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Finazzi vira símbolo de atitude
Atacante se torna herói de novo, mas não tem nome gritado pela torcida, que o rotula de grosso e lento
Aos 34 anos e após fazer seu 12º gol no torneio, atleta consegue mudar a visão de cartolas que torceram o nariz quando ele chegou
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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O atacante Finazzi, autor do gol que tirou o Corinthians da zona de rebaixamento do Brasileiro e decretou o empate ontem contra o Atlético-PR, tenta dominar a bola no estádio do Pacaembu
DA REPORTAGEM LOCAL
Grosso, lento, símbolo do time corintiano considerado por
muitos dirigentes do clube como o pior da história. Mas decisivo. Nas últimas rodadas, Finazzi, 34, tem sido o herói de
uma equipe limitada tecnicamente que tenta, a duras penas,
escapar do rebaixamento.
Ontem, mais uma vez, o atacante fez sua parte. "Não poderíamos perder. Na verdade, tínhamos é que vencer, mas ao
menos com o empate passamos
os dois [Goiás e Paraná], já que
nos critérios de desempate levamos desvantagem", disse o
herói corintiano no Pacaembu,
após ter marcado nos acréscimos o gol que tirou a equipe da
zona de rebaixamento do Brasileiro e empatou o jogo.
"Pode ter sido o gol salvador.
Mas não podemos deixar isso
acontecer. O jogo estava nas
nossas mãos e levamos a virada", falou Finazzi, que anotou
seu 12º gol neste Brasileiro.
O atacante passou a partida
toda disputando bolas com os
zagueiros rivais. Passou os 90
minutos sem ter uma chance
sequer. Só aos 47min, de carrinho, ele conseguiu finalizar.
Foi comemorar no banco de
reservas, com o técnico Nelsinho. Enquanto abraçava os
companheiros, a torcida gritava enlouquecida. Mas não o nome dele. Isso não aconteceu no
Pacaembu lotado ontem.
Pouco antes, quando o goleiro Felipe foi à área e quase marcou de cabeça, ele foi ovacionado pelos corintianos nas arquibancadas e nas numeradas.
A relação de Finazzi com a
torcida tem outra dimensão. O
atacante, meses atrás, chegou a
ser afastado pelo técnico Paulo
César Carpegiani, por pressão
da torcida e de alguns cartolas.
Aliás, a chegada de Finazzi ao
Parque São Jorge não empolgou quase ninguém no clube.
Não foram poucos os cartolas
que torceram o nariz ao saberem de sua contratação, intermediada pelos conselheiros
Paulo Pinhal e Edgard Soares.
Hoje, porém, mudaram o discurso. Afirmam que, se o atacante não marcar, o time passa
em branco. A fase, analisam os
corintianos, deixou o time dependente de Finazzi.
O técnico Nelsinho afirmou
que Finazzi tem ajudado muito
a equipe, mas ressaltou que no
jogo de ontem "ninguém se
omitiu". Ele elogiou o futebol
apresentado por seus comandados no primeiro tempo.
No segundo, disse que o Atlético-PR, ao voltar com um homem a mais no meio-campo,
complicou as coisas para sua
equipe. "Tivemos atitude de
quem queria ganhar. Abri o time, sabia que corríamos risco.
Mas o time sentiu mais o primeiro gol sofrido do que o segundo. Tanto que reagiu no final", analisou Nelsinho.
Os jogadores deixaram o gramado do Pacaembu aliviados
por terem saído da zona de rebaixamento, e não lamentando
o fato de terem empatado uma
partida vital em casa. "A gente
buscou a vitória o tempo todo,
mas infelizmente ela não veio",
afirmou Moradei, bastante elogiado por Nelsinho.
"Levamos dois gols de cabeça, e isso não pode acontecer
num momento desse. Mas felizmente reagimos e deixamos
a zona de rebaixamento. No final, o time está de parabéns",
disse o zagueiro Fábio Ferreira.
De fato, o resultado deu uma
tranqüilidade maior ao time
para a partida contra o Goiás,
no próximo domingo, em Goiânia . "Vamos em uma situação
bem melhor para lá. Se vencermos, praticamente afastamos a
possibilidade de rebaixamento", falou Nelsinho.0
(EDUARDO ARRUDA E PAULO GALDIERI)
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