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JUCA KFOURI
Estrelado Cruzeiro
Não há time jogando um futebol mais formoso no Brasil
que o Cruzeiro.
Mais uma vez foi assim diante do San Lorenzo pela tal Copa
Mercosul, uma partida deliciosa de ver, bem jogada, limpa,
bem apitada, e que o time mineiro só não venceu por detalhe.
É esse Cruzeiro que a Lusa
enfrentará amanhã no Canindé, precisando ao menos de um
empate para continuar viva no
Campeonato Brasileiro.
Não será fácil, ou melhor, será muito difícil.
O Cruzeiro não dá a menor
pelota para o estádio em que
joga, formado que é por jogadores mais do que experientes,
tremendamente bem preparados por Levir Culpi, um técnico
que tira o atacante Fábio Júnior de campo sem crise e sem-
cerimônia.
A tarefa de Candinho é para
lá de complicada, e seu grande
aliado nesta empreitada é
Evair, única cobra criada da
Lusa à altura de tanta gente
provada.
O Cruzeiro não é mais o time
das cinco estrelas.
Hoje, tem, no mínimo, no mínimo, umas dez.
Coincidências ainda sobre a
final entre Real Madrid e Vasco: sempre que a decisão em
Tóquio foi de dia e envolveu
clubes brasileiros, deu Brasil
na cabeça.
Foi assim com o São Paulo,
duas vezes, e com o Flamengo e
com o Grêmio, uma vez cada
um.
Sempre que foi à noite, o futebol nacional perdeu: com o
Grêmio, com o Cruzeiro e, agora, com o Vasco.
É como se a luz do sol nascente irradiasse bons fluídos e a
artificial não.
O Japão, aliás, virou o palco
predileto da festa de brasileiros
renegados, que de lá saíram como campeões mundiais nos últimos dias: primeiro foi Bebeto
de Freitas, o melhor técnico de
vôlei do mundo e que ganhou
com a Itália, porque, aqui, incomoda o poder estabelecido.
Depois chegou a vez do "mascarado" Roberto Carlos e do
"canela de vidro" Sávio.
Pena que os três estivessem
do lado contrário, mas a vida é
assim mesmo e nem sempre se
pode escolher.
Bebeto de Freitas, então, esteve tão contido, mas tão contido, que achou que Brasil e Itália fizeram o jogo mais difícil
da sua carreira.
E não foi não nada disso,
apesar de ter sido mesmo uma
grande partida.
Mas como ele não via a hora
de terminar aquela tortura,
acabou superestimando o tempo e as dificuldades da bela disputa.
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