São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Finazzi vira símbolo de atitude

Atacante se torna herói de novo, mas não tem nome gritado pela torcida, que o rotula de grosso e lento

Aos 34 anos e após fazer seu 12º gol no torneio, atleta consegue mudar a visão de cartolas que torceram o nariz quando ele chegou

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O atacante Finazzi, autor do gol que tirou o Corinthians da zona de rebaixamento do Brasileiro e decretou o empate ontem contra o Atlético-PR, tenta dominar a bola no estádio do Pacaembu

DA REPORTAGEM LOCAL

Grosso, lento, símbolo do time corintiano considerado por muitos dirigentes do clube como o pior da história. Mas decisivo. Nas últimas rodadas, Finazzi, 34, tem sido o herói de uma equipe limitada tecnicamente que tenta, a duras penas, escapar do rebaixamento.
Ontem, mais uma vez, o atacante fez sua parte. "Não poderíamos perder. Na verdade, tínhamos é que vencer, mas ao menos com o empate passamos os dois [Goiás e Paraná], já que nos critérios de desempate levamos desvantagem", disse o herói corintiano no Pacaembu, após ter marcado nos acréscimos o gol que tirou a equipe da zona de rebaixamento do Brasileiro e empatou o jogo.
"Pode ter sido o gol salvador. Mas não podemos deixar isso acontecer. O jogo estava nas nossas mãos e levamos a virada", falou Finazzi, que anotou seu 12º gol neste Brasileiro.
O atacante passou a partida toda disputando bolas com os zagueiros rivais. Passou os 90 minutos sem ter uma chance sequer. Só aos 47min, de carrinho, ele conseguiu finalizar.
Foi comemorar no banco de reservas, com o técnico Nelsinho. Enquanto abraçava os companheiros, a torcida gritava enlouquecida. Mas não o nome dele. Isso não aconteceu no Pacaembu lotado ontem.
Pouco antes, quando o goleiro Felipe foi à área e quase marcou de cabeça, ele foi ovacionado pelos corintianos nas arquibancadas e nas numeradas.
A relação de Finazzi com a torcida tem outra dimensão. O atacante, meses atrás, chegou a ser afastado pelo técnico Paulo César Carpegiani, por pressão da torcida e de alguns cartolas.
Aliás, a chegada de Finazzi ao Parque São Jorge não empolgou quase ninguém no clube. Não foram poucos os cartolas que torceram o nariz ao saberem de sua contratação, intermediada pelos conselheiros Paulo Pinhal e Edgard Soares.
Hoje, porém, mudaram o discurso. Afirmam que, se o atacante não marcar, o time passa em branco. A fase, analisam os corintianos, deixou o time dependente de Finazzi.
O técnico Nelsinho afirmou que Finazzi tem ajudado muito a equipe, mas ressaltou que no jogo de ontem "ninguém se omitiu". Ele elogiou o futebol apresentado por seus comandados no primeiro tempo.
No segundo, disse que o Atlético-PR, ao voltar com um homem a mais no meio-campo, complicou as coisas para sua equipe. "Tivemos atitude de quem queria ganhar. Abri o time, sabia que corríamos risco. Mas o time sentiu mais o primeiro gol sofrido do que o segundo. Tanto que reagiu no final", analisou Nelsinho.
Os jogadores deixaram o gramado do Pacaembu aliviados por terem saído da zona de rebaixamento, e não lamentando o fato de terem empatado uma partida vital em casa. "A gente buscou a vitória o tempo todo, mas infelizmente ela não veio", afirmou Moradei, bastante elogiado por Nelsinho.
"Levamos dois gols de cabeça, e isso não pode acontecer num momento desse. Mas felizmente reagimos e deixamos a zona de rebaixamento. No final, o time está de parabéns", disse o zagueiro Fábio Ferreira.
De fato, o resultado deu uma tranqüilidade maior ao time para a partida contra o Goiás, no próximo domingo, em Goiânia . "Vamos em uma situação bem melhor para lá. Se vencermos, praticamente afastamos a possibilidade de rebaixamento", falou Nelsinho.0 (EDUARDO ARRUDA E PAULO GALDIERI)


Texto Anterior: Bronca: Nelsinho teme a arbitragem
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.