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FUTEBOL
Psicóloga do time utiliza exemplo de vida de personalidades para tentar fazer a equipe reagir no Brasileiro
Corinthians recorre a Tyson e Grael
da Reportagem Local
José Carreras, Mike Tyson, Lars
Grael e a própria Suzy Fleury, psicóloga do Corinthians e da seleção
brasileira, estão sendo usados como exemplo para os atletas comandados por Wanderley Luxemburgo nas finais do Brasileiro-98.
As experiências de vida do tenor
espanhol, do boxeador norte-americano e do iatista brasileiro foram
incorporadas no trabalho desenvolvido pela psicóloga para obter
uma reação positiva no time, que
não pode perder para o Santos
amanhã, pelas semifinais, se quiser
continuar na competição.
Com pelo menos um empate, o
Corinthians provoca o terceiro jogo entre as duas equipes.
Nas conversas com o grupo e
com os demais membros da comissão técnica, a psicóloga tem
discutido a necessidade de os jogadores não se tornarem "reféns de
suas emoções". "Quanto mais perto de realizar o sonho, mais obstáculos aparecem", diz Fleury.
Para ela, um exemplo clássico de
quem perdeu a cabeça e, em poucos segundos, por uma reação descontrolada, pôs sua carreira em xeque foi Mike Tyson, que, em 97,
mordeu a orelha de Evander Holyfield e foi afastado do boxe.
O exemplo de Tyson, porém, se é
usado para os demais jogadores,
não é o utilizado para Marcelinho,
que está em fase de baixo astral. Ele
ficou afastado do time no final da
primeira fase, por indisciplina, e só
retornou na primeira partida das
quartas-de-final, contra o Grêmio.
Para o meia-atacante, a psicóloga
tem usado reforços positivos. O
exemplo é Lars Grael, iatista que
teve a perna direita decepada em
setembro e continua no esporte.
"Se eu já tinha admiração por ele,
ficou ainda maior", disse Fleury.
Além de Tyson e Grael, a psicóloga cita frequentemente a vida do
tenor espanhol José Carreras.
"Sem falar na carreira brilhante
que ele construiu, ainda enfrentou
o câncer bravamente."
E não pára em Carreras, citando
a si mesma como exemplo de
quem usou os conceitos da inteligência emocional em sua vida.
"É importante você ter um sonho, um objetivo de vida, e partir
para a ação, sempre com muita
vontade, com muita paixão."
Fleury afirma que, no ano passado, colocou na cabeça que 98 entraria na sua vida como um marco.
"E em 98 eu lancei meu primeiro
livro, fui para a seleção brasileira e
dei meu primeiro curso aberto ao
público", comemora, acrescentando que, em 99, quando completará
40 anos, já colocou como meta ficar "com um corpinho de 30".
"Você tem que sonhar e ir atrás
do seu sonho sempre. É assim com
o Corinthians no Brasileiro. O sucesso de um é o sucesso de todos."
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