ferro com concreto na ponta em mim. Se me
acerta, eu estaria morto", declarou o treinador, após registrar boletim de ocorrência no
2º Distrito Policial de Santos.
"A imagem é terrível, choca.
Ele [Leão] levou boas porradas.
Mas é um homem grande, um
atleta, e soube se defender
bem", declarou o delegado João
Milhan Gonçalves.
Leão identificou um dos
agressores como sendo Marco
Antônio Castelo, ex-segurança
do clube, de apelido Castelão,
que foi demitido a seu pedido
por ter brigado com outro segurança do time. O ex-funcionário santista será intimado pela
polícia a depor e a identificar os
outros supostos agressores.
Segundo o treinador, funcionários do clube identificaram
os demais envolvidos como
membros da Torcida Jovem,
que negou ligação com o fato.
O ex-técnico do Santos terá
seis meses para entrar com
uma representação contra os
acusados, que podem ser condenados por lesão corporal leve. "Infelizmente, a tendência
de casos como esses é terminar
em pena alternativa, como pagamento de cestas básicas",
disse o delegado Gonçalves.
Segundo ele, Leão teve apenas um leve ferimento no braço. O treinador, campeão do
Brasileiro com o Santos em
2002, passou por exame de corpo de delito. O inquérito deve
ser finalizado em 15 dias.
Além das agressões, Leão
acusou os torcedores de roubarem uma agenda (que posteriormente foi encontrada) e de
danificarem seu carro.
Sua última passagem pelo
Santos, de seis meses, foi marcada por conflitos com torcedores. Leão dizia que as críticas
a seu trabalho partiam de torcidas organizadas que recebiam
dinheiro de Vanderlei Luxemburgo, também ex-técnico do
clube e desafeto de Leão.
No dia de sua demissão, Leão
teve o carro danificado por torcedores, que também soltaram
fogos para comemorar a saída.
De volta ao país para o casamento da filha, Leão, que
ameaçara processar o Santos,
foi à Vila. Ontem, após uma
reunião, ele e o clube entraram
em um acordo para o parcelamento da dívida de R$ 700 mil.
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