São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

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Corinthians vai ao Rio e fecha com Mano Menezes

Clube demite Nelsinho Baptista e acerta com o ex-técnico do Grêmio por 1 ano

Gaúcho, que também tinha proposta do Cruzeiro, afirma que a Série B não diminui nenhum técnico e cita Parreira como exemplo


RICARDO PERRONE
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Corinthians, Andrés Sanches, viajou às pressas para o Rio de Janeiro e acertou a contratação do gaúcho Mano Menezes como substituto de Nelsinho Baptista, demitido ontem pelo time alvinegro.
Andrés e Mano, além do novo diretor técnico do clube, Antônio Carlos, encontraram-se ontem. Os últimos detalhes do contrato de um ano foram definidos em um jantar num restaurante da zona sul carioca.
A primeira reunião, segundo interlocutor do treinador, ocorreu no escritório do empresário Carlos Leite.
Lá, Mano conheceu e aceitou o projeto corintiano, que aceitou lhe dar compensação pelo fato de ele não disputar a Libertadores com o Cruzeiro. O técnico pediu salário de cerca de R$ 250 mil mensais. Ele também receberá premiação, que deve superar R$ 1 milhão, se recolocar o time na Série A.
"Já passei por essa situação com o Grêmio e acho que posso ajudar o Corinthians a voltar ao lugar de um clube do tamanho dele. Resolvi aceitar o desafio", disse o técnico à Folha.
Para ficar com o treinador, o alvinegro venceu concorrência com o Cruzeiro. Ao saberem da proposta dos mineiros, os corintianos pediram a ele que não fechasse antes de ouvi-los.
Na cidade, também estava Vanderlei Luxemburgo, que, segundo conselheiros, mantinha negociações com o Corinthians, o que o técnico nega.
Ontem, ele e Mano, que conversaram a sós por cerca de 20 minutos, demonstraram interesse em dirigir a equipe do Parque São Jorge, rebaixada para a Série B do Nacional.
A prioridade, porém, era Mano Menezes. Andrés afirmou anteontem que o Corinthians precisava de um técnico experiente em Série B, que soubesse as diferenças entre disputar o campeonato da elite e o da segunda divisão -em 2005, Mano levou o Grêmio à Série A.
"Se o Carlos Alberto Parreira treinou na Série C, treinar na Série B não é demérito nenhum. Jogar a Série B não faz nenhum clube ser menos clube e nenhum técnico ser menos técnico", declarou o treinador ontem, no Rio de Janeiro.
"Ganhar a Série B vai ser tão importante para a torcida do Corinthians quanto vai ser importante para a torcida do Cruzeiro ganhar a Libertadores."
Apesar de o time preferir o gaúcho, havia no clube quem sonhava com Luxemburgo, descartado recentemente por ser considerado caro -recebe cerca de R$ 600 mil mensais.
No Rio, ele disse não ter conversado com os corintianos e que ainda não resolveu sua situação com o Santos -tem contrato até o final deste ano.
"Se o Santos tiver interesse, vamos discutir o projeto. Ganho muito bem, e dinheiro não é problema. Mas, se eles não tiverem interesse, vou estudar outras possibilidades", disse Luxemburgo, que cogitou até ficar seis meses em férias.
O técnico, porém, negou que estar na segunda divisão seria um empecilho. O primeiro passo para a montagem de uma nova comissão técnica aconteceu ontem. Antes de acertar com Mano, o clube anunciou em seu site oficial o rompimento com Nelsinho, que falhou na missão para a qual foi contratado: evitar o rebaixamento.


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