São Paulo, segunda-feira, 05 de novembro de 2007

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Marilson fracassa na busca do bi nos EUA

Brasileiro, que tentava 2º triunfo na Maratona de Nova York, acaba em 8º

Inflamação no tendão do pé prejudica atuação de atleta na prova, que viu o queniano Martin Lel e a inglesa Paula Radcliffe saírem vencedores

DENYSE GODOY
DE NOVA YORK

Vencedor da Maratona de Nova York em 2006, Marilson dos Santos, 30, não ficou nem perto de repetir o feito na edição 2007 da prova: ontem, com tempo de 2h13min47s, ficou em oitavo. Culpa de uma inflamação no tendão do pé esquerdo, para a qual vinha fazendo fisioterapia há três semanas.
"Senti bastante a lesão nas descidas e nas curvas", disse.
Devido ao problema, Marilson ficou quase sem treinar, o que prejudicou o desempenho. "Nos últimos quatro quilômetros, quando esperava dar a arrancada final, bateu cansaço."
O dia estava perfeito para a competição: céu parcialmente aberto e temperatura um pouco acima dos 10C. A prova atraiu 39.085 participantes.
Com uma hora e meia de prova, Marilson já não fazia mais parte do pelotão principal, que contava com dez corredores. Já chegando ao Central Park, no coração de Manhattan, restaram cinco: os quenianos Martin Lel, Rodgers Rop e James Rwambai, o marroquino Abderrahim Goumri e o sul-africano Hendrick Ramaala.
Rop, Rwambai e Ramaala perderam ritmo. Então, os últimos quilômetros e o resultado da prova repetiram o ocorrido na Maratona de Londres, em abril: Lel, 29, e Goumri, 31, duelando pela liderança.
Quando Lel apertou o passo na entrada do Central Park, não deu mais para Goumri. O primeiro cravou o tempo de 2h09min4s, e o segundo chegou 12 segundos depois. Lel já ganhara a prova nova-iorquina em 2003 e tinha batido Goumri na Inglaterra neste ano.
Ramaala, que liderara o pelotão nos primeiros dez quilômetros, ficou com o bronze, ao completar em 2h11min25s.
Entre as mulheres, Paula Radcliffe, 33, recordista da prova, triunfou, com 2h23min09s. Foi a sua primeira corrida em quase dois anos -a inglesa fez uma pausa na carreira por causa da gravidez da primeira filha, Isla, que nasceu em janeiro.
"Fiquei nervosa no começo, mas não nervosa demais, porque, afinal, eu me sentia muito feliz de estar aqui de volta."
Desde o começo da corrida, Radcliffe era seguida passo a passo pela etíope Gete Wami, 32, campeã da Maratona de Berlim em setembro. Até cerca de um quilômetro antes do final, elas estavam quase juntas.
A inglesa, por algumas vezes, tentara acelerar, porém não se livrava de Wami. Só na última subida disparou, deixando a rival bem para trás -a etíope terminou com 2h23min32s.
Na terceira colocação, ficou Jelena Prokopcuka, da Letônia, vencedora em 2005 e 2006.
A premiação para os vencedores era de US$ 130 mil (R$ 227 mil). Em termos financeiros, porém, o resultado foi melhor para Wami: ela recebeu US$ 500 mil (R$ 873 mil) por vencer o World Marathon Majors, ranking que mede o desempenho dos corredores nas principais maratonas do mundo -Boston, Londres, Berlim, Chicago e Nova York- desde a temporada do ano passado.
O também queniano Robert Cheruiyot, bicampeão da São Silvestre (2002 e 2004), que não correu ontem, abocanhou o montante do masculino.
Fora do pódio, Marilson agora se concentra na preparação para a Olimpíada de Pequim-08. Depois de um período de descanso, ele dará continuidade ao tratamento da inflamação no tendão. Deve voltar a treinar em três semanas.


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