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Dunga usará internet para conhecer a Coreia
Seleção norte-coreana, rival do Brasil na estreia, é a mais misteriosa da Copa-10
DOS ENVIADOS À CIDADE DO CABO
Coube ao Brasil, logo na estreia na Copa da África do Sul, a
missão de enfrentar o time
mais misterioso dos 32 que disputarão a competição em 2010.
Mas Dunga já tem uma ideia
para tentar desvendar os segredos da Coreia do Norte, equipe
do Mundial com a pior colocação no Ranking da Fifa (84º).
"No mundo globalizado, está
tudo na internet. Você consegue pegar informação em qualquer lugar", disse Dunga, sobre
a forma como pretende conhecer os rivais norte-coreanos.
Mas a tarefa do técnico na rede mundial de computadores
deverá ser muito complicada.
Provavelmente o país mais
fechado do mundo, a Coreia do
Norte praticamente veta o
acesso de estrangeiros a seu
território. Contar com informações produzidas no próprio
país sobre o seu futebol também é perder tempo.
Isso porque lá a internet é
quase inexistente, e o raro conteúdo produzido é controlado
de perto pelo governo.
Também será difícil para
Dunga arrumar fitas com os jogos dos norte-coreanos, especialmente de amistosos. As eliminatórias asiáticas foram as
primeiras a acabar.
A Coreia do Norte só realiza
partidas festivas contra times
africanos e asiáticos, quase
sempre de pouca expressão.
Na lista de amistosos recentes, aparecem como adversários seleções do nível de Congo,
Hong Kong, Líbano, Tailândia,
Nepal e Sri Lanka.
Mesmo provavelmente sabendo quase nada sobre a Coreia do Norte, como todo o planeta, o técnico brasileiro diz
que o rival é, sim, perigoso.
"A Coreia é desconhecida,
mas tem velocidade. Passaram
por uma classificação nas eliminatórias. O mundo está todo
moderno, com treinamento e
jogadores de qualidade por todo o mundo", afirmou ele.
Na estreia brasileira na Copa,
Dunga não terá como repetir
uma de suas frases prediletas
para inflar o poderio dos adversários da sua equipe.
O treinador adora dizer que o
futebol dos rivais do Brasil evoluiu porque muitos dos jogadores atuam na Europa. Fez isso
ontem, por exemplo, ao falar
sobre a Costa do Marfim.
Mas não será o caso da Coreia
do Norte. Certamente, entre os
32 participantes do Mundial-2010, será o time com mais jogadores defendendo camisas
de clubes do próprio país.
Ontem, a Coreia do Norte já
deu mostras de como deverá
continuar misteriosa.
Nenhum representante do
time apareceu para as entrevistas, teoricamente obrigatórias,
após o fim do sorteio dos grupos. Também não havia imprensa do país no centro de
convenções da Cidade do Cabo.
Pela manhã, em um seminário organizado pela Fifa com as
comissões técnicas das seleções, os representantes norte-
-coreanos se recusaram a dar
qualquer tipo de declaração.
Dunga também não falou no
seminário, mas depois do sorteios se mostrava aliviado pelo
fato da seleção ter caído no
Grupo G, que, assim como o B
-em que os organizadores sul-africanos diziam que o Brasil ficaria-, dá ao time o direito de
disputar seus dois primeiros
confrontos em Johannesburgo.
Na cidade, caso vá até a decisão como líder da chave, a equipe nacional ainda jogaria pelas
quartas de final e na decisão.
"Isso é bom. O desgaste em
uma competição curta como
essa é muito grande. Ficar duas
partidas seguidas no mesmo lugar nos beneficia", disse Dunga.
O técnico só volta a reunir
seu time em março, quando faz,
provavelmente em Londres, o
último amistoso antes da convocação final para a Copa-2010.
(PAULO COBOS E RODRIGO BUENO)
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