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saída por cima
À francesa, Popó diz que larga as luvas
Em ginásio na Bahia, no início da madrugada, sem aviso prévio e com luta marcada, campeão dos leves anuncia que pára
Pugilista afirma que faltou
em sua carreira a revanche
com Corrales e chance de obter o "bonito cinturão" do Conselho Mundial de Boxe
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Campeão dos leves pela Organização Mundial de Boxe,
Acelino Freitas, 31, o Popó,
anunciou no início da madrugada de ontem, em um ginásio
na Bahia, sua aposentadoria.
Alega que tomou a decisão
quando descia do ringue após
superar Zahir Raheem pelo título da categoria nos EUA, em
abril, porém esperava o momento certo para anunciá-la.
A Folha apurou que pessoas
próximas a Popó, que tinha
unificação de cinturões prevista para janeiro com Julio Diaz,
titular pela Associação Mundial de Boxe, crêem que sua decisão não é final e trabalham
com essa possibilidade.
Segundo Popó, uma razão de
sua aposentadoria foi o fato de
não ter conseguido uma revanche com o americano Diego
Corrales, que tomou seu título
e também derrubou sua invencibilidade em agosto de 2004.
""A única coisa que poderia
me motivar seria uma revanche com o Corrales. Acho que o
[promotor das lutas de Popó,
Arthur] Pelullo não correu
atrás. Agora me aposento, e
Corrales perdeu essa chance",
diz ele, ao acrescentar que outra razão para pegar seu algoz
seria o fato de ele ter o cinturão
do Conselho Mundial de Boxe,
o mais almejado por Popó por
considerá-lo ""muito bonito".
O pugilista afirmou que a decisão de parar foi inteiramente
sua, sem interferência da parte
de sua mulher, Eliana, ou dos
filhos. ""Eles nem se meteram."
O promotor de Popó, Arthur
Pelullo, ficou intrigado com o
anúncio. Ele recebera no início
da tarde de anteontem e-mail
da equipe brasileira de Popó no
qual o brasileiro ""dava indicações de que enfrentaria Diaz".
A Folha apurou que esse não
foi o único contato nesse sentido feito desde então entre brasileiros e o norte-americano.
Popó, que fez o anúncio de
forma bastante emocionada ao
lado do irmão e ex-sparring
Luis Claudio, pretende se dedicar à sua empresa promotora
de lutas, a Boxe Brasil, que vem
organizando programações pugilísticas, e também ao Projeto
Social Acelino Freitas, na Bahia. ""Tem um monte de lutador
aí que o Brasil vai conhecer."
Após ter sido prata no amadorismo no Pan-95, Popó passou ao profissionalismo com
vitória no assalto inicial sobre
José Adriano Soares, em 95.
Ganhou visibilidade no mundo do boxe após se tornar campeão do torneio internacional
Boxcino, disputado em etapas
na Costa Rica e nos EUA.
Apesar de sua carreira ter sofrido período de instabilidade
por conta de cancelamento de
combates, atritos entre sua
equipe e seu promotor, desencontro de informações e processos na Justiça entre as várias partes, foi campeão superpena ao demolir no primeiro
assalto o favorito Anatoly Alexandrov, em agosto de 1999.
Depois, unificou os títulos
superpenas (limite de 58,9 kg)
da OMB e da AMB ao superar
Joel Casamayor por pontos em
2002. Passou posteriormente à
categoria dos leves (até 61,2 kg)
e venceu por pontos Artur Grigorian, conquistando o cinturão da OMB. Perdeu de Corrales em 2004 e recuperou o título neste ano ao bater Raheem.
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