São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2010

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Professor careta

Com escassez de títulos, Carpegiani é apresentado no São Paulo, rejeita o rótulo de inventor e não promete vaga na Libertadores de 2011 para o time

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Em 1999, Paulo César Carpegiani deixou o São Paulo após uma temporada sem conquistas. Após 11 anos, está de volta. Na bagagem, um título estadual da Bahia.
O novo técnico do São Paulo apresentou-se ontem mostrando confiança, apetite e respostas afiadas.
Logo de cara, fez questão de refutar a obrigatoriedade de classificação para a Libertadores, o eterno desejo são- -paulino. "Não existe promessa nenhuma de [vaga na] Libertadores. Nosso objetivo é vencer os jogos", afirmou.
Mas sofreu ao responder sobre sua seca de conquistas.
Desde que dirigiu o time pela primeira vez, em 1999, em uma fracassada incursão, Carpegiani conquistou apenas um título, o de campeão baiano no ano passado.
"Título é consequência do trabalho. Talvez em 20 anos eu tenha passado muito tempo fora. Eu trabalho pouco e muitas vezes recebo propostas", disse. "Talvez eu não tenha algum título importante pois tive dificuldades em trabalhar em um grande clube, de ponta, com grandes elencos. Posso usar isso como desculpa, mas não serve."
Desde que saiu do São Paulo, conquistou apenas um Estadual pelo Vitória, no ano passado. O fato é que, após ganhar tudo com o Flamengo em 1981 e 1982, os títulos minguaram, tanto que até 2009 havia faturado só um Campeonato Paraguaio em 1994 e classificado o Paraguai para a Copa de 1998.
A escassez de títulos, porém, não alterou a autoconfiança do gaúcho de 61 anos.
Carpegiani, que perdeu todos os títulos que disputou em 1999, apegou-se ao acaso para justificar as derrotas.
"O São Paulo, podem escrever aí, gostaria de ver isso escrito, terminou a primeira fase do Paulista [de 99] com uma vantagem expressiva. Até fiquei surpreso quando perdi do Corinthians [por 4 a 0, nas semifinais]", declarou.
Na época, ganhou o apelido do qual, admitiu ontem, não gosta: Professor Pardal.
"Apenas uma vez eu não tinha centroavante e improvisei. Não meço esforços para ganhar", disse, negando que fizesse invenciones. "Gostaria que você citasse exemplos", disse a um jornalista.
Ontem, no primeiro treino, justificou sua sede de vitórias e criou uma formação ofensiva com Lucas, Marlos, Fernandinho e Dagoberto.
Atacar é preciso: o São Paulo é apenas o 11º colocado -Carpegiani deixou o Atlético-PR em quinto. "Pesou o lado profissional. O Atlético-PR sabia dessa possibilidade e não colocou objeções", disse. "É hipocrisia falar do lado sentimental."


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