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São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2003

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AUTOMOBILISMO

Filho de Piquet é mais rápido que o de Rosberg e nega já ter um contrato assinado com a Williams

Nelsinho bate rival, mas diz não estar pronto para a F-1

Marcelo del Pozo/Reuters
Nelsinho Piquet conduz um Williams na Espanha em seu último dia de treinos com o time inglês


TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Foram três dias no circuito de Jerez de La Frontera, 110 voltas, mais de 480 km e pouco mais de duas horas e meia no cockpit de um Williams. Mas Nelsinho Piquet, 18, diz que ainda não está preparado para correr na F-1.
"Fiquei um dia e meio treinando, mas acho que não foi suficiente", disse ontem o piloto, por telefone, da Espanha. "Além disso, não estou pronto fisicamente."
O filho do tricampeão Nelson Piquet encerrou ontem, com Nico Rosberg, filho do também campeão Keke, uma bateria de treinamentos para ser piloto de testes da escuderia, possivelmente já a partir da próxima temporada.
Nelsinho treinou na terça-feira e ontem pela manhã. Nico assumiu o carro anteontem e novamente ontem à tarde. Quando treinaram em dias separados, o alemão foi mais veloz. Ontem, porém, o brasileiro levou a melhor ao cravar cerca de 1,5s a menos que Nico.
Apesar das inevitáveis comparações, Nelsinho garante que não houve disputa entre os filhos de ex-pilotos da própria Williams. "Nós não fomos para a pista juntos e não estamos disputando nada. Estamos apenas tentando mostrar nosso talento", declarou.
Mas o fato é que ambos sonham em vestir o macacão da equipe já no ano que vem. E muito provavelmente não haverá vaga para os dois, já que além de seus dois pilotos titulares (Ralf Schumacher e Juan Pablo Montoya), a Williams tem Marc Gené para os testes.
A esperança de Nelsinho é que sobre uma vaga para ele em 2005, com a já anunciada saída de Montoya do time. "Acho que eu poderia ser piloto de testes por dois anos, mas a saída do Montoya pode antecipar as coisas", afirmou.
Apesar de praticamente falar como piloto do time, o brasileiro nega que já tenha um contrato assinado até 2010, como seu pai chegou a falar na semana passada.
"O que acontece é que, quando se faz um teste, eles pedem pra você assinar um contrato para que, se eles quiserem ficar com você, tenham prioridade. Se eles decidirem que me querem, aí a gente trabalha em cima desse contrato."
Mas, mesmo se não for escolhido, Nelsinho diz que não pretende procurar outra equipe.
"Se eu não conseguir nada aqui [na Williams] não vou sair correndo atrás de um time porque não estou com pressa."
"Além disso, se eu for bem neste ano [deve permanecer na F-3 inglesa por mais uma temporada], com certeza alguma equipe vai querer me testar", completou.
É justamente aí que o sobrenome pode pesar a seu favor. "Essa é a parte boa de ser um Piquet. Estou entrando num mundo onde meu sobrenome é famoso e reconhecido onde quer que eu vá."
E a parte ruim? "O ruim é que, pelo fato de eu ser um Piquet, as pessoas esperam coisas de mim."
Mas essa pressão parece não abalar o piloto que tem em seu currículo o título da F-3 sul-americana em 2002 e um terceiro lugar no Inglês de F-3 neste ano. "Acho que eu já mostrei que tenho talento e tive boas oportunidades de andar bem", afirmou.
O que mais parece deixar o jovem piloto nervoso é a a comparação com os mais experientes. "É difícil andar no mesmo tempo deles, que sabem como tudo funciona e têm anos de experiência naqueles carros. A gente fica um pouco nervoso, ansioso", disse.
"Parece que tudo o que você faz, o que você fala, tem um monte de gente olhando, prestando atenção", finalizou, referindo-se às reuniões das quais participou com os membros da Williams.


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