São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2008

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Copa de 2014 entra na campanha pelas urnas

Candidatos invocam Lula, ministros e cartolas como trunfos de suas cidades

Na busca por votos no pleito de hoje, concorrentes a cargos municipais fazem da competição um farto manancial para promessas

Eduardo Martins/Agência A Tarde/Folha Imagem
Vista da Fonte Nova, interditada há quase um ano, mas ainda com o buraco por onde torcedores caíram para a morte, e que está nos planos de candidatos a prefeitos de Salvador para a Copa-2014

EDUARDO OHATA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Vale a ligação com o presidente Lula, com ministros ou com cartolas. Na busca por votos na eleição municipal de hoje, candidatos dos mais variados partidos apelam aos seus contatos para pôr a Copa-2014 como chamariz de eleitores.
Alçada a tema de campanha, com direito até a capítulos inteiros em alguns programas de governo, a competição, que acontece só daqui a quase seis anos, e que terá 10 ou 12 cidades-sede, virou um baú de promessas, que muitas vezes tem como fiador alguém importante que os candidatos dizem ser velhos e grandes aliados.
Quem é petista, como o presidente Lula, de um partido com ministro no governo federal ou aliado de um governador diz que a proximidade com esferas acima do poder municipal será decisiva para confirmar suas cidades como sede, em escolha que a Fifa fará no ano que vem, ou garantir recursos para grandes obras. Alguns, não tão próximos do governo Lula, lembram dos cartolas da bola.
É o caso do peemedebista Eduardo Paes, o líder das pesquisas no Rio e que já foi funcionário da CBF.
"Não vejo relação direta, tinha 18 anos quando fui estagiário lá. Mas tenho um bom relacionamento com o Ricardo (Teixeira, o presidente da CBF), o que ajuda", diz o candidato sobre o fato de seu antigo emprego ser uma vantagem para o Rio na Copa-2014.
No Sul do país, mulheres que buscam as prefeituras são as que mais colocam a Copa de 2014 como prioridade. E sem esquecer padrinhos fortes.
Em Porto Alegre, Manuela D'Ávila (PC do B) não hesita ao responder se o fato de ser colega de partido do ministro do Esporte é um fator positivo para Porto Alegre na Copa, caso ela seja eleita. "Sem dúvida. O ministro Orlando [Silva Jr.] é nosso parceiro desde o início desse processo", argumentou Manuela, que tem como maior adversária na busca por um lugar no segundo turno a petista Maria do Rosário, outra que colocou o segundo Mundial no Brasil como prioridade.
Em seu programa de governo, ela diz que que o governo federal planeja gastar R$ 1,2 bilhão em transporte em Porto Alegre para a Copa. Mas diz que isso só vai acontecer se "a prefeitura apresentar os projetos de forma adequada". Em entrevista para uma emissora de TV do Rio Grande do Sul, a petista, ao falar sobre a Copa, afirmou que, "com o Lula na presidência, estaremos integrados".
O ministro Silva Jr. foi ao horário eleitoral para defender Ângela Albino, candidata do PC do B à prefeitura de Florianópolis. Disse que ela seria "o diferencial para que tudo isso [a Copa na cidade] aconteça".
Em Curitiba, a petista Gleisi Hoffmann diz que o atual prefeito, o tucano Beto Richa, candidato à reeleição, não foi capaz de fazer uma parceria com o governo federal para viabilizar a construção do metrô na cidade, o que, segundo ela, pode tirar a capital paranaense da Copa.
Na capital do Amazonas, um outro ministro do governo Lula é invocado na campanha municipal como trunfo por 2014.
Omar Aziz (PMN), o candidato vice-líder nas pesquisas, diz que a proximidade com Alfredo Nascimento, ministro dos Transportes e um dos padrinhos de sua candidatura, será chave para que Manaus receba obras, como um metrô de superfície, para a Copa de 2014.


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