São Paulo, segunda-feira, 05 de outubro de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

O técnico que sabe mexer

SÃO TRÊS títulos brasileiros seguidos, a chance inquestionável do quarto e, ainda assim, há quem prefira falar de Muricy Ramalho que ele não sabe substituir. No tempo do São Paulo, tantas vezes foi isso o que se disse. Que Muricy demora para mudar o jogo, que assiste contemplando as derrotas, em vez de interferir no resultado do jogo. Das últimas três partidas do Palmeiras, duas mostraram Muricy diferente. Contra o Cruzeiro, a troca de Robert pelo terceiro zagueiro Maurício mudou a cara da equipe no intervalo e resultou no contra-ataque do gol de Vagner Love, quatro minutos depois da mudança. Depois, com dez jogadores, Muricy escalou Williams como ala-esquerdo, bloqueou a subida do Cruzeiro por seu lado mais perigoso e manteve a vitória, no jogo polêmico dos erros de Evandro Roman.
Contra o Santos, o Palmeiras cometia erros e o principal deles era não conseguir fazer a jogada-chave cair no pé certeiro. No primeiro tempo, Diego Souza conseguiu chutar uma única bola a gol.
Pelo menos três vezes, a bola perfeita para o tiro caiu no pé de Souza. Vagner Love conseguia virar em cima de Eli Sabiá, mas não do jeito certo para calibrar o chute. Um lance depois do outro caiu no pé errado.
O Santos fez 1 a 0, quando Neymar parou de errar -foram 11 contra-ataques oferecidos durante o jogo pelo garoto santista. Em vez de contemplar a derrota, Muricy interveio. Trocou Obina por Robert, colocou um homem mais perigoso na grande área, viu seu time forçar o jogo nos pés certeiros.
O de Figueroa fez dois cruzamentos para Diego Souza. Um deles virou cabeçada de Diego Souza, o melhor jogador do campeonato, na opinião do goleiro Marcos. O outro também caiu com Diego, transformou-se num tiro cruzado e no gol de Robert.
Quem disse que Muricy não sabe mexer?
Pois foi Robert quem puxou o contra-ataque do terceiro gol. Se Vagner Love não conseguia finalizar com Obina em campo, foi dele o chute com o gol vazio depois de receber de Robert. Assim, mudando na medida certa, mais difícil será tirar o quarto Brasileirão seguido de Muricy. Vai dizer que Muricy não ganha mata-mata?



COVER DO DUNGA
Você já olhou para o rosto de Correa, o volante do Atlético-MG? Até o cabelo espetado lembra Dunga. Lembra também o estilo duro, de quem não aceita perder dividida. Mas Correa agora acerta como o Dunga de 94. Além dos desarmes, faz o passe que deixa Diego Tardelli em condição de marcar.



O MELHOR PASSE
Há quatro anos, o Arsenal não vence torneio nenhum. Há quatro anos, o time tem uma esperança: Fabregas. Ontem, contra o Blackburn, Fabregas deu uma aula. Quatro passes para gol e um golaço. Na tabela dos jogadores com mais assistências, Fabregas é o líder no Campeonato Inglês. Já tem oito.



LOPES FOI BEM
Se você perguntar a qualquer torcedor corintiano quem foi melhor como técnico do Corinthians, Mano Menezes ou Antônio Lopes, será quase unânime a resposta: Mano. Mas, no sábado, Lopes foi bem. Montou o time como espelho do Corinthians, num 4-2-3-1, com Wallyson à direita, Wesley à esquerda, Paulo Baier fazendo a ligação e Marcinho no ataque. Ou melhor, no contra-ataque. Foi assim que o Atlético matou o Corinthians.



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