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MEMÓRIA
Mecenas foram bem em campo e mal longe dele
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos 94 anos de sua história, o
Corinthians viveu seus melhores momentos justamente
quando teve milionárias parcerias. Entre 1997 e 2002 o clube
viu dois investidores -banco
Excel e o fundo HMTF- despejarem quase US$ 100 milhões em seus cofres.
O resultado dessa montanha
de dinheiro foi a conquista de
taças em ritmo inédito no Parque São Jorge. Foram oito títulos no período, incluindo dois
Brasileiros, uma Copa do Brasil
e o Mundial de Clubes da Fifa.
Entre 1993 e 1996, quando o
clube já era administrado por
Alberto Dualib (que surfou no
dinheiro fácil das parcerias),
foram apenas dois títulos.
Acostumado a times que se
destacavam mais pela garra do
que pela qualidade técnica, o
corintiano viu o clube contratar jogadores consagrados na
época do Excel e do HMTF.
O primeiro trouxe de início,
entre outros, o então artilheiro
Túlio, o atacante Edílson e o zagueiro Antônio Carlos. Em um
segundo estágio, contratou o
técnico Vanderlei Luxemburgo. Com ele, chegaram outras
estrelas, como Vampeta, Ricardinho e Gamarra.
O HMTF não ficou atrás.
Com o dinheiro do fundo norte-americano, o Corinthians
trouxe para seu elenco o atacante Luizão e o goleiro Dida,
ambos destaques na conquista
do Mundial da Fifa em 2000,
quando foi atingido o auge em
termos de conquistas da história do clube.
Mas o sucesso dentro de
campo não se repetiu fora dele.
Uma de suas principais apostas de marketing, o Corinthians
não foi capaz de impulsionar o
sucesso do Excel.
Em 1998, menos de dois anos
depois de fazer a parceria com
o clube paulista e já praticamente quebrado, o banco foi
negociado por um preço simbólico com um conglomerado
financeiro espanhol, que preferiu acabar com o investimento
no futebol.
A parceria entre Corinthians
e HMTF também foi um mico
fora de campo. O clube era só
parte do plano dos americanos,
que também montaram um canal esportivo por assinatura,
um site esportivo e outra parceria com o Cruzeiro.
Todos esses negócios naufragaram. Só no Corinthians o
prejuízo mensal era de R$ 1 milhão. Os americanos esperavam ganhar muito dinheiro negociando diretamente a venda
dos direitos de TV do clube,
mas isso nunca foi adiante.
Sonhavam ainda em ganhar
milhões com a venda de produtos licenciados com a marca
Corinthians, mas, segundo
eles, a concorrência dos piratas
também inviabilizou esse tipo
de negócio.
O plano de construir um estádio também não teve sucesso. O HMTF chegou a comprar
um terreno para fazer a arena,
mas a obra nunca foi iniciada.
Em meados de 2002, a parceria foi desfeita.
Até hoje o Corinthians tem
jogadores que foram contratados pelos americanos, como o
volante Fabinho.
(PC E RP)
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