São Paulo, quarta-feira, 06 de janeiro de 2010

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Justiça francesa veta o banimento da FIA a Briatore

Tribunal de Grande Instância diz que punição a ex-chefe da Renault foi irregular e motivada por interesse de Mosley

Italiano, afastado da F-1 por tempo indeterminado, se diz muito contente e fala que não sabe se deseja voltar à categoria no futuro

DA REPORTAGEM LOCAL

A Justiça francesa suspendeu ontem o banimento imposto a Flavio Briatore pela FIA alegando que a suspensão foi aplicada de maneira ilegal pela federação de automobilismo.
Um dos envolvidos no escândalo da armação do resultado do GP de Cingapura-2008 pela Renault, Briatore havia sido proibido de frequentar ou ter qualquer envolvimento com a F-1 por tempo indeterminado após julgamento em setembro.
Um mês depois, o italiano, que foi afastado da chefia da Renault, entrou com o processo contra a FIA dizendo que não havia recebido o direito de se defender propriamente.
De acordo com a decisão do Tribunal de Grande Instância, a FIA não tem poder para banir Briatore. "A entidade pode punir portadores de licenças, líderes e membros de entidades nacionais, mas não pode fazer isso com terceiros, o que é uma contravenção do Artigo 28 de seu estatuto", disse o veredicto.
A decisão da Justiça francesa também aponta para um conflito de interesses na punição, já que Max Mosley é inimigo declarado do ex-chefe da Renault. "O senhor Mosley teve papel de liderança ao lançar inquérito e investigações, violando o princípio da separação de poder entre as entidades [a FIA e o Conselho Mundial, ambos presididos por ele à época]."
Além da reversão da pena, a entidade que comanda o automobilismo terá que indenizar Briatore em 15 mil (aproximadamente R$ 37 mil) -o italiano havia pedido 1 milhão- e terá de tornar pública a suspensão do banimento com anúncios em jornais franceses.
A anulação da pena também vale para Pat Symmonds, diretor da Renault também envolvido na armação e que havia sido suspenso por cinco anos.
A FIA distribuiu comunicado no fim da tarde de ontem em que afirma que a decisão tomada pelo Conselho Mundial da entidade continuará valendo até que todas as possibilidades de recorrer se esgotem.
"Pretendemos tomar as devidas providências para que nenhuma das pessoas envolvidas em atividades perigosas ou atos de trapaça participem da F-1 no futuro", afirma a nota.
Já Briatore comemorou a decisão. "Cada um colhe o que planta, e Mosley colheu o que plantou", declarou o italiano, que disse ainda não saber se deseja voltar à F-1 em breve.
"A única fórmula que me interessa agora é a fórmula bebê, pois estou aguardando o nascimento do meu filho", falou Briatore, que está no Quênia. "Certamente estou mais sereno, porque o mal que me fizeram a FIA e Mosley foi enorme, mas não desejo vingança."


Com agências internacionais

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