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revolução digital
YouTube refaz a história na F-1
FIA abre investigação sobre Hamilton com base em vídeo de torcedor e cria precedente no esporte
Eventual punição por acidente no Japão pode
abalar chances de o inglês conquistar o Mundial neste
domingo, no GP da China
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI
Um torcedor anônimo das
arquibancadas do Fuji Speedway pode minar as chances de
Lewis Hamilton no GP da China e mudar o rumo do Mundial
de F-1. Mais importante, porém: criou precedente histórico na relação do esporte com a
chamada "mídia alternativa".
Seus instrumentos, uma câmera amadora e o YouTube, site de compartilhamento de vídeos mais acessado na internet.
O torcedor estava em Fuji no
último domingo, acompanhando o GP do Japão. E flagrou um
momento-chave da prova, não
registrado pelas câmeras de
TV: na 46ª volta, sob safety car,
Hamilton reduziu a velocidade
e jogou seu McLaren para a direita, numa trajetória atípica.
As emissoras mundo afora só
mostraram o ato seguinte: Sebastian Vettel, então terceiro
colocado, acertou com tudo a
traseira de Mark Webber, que
vinha logo atrás de Hamilton.
Ainda no Japão, Vettel foi
considerado culpado pelo acidente e punido com a perda de
dez posições no grid da China.
A história provavelmente ficaria assim se o torcedor não tivesse postado o vídeo no Youtube. Ele o fez. Os 18 segundos
da filmagem viraram hit entre
os fãs da F-1, e o link chegou à
tela de Franz Tost, chefe da Toro Rosso, a equipe de Vettel.
O dirigente levou a novidade
aos comissários da FIA em
Xangai, acusando o inglês de
ter sido o deflagrador do acidente. As imagens deixam claro
que Hamilton estava muito
próximo do safety car, e o regulamento esportivo estipula distância mínima de cinco carros.
E, aí, o precedente: com base
num vídeo amador que fez fama na internet, a entidade máxima do automobilismo aceitou abrir investigação sobre a
conduta de Hamilton. Ele estaria sujeito, por exemplo, à perda de posições no grid do GP da
China. Os treinos livres começariam ontem à noite, e a sessão oficial acontece às 3h de
amanhã (horário de Brasília).
O resultado da investigação
provavelmente seria anunciado pela FIA nesta madrugada.
Uma eventual punição mudaria um cenário que parecia extremamente favorável para Hamilton conquistar, já no domingo, o título da F-1.
Com 12 pontos de vantagem
sobre Fernando Alonso e 17 sobre Kimi Raikkonen, o inglês
pode ser campeão até se chegar
atrás dos rivais na corrida. Se a
folga para o adversário mais
próximo for de 11 pontos ao término do GP, o Mundial é dele.
Ontem, em Xangai, Hamilton foi muito criticado pelos
colegas. "Ele fez porcaria atrás
do safety car", disse Webber,
que, ao lado de Ralf Schumacher e Alonso, dirige a GPDA, a
associação dos pilotos.
"O mais engraçado é que na
reunião antes da corrida ele falou como agiria e acabou fazendo tudo diferente. Mas foi bom
porque da próxima vez já sabemos o que esperar", completou.
A queixa dos pilotos é que
Hamilton estava lento atrás do
carro-madrinha e que brecava
constantemente -foram 25
voltas de safety car no GP.
"A verdade é que ele não tinha velocidade. Ele estava tão
devagar que achei que tivesse
quebrado", afirmou Vettel.
As críticas a Hamilton, porém, não vieram só de quem estava envolvido no acidente. E
não se resumiram ao seu comportamento atrás do safety car.
"Sem dúvida, neste ano vimos coisas que não deveriam
ser punidas receberem punições e quem deveria passar
ileso. Foi um campeonato em
que muita gente queria ver o
Hamilton campeão", afirmou
Felipe Massa.
NA TV - Treino classificatório para o
GP da China Globo, ao vivo, às 3h de amanhã
Tire sua conclusão sobre a atitude de Hamilton
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