São Paulo, quinta-feira, 05 de outubro de 2006

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saída por cima

À francesa, Popó diz que larga as luvas

Em ginásio na Bahia, no início da madrugada, sem aviso prévio e com luta marcada, campeão dos leves anuncia que pára

Pugilista afirma que faltou em sua carreira a revanche com Corrales e chance de obter o "bonito cinturão" do Conselho Mundial de Boxe

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Campeão dos leves pela Organização Mundial de Boxe, Acelino Freitas, 31, o Popó, anunciou no início da madrugada de ontem, em um ginásio na Bahia, sua aposentadoria.
Alega que tomou a decisão quando descia do ringue após superar Zahir Raheem pelo título da categoria nos EUA, em abril, porém esperava o momento certo para anunciá-la.
A Folha apurou que pessoas próximas a Popó, que tinha unificação de cinturões prevista para janeiro com Julio Diaz, titular pela Associação Mundial de Boxe, crêem que sua decisão não é final e trabalham com essa possibilidade.
Segundo Popó, uma razão de sua aposentadoria foi o fato de não ter conseguido uma revanche com o americano Diego Corrales, que tomou seu título e também derrubou sua invencibilidade em agosto de 2004.
""A única coisa que poderia me motivar seria uma revanche com o Corrales. Acho que o [promotor das lutas de Popó, Arthur] Pelullo não correu atrás. Agora me aposento, e Corrales perdeu essa chance", diz ele, ao acrescentar que outra razão para pegar seu algoz seria o fato de ele ter o cinturão do Conselho Mundial de Boxe, o mais almejado por Popó por considerá-lo ""muito bonito".
O pugilista afirmou que a decisão de parar foi inteiramente sua, sem interferência da parte de sua mulher, Eliana, ou dos filhos. ""Eles nem se meteram."
O promotor de Popó, Arthur Pelullo, ficou intrigado com o anúncio. Ele recebera no início da tarde de anteontem e-mail da equipe brasileira de Popó no qual o brasileiro ""dava indicações de que enfrentaria Diaz".
A Folha apurou que esse não foi o único contato nesse sentido feito desde então entre brasileiros e o norte-americano.
Popó, que fez o anúncio de forma bastante emocionada ao lado do irmão e ex-sparring Luis Claudio, pretende se dedicar à sua empresa promotora de lutas, a Boxe Brasil, que vem organizando programações pugilísticas, e também ao Projeto Social Acelino Freitas, na Bahia. ""Tem um monte de lutador aí que o Brasil vai conhecer."
Após ter sido prata no amadorismo no Pan-95, Popó passou ao profissionalismo com vitória no assalto inicial sobre José Adriano Soares, em 95.
Ganhou visibilidade no mundo do boxe após se tornar campeão do torneio internacional Boxcino, disputado em etapas na Costa Rica e nos EUA.
Apesar de sua carreira ter sofrido período de instabilidade por conta de cancelamento de combates, atritos entre sua equipe e seu promotor, desencontro de informações e processos na Justiça entre as várias partes, foi campeão superpena ao demolir no primeiro assalto o favorito Anatoly Alexandrov, em agosto de 1999.
Depois, unificou os títulos superpenas (limite de 58,9 kg) da OMB e da AMB ao superar Joel Casamayor por pontos em 2002. Passou posteriormente à categoria dos leves (até 61,2 kg) e venceu por pontos Artur Grigorian, conquistando o cinturão da OMB. Perdeu de Corrales em 2004 e recuperou o título neste ano ao bater Raheem.


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