São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

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MOTOR

Vazios


Das 26 vagas no grid da F-1 para 2010, 11 ainda não estão preenchidas, o que sugere algumas conclusões


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

S ÃO ONZE os espaços em branco na lista de inscritos para a F-1 em 2010. O documento foi divulgado pela FIA na segunda, ganhou um adendo na quinta, e, como sempre, sofrerá alterações até as equipes desembarcarem para o GP de abertura, desta vez no Bahrein.
Hoje, é uma relação desequilibrada. Há 13 equipes até agora -a 13ª, a Sauber, deve surgir na próxima edição da lista. Na metade de cima, das seis primeiras colocadas no último Mundial, são duas vagas abertas. Na de baixo, com Force India, Toro Rosso, Sauber e as novatas, nove.
Ok, faltam pouco mais de três meses para o começo do Mundial. Mas esse desequilíbrio momentâneo deve ter algum significado. Ou vários.
Mostra, logo de cara, que as estreantes Lotus, Campos, US F1 e Virgin já descobriram um dos caminhos mais eficientes para fazer dinheiro na categoria. Leiloar vagas. No sentido literal da expressão: quem pagar mais leva. Do ponto de vista ético, nada contra as equipes levantarem verba assim. Afinal, o negócio é honesto, diferentemente de tantas picaretagens que financiaram a brincadeira por anos e anos.
Mas, no campo esportivo, a prática cria aberrações. Dinheiro e talento nem sempre andam juntos. Na Campos, por exemplo, deve pintar o venezuelano Maldonado (apoiado por Chávez) ou o russo Petrov (bancado pelo petróleo russo). Quem viu a GP2 em 2009 sabe do que se trata.
Escancara, também, a dificuldade geral de identificar promessas. A GP2 não é parâmetro para a F-1, uma pena. Mais: os testes estão proibidos e uma das melhores ideias dos últimos anos foi enterrada, os terceiros carros às sextas-feiras -foi assim que a categoria abriu os olhos para um certo Vettel, em 2005.
Por fim, indica também falta de segurança dos pilotos e de seus patrocinadores nas tais equipes. Enquanto os carros não aparecerem, são vento. E gastar milhões para comprar vento não parece sensato.
O resultado é que o grid só deve ser fechado às vésperas do Bahrein.
Preparem-se para uma nova fornada de barbeiros. São Cristóvão terá trabalho extra no ano que vem.

NA TERRA
Raikkonen seguiu o coração e correrá de rali. O finlandês não será exatamente um neófito. Sempre que pode, ele dá suas escapadinhas para o off-road. Mais: estará motivado, o que não ocorre há tempos. De qualquer forma, tudo indica que estará de volta à F-1 em 2011, ao lado de Vettel. Baita dupla.

NO AR
A justificativa da CBA para autorizar corrida de rua numa cidade com autódromo é risível: o contrato com a F-1 inviabiliza Interlagos. A regra, aliás, foi criada para impedir uma etapa da F-Renault no Aterro. O estatuto só vale quando é bom para quem manda.

fabioseixas.folha@uol.com.br


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