São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dunga usará internet para conhecer a Coreia

Seleção norte-coreana, rival do Brasil na estreia, é a mais misteriosa da Copa-10

DOS ENVIADOS À CIDADE DO CABO

Coube ao Brasil, logo na estreia na Copa da África do Sul, a missão de enfrentar o time mais misterioso dos 32 que disputarão a competição em 2010.
Mas Dunga já tem uma ideia para tentar desvendar os segredos da Coreia do Norte, equipe do Mundial com a pior colocação no Ranking da Fifa (84º).
"No mundo globalizado, está tudo na internet. Você consegue pegar informação em qualquer lugar", disse Dunga, sobre a forma como pretende conhecer os rivais norte-coreanos.
Mas a tarefa do técnico na rede mundial de computadores deverá ser muito complicada.
Provavelmente o país mais fechado do mundo, a Coreia do Norte praticamente veta o acesso de estrangeiros a seu território. Contar com informações produzidas no próprio país sobre o seu futebol também é perder tempo.
Isso porque lá a internet é quase inexistente, e o raro conteúdo produzido é controlado de perto pelo governo.
Também será difícil para Dunga arrumar fitas com os jogos dos norte-coreanos, especialmente de amistosos. As eliminatórias asiáticas foram as primeiras a acabar.
A Coreia do Norte só realiza partidas festivas contra times africanos e asiáticos, quase sempre de pouca expressão.
Na lista de amistosos recentes, aparecem como adversários seleções do nível de Congo, Hong Kong, Líbano, Tailândia, Nepal e Sri Lanka.
Mesmo provavelmente sabendo quase nada sobre a Coreia do Norte, como todo o planeta, o técnico brasileiro diz que o rival é, sim, perigoso.
"A Coreia é desconhecida, mas tem velocidade. Passaram por uma classificação nas eliminatórias. O mundo está todo moderno, com treinamento e jogadores de qualidade por todo o mundo", afirmou ele.
Na estreia brasileira na Copa, Dunga não terá como repetir uma de suas frases prediletas para inflar o poderio dos adversários da sua equipe.
O treinador adora dizer que o futebol dos rivais do Brasil evoluiu porque muitos dos jogadores atuam na Europa. Fez isso ontem, por exemplo, ao falar sobre a Costa do Marfim.
Mas não será o caso da Coreia do Norte. Certamente, entre os 32 participantes do Mundial-2010, será o time com mais jogadores defendendo camisas de clubes do próprio país.
Ontem, a Coreia do Norte já deu mostras de como deverá continuar misteriosa.
Nenhum representante do time apareceu para as entrevistas, teoricamente obrigatórias, após o fim do sorteio dos grupos. Também não havia imprensa do país no centro de convenções da Cidade do Cabo.
Pela manhã, em um seminário organizado pela Fifa com as comissões técnicas das seleções, os representantes norte- -coreanos se recusaram a dar qualquer tipo de declaração.
Dunga também não falou no seminário, mas depois do sorteios se mostrava aliviado pelo fato da seleção ter caído no Grupo G, que, assim como o B -em que os organizadores sul-africanos diziam que o Brasil ficaria-, dá ao time o direito de disputar seus dois primeiros confrontos em Johannesburgo.
Na cidade, caso vá até a decisão como líder da chave, a equipe nacional ainda jogaria pelas quartas de final e na decisão.
"Isso é bom. O desgaste em uma competição curta como essa é muito grande. Ficar duas partidas seguidas no mesmo lugar nos beneficia", disse Dunga.
O técnico só volta a reunir seu time em março, quando faz, provavelmente em Londres, o último amistoso antes da convocação final para a Copa-2010. (PAULO COBOS E RODRIGO BUENO)


Texto Anterior: [+]Tostão: Seleção cai em um grupo forte, mas é favorita
Próximo Texto: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.