São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2007

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Cobertura pode rebatizar o Morumbi

Prática do "naming rights", que faria a arena adotar nome de um patrocinador, é cogitada pelo marketing do São Paulo

Estratégia pode possibilitar a construção do teto, que, segundo o presidente do clube, Juvenal Juvêncio, só será erguido com ajuda

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O estádio do São Paulo tem dois nomes: Cícero Pompeu de Toledo é o oficial; Morumbi, o apelido que ganhou o mundo. Mas, para construir a sua tão sonhada cobertura total, a arena que deve abrigar a abertura da Copa de 2014, pode até ganhar um terceiro nome.
A possibilidade de usar a estratégia de marketing conhecida como "naming rights" (direitos de nome, numa tradução literal) é cogitada para levar a cabo a construção das marquises contidas no projeto de reforma da arena para o Mundial, segundo disse o diretor de marketing do clube, Júlio Casares.
"Os "naming rights" são uma das possibilidades que nós estamos estudando agora", afirmou o cartola à Folha.
A cobertura, presente no projeto de Ruy Ohtake, foi apresentada na última terça-feira no clube pelo presidente Juvenal Juvêncio.
Segundo o mandatário tricolor, a reforma acontecerá de qualquer maneira, mas a construção da cobertura especificamente dependerá de parceiros para ser realizada -o que pode fazer a balança pender para a hipótese de um rebatismo comercial do Morumbi.
Os parceiros são necessários porque o teto não é item obrigatório segundo o caderno de encargos da Fifa. Mas, para Juvêncio, a estrutura corresponde aos anseios são-paulinos.
Segundo o próprio Juvêncio, o clube ainda não tem nenhum parceiro nessa empreitada, porque o assunto é muito novo.
"Precisávamos que a Fifa anunciasse o Brasil como a sede da Copa. Agora que isso foi feito, poderemos começar os trabalhos nesse sentido [de buscar os parceiros]", afirmou o presidente do São Paulo.
Justamente por ainda não haver candidatos manifestos para tocar essa parceria, Casares ainda acha precoce tocar no tema do rebatismo. Mas não nega que o assunto está em pauta no marketing do clube.
"Nós temos uma tradição de pluralidade nos nossos contratos de marketing, trabalhando simultaneamente com várias empresas, enquanto no caso dos "naming rights" você concentra tudo num único patrocinador. Mas tudo tem que ser avaliado", afirmou.
Hoje, o clube tem três marcas estampadas na camisa, mais duas de bebidas e ainda tem um contrato de licenciamento com a Warner Bros.
O impacto da apresentação dessa cobertura foi tão grande que mexeu até com a cabeça de alguns jogadores do elenco.
A maior demonstração, sem dúvida, foi do goleiro Rogério, 34. Ele afirmou após os 3 a 0 sobre o América-RN (que oficializaram a conquista do título) que pretende esticar sua carreira até os 41 anos, para poder atuar sob a sombra de um Morumbi coberto.
"Depois que eu vi aquele projeto na terça, pensei: "Quem não gostaria de atuar num estádio bonito como aquele, com aquela cobertura? Estou me sentindo jovem e bem, quero poder ver aquela cobertura de dentro", disse o capitão.


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