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MOTOR
FÁBIO SEIXAS - fabioseixas.folha@uol.com.br
Geração espontânea
O DOCUMENTÁRIO "Senna" mostra o protagonista,
mostra Prost, e então a voz
de um comentarista francês
dá a letra: "Prost versus
Senna era um grande sucesso, e Ecclestone sabia conduzir tudo isso muito bem".
Em proveito do drama,
da tensão, das audiências
globais de TV, claro. Não
necessariamente (ou sempre) em prol do esporte.
O inglês, obviamente, não
inventou aquela rivalidade.
Ela apareceria, mesmo que
eles fossem colegas de escola. E surgiu numa época em
que a F-1 vivia o monopólio
de um time. Tinha tudo para ser chata, uma cruz.
Bingo. A salvação. Ecclestone enxergou ali uma
novela que captaria a atenção do público. O duelo do
jovem sul-americano atleta
temente a Deus contra o veterano europeu baixinho ardiloso. Quanto mais eles se
estranhassem, melhor...
A F-1 explodiu no mundo.
De lá para cá, a categoria
até viu alguns duelos, mas
nada muito atraente. Schumacher x Villeneuve prometia, mas acabou quando o
canadense foi para a BAR.
Hakkinen nunca empolgou.
Montoya engordou. Schumacher parou. Era melhor
esperar a próxima geração.
Que acelera em Interlagos a partir de hoje.
Alonso e Webber têm
chances reais de título, são
os candidatos mais fortes.
Hamilton e Vettel correm
por fora, mas prometem engrossar. Massa sempre brilha em casa. Kubica às vezes apronta. Button é o atual
campeão. E há um Schumacher que começou a andar
bem há algumas provas.
São 11 títulos mundiais na
pista, um recorde para o GP.
Novela mais complexa,
com mais personagens e
mais marcas envolvidas.
A F-1 vive hoje sua disputa mais significativa desde
que o francês deixou as pistas, tetracampeão, no fim
de 93 -e Ecclestone nem
precisou intervir.
Sorte do torcedor.
F-1
NA TELA
O documentário estreia nas
salas brasileiras na sexta-feira que vem, dia 12. Vale pelas
imagens. Vale pelos depoimentos, inclusive de "gente
comum", nas ruas, que ajudam a lembrar da força do
mito. Peca pela insistência
no maniqueísmo -Senna,
afinal, não era apenas o santo pintado ali. E é um prazer
ver Reginaldo Leme, mestre
de todos que seguimos essa
carreira, conduzindo toda a
trama, falando dos bastidores, revelando impressões.
F-1
NO OSSO
Todos os concorrentes ao título já estouraram o limite de
oito motores. Assim, correrão
em Interlagos com propulsores usados. Webber é o mais
tranquilo: só ultrapassou a
cota na última etapa. Alonso
é o que tem o maior pepino:
desde Cingapura, em setembro, disputa GPs com motores rodados. Hamilton e Vettel tiveram motores usados
em Yeongam, mas o alemão
corre em Interlagos com um
propulsor de dois GPs. Esta
conta pode ser decisiva.
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