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FUTEBOL
Clube que ganhou fama de "rei do mata-mata" é o pior da elite no novo sistema e, na lanterna, ruma para a Série B
Grêmio é a maior vítima do ponto corrido
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os pontos corridos foram cruéis
com o "rei do mata-mata" do futebol brasileiro. O Grêmio, dono
do pior aproveitamento de pontos no Brasileiro com sistema de
disputa europeu, caminha a passos largos para a segunda divisão.
Amanhã, fora de casa, contra o
Paraná, um concorrente direto
que tem seis pontos a mais e um
jogo a menos, o abismo do lanterninha Grêmio para os demais times que estão na zona de rebaixamento poderá aumentar mais.
Faltam apenas sete rodadas para o término do Nacional, e o tradicional clube gaúcho ostenta somente 35 pontos na tabela, quatro
a menos que o vice-lanterna, o
Guarani, e oito a menos que o 20º,
posto que não rende descenso.
Desde que os pontos corridos
estrearam no Nacional, no ano
passado, o Grêmio definha. Foram apenas 85 pontos em 85 jogos
-o Santos somou 159 pontos somando as duas competições. O
aproveitamento do Grêmio nos
pontos corridos é de 33,3% -só o
Bahia tem aproveitamento igual,
mas em uma só edição.
Segundo os números do Datafolha, nesse sistema de disputa o
Grêmio é o time que mais perdeu
(42 vezes), que mais foi batido em
casa (14 vezes), que mais sofreu
gols de cabeça (36), que mais levou gols de fora da área (26)...
No segundo turno do atual Nacional, o Grêmio é lanterna disparado, com nove pontos -e um
aproveitamento de 18,8%. Para
complicar, a tabela ainda reserva
encontros duros para o time gaúcho -pega, por exemplo, Santos
e Atlético-PR, líder e vice-líder.
No ano passado, o Grêmio escapou por pouco do rebaixamento.
Cláudio Duarte, atual treinador, é
o sétimo que dirige o clube na era
dos pontos corridos no Nacional.
O recordista de títulos da Copa
do Brasil (quatro taças) e que tem
duas Libertadores e um Mundial
interclubes não brilha hoje nem
no Gaúcho -o último título de
peso foi a Copa do Brasil de 2001.
A gestão do presidente Flávio
Obino deve acabar no final do ano
sem títulos de expressão e, muito
pior que isso, com o clube afundado em dívidas e na Série B.
"O Palmeiras caiu, mas estava
bem administrativamente. O Grêmio está caindo muito mal. O clube teve administração recente
perdulária. A falência da ISL [parceira que fechou] não é desculpa.
Gastaram muito mais do que podiam. E o atual presidente, em vez
de modernizar o clube, diminuiu
o tamanho do Grêmio. O time vai
pagar sua incompetência na segunda divisão", diz Fábio Koff,
presidente do Clube dos 13.
O dirigente, que viveu época de
ouro à frente do Grêmio, já conta
com seu clube de coração na Série
B e nega qualquer ajuda posterior
ao time. "Vou ser a primeira voz
contra virada de mesa para o Grêmio. Me pedem para voltar à presidência, mas na situação que está
o clube é impossível. Nem indico
nenhum amigo para o cargo."
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