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Professor careta
Com escassez de títulos, Carpegiani é apresentado no São Paulo, rejeita o rótulo de inventor e não promete vaga na Libertadores de 2011 para o time
LUCAS REIS
DE SÃO PAULO
Em 1999, Paulo César Carpegiani deixou o São Paulo
após uma temporada sem
conquistas. Após 11 anos, está de volta. Na bagagem, um
título estadual da Bahia.
O novo técnico do São
Paulo apresentou-se ontem
mostrando confiança, apetite e respostas afiadas.
Logo de cara, fez questão
de refutar a obrigatoriedade
de classificação para a Libertadores, o eterno desejo são-
-paulino. "Não existe promessa nenhuma de [vaga na]
Libertadores. Nosso objetivo
é vencer os jogos", afirmou.
Mas sofreu ao responder
sobre sua seca de conquistas.
Desde que dirigiu o time
pela primeira vez, em 1999,
em uma fracassada incursão,
Carpegiani conquistou apenas um título, o de campeão
baiano no ano passado.
"Título é consequência do
trabalho. Talvez em 20 anos
eu tenha passado muito tempo fora. Eu trabalho pouco e
muitas vezes recebo propostas", disse. "Talvez eu não tenha algum título importante
pois tive dificuldades em trabalhar em um grande clube,
de ponta, com grandes elencos. Posso usar isso como
desculpa, mas não serve."
Desde que saiu do São
Paulo, conquistou apenas
um Estadual pelo Vitória, no
ano passado. O fato é que,
após ganhar tudo com o Flamengo em 1981 e 1982, os títulos minguaram, tanto que
até 2009 havia faturado só
um Campeonato Paraguaio
em 1994 e classificado o Paraguai para a Copa de 1998.
A escassez de títulos, porém, não alterou a autoconfiança do gaúcho de 61 anos.
Carpegiani, que perdeu todos os títulos que disputou
em 1999, apegou-se ao acaso
para justificar as derrotas.
"O São Paulo, podem escrever aí, gostaria de ver isso
escrito, terminou a primeira
fase do Paulista [de 99] com
uma vantagem expressiva.
Até fiquei surpreso quando
perdi do Corinthians [por 4 a
0, nas semifinais]", declarou.
Na época, ganhou o apelido do qual, admitiu ontem,
não gosta: Professor Pardal.
"Apenas uma vez eu não
tinha centroavante e improvisei. Não meço esforços para
ganhar", disse, negando que
fizesse invenciones. "Gostaria que você citasse exemplos", disse a um jornalista.
Ontem, no primeiro treino,
justificou sua sede de vitórias
e criou uma formação ofensiva com Lucas, Marlos, Fernandinho e Dagoberto.
Atacar é preciso: o São
Paulo é apenas o 11º colocado -Carpegiani deixou o
Atlético-PR em quinto. "Pesou o lado profissional. O
Atlético-PR sabia dessa possibilidade e não colocou objeções", disse. "É hipocrisia
falar do lado sentimental."
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