São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2007

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De férias das pistas, Hamilton brilha em prateleiras de livrarias

Piloto inglês de apenas 22 anos lança hoje em Londres sua biografia oficial

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Vice-campeão da F-1 em sua temporada de estréia, Lewis Hamilton, 22, transformou-se na maior revelação das pistas nos último anos. Mas o efeito causado pelo piloto inglês começa a tomar de assalto também as prateleiras das livrarias.
Antes do término de seu primeiro ano na categoria, nove livros que contam sua curta trajetória até aqui já estavam disponíveis no mercado inglês. Os títulos vão desde "O Rei do Grid" a "O Campeão do Povo".
A coleção ganha hoje mais uma aquisição: "Lewis Hamilton: My Story" (minha história, em inglês), a biografia oficial.
O lançamento, nove semanas após o contrato ter sido firmado, acontecerá numa livraria no centro de Londres. O piloto estará lá para uma tarde de autógrafos e só dois exemplares por pessoa serão permitidos.
O tablóide "The Sun" teve acesso a trechos do livro.

 
PRIMEIRA VITÓRIA
Eu estava tão feliz de ter provado que muitas pessoas estavam erradas, as pessoas que esperavam que eu fosse mais lento que o Fernando [Alonso]. Até quando me igualei a ele na pré-temporada, diziam-me: "Isto é teste, não fique surpreso se você ficar meio segundo atrás dele na primeira corrida". A vitória mostrou que eu podia ganhar corridas, não só o Fernando.

PRIMEIRO ENCONTRO
A primeira vez que me encontrei com o Fernando foi em 2006. Estava jantando com meu pai no hotel em Istambul, e ele estava indo para a mesa dele. Quando passou, ele disse: "Oi, eu sou o Fernando". Ele era campeão do mundo, lutava pelo segundo título. Fiquei feliz de encontrá-lo, pois ele era um grande piloto. Fiquei surpreso por ter me cumprimentado.

RESPEITO
Em janeiro, há uma semana de treinos físicos que a McLaren trabalhou muito para dar certo. Fomos para a Finlândia, e foi legal. Todos foram, eu, o Pedro de la Rosa, os mecânicos, os engenheiros -todos menos o Fernando. Ele deveria ir, mas não foi e acabou não se aproximando do time. Acredito que o respeito que eu tinha por eles e o que eles tinham por mim aumentou. Achei que o Fernando estaria lá para me mostrar como fazer, mas foi bem o oposto.
O Ron Dennis insistia para que eu ajudasse o Fernando a se sentir em casa. Ele é muito quieto. Você diz "Oi", ele responde "Olá" e é isso. Então, comecei a ir ao quarto dele jogar videogame para construir uma ligação.

HUNGRIA
Ron me pediu algumas vezes durante a classificação para deixar o Fernando passar. Mas pensei: "Onde está ele? Não vou diminuir o ritmo se ele não pode me alcançar". Percebi que o Ron estava bravo, mas pensei: "Bom, o Fernando está milhas atrás". Então fiquei ali. No último pit stop, entrei nos boxes e achei que o Fernando estava fazendo algo estranho. Podia ver ele olhando nos espelhos.

PROBLEMA
Depois do GP da Hungria, liguei para ele e disse: "A gente precisa se encontrar?". Achei que deveria tomar a iniciativa. "Não tenho problemas com você, mas vamos resolver isso". Ele concordou, mas estava muito ocupado na Espanha. Nos encontramos na Turquia, no mesmo hotel em que o conheci. Fomos ao quarto dele. Conversamos e apertamos as mãos. Mas nada mudou abaixo da superfície.


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