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Justiça francesa veta o banimento da FIA a Briatore
Tribunal de Grande Instância diz que punição a ex-chefe
da Renault foi irregular e motivada por interesse de Mosley
Italiano, afastado da F-1 por tempo indeterminado, se diz muito contente e fala
que não sabe se deseja voltar à categoria no futuro
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça francesa suspendeu ontem o banimento imposto a Flavio Briatore pela FIA
alegando que a suspensão foi
aplicada de maneira ilegal pela
federação de automobilismo.
Um dos envolvidos no escândalo da armação do resultado
do GP de Cingapura-2008 pela
Renault, Briatore havia sido
proibido de frequentar ou ter
qualquer envolvimento com a
F-1 por tempo indeterminado
após julgamento em setembro.
Um mês depois, o italiano,
que foi afastado da chefia da
Renault, entrou com o processo contra a FIA dizendo que
não havia recebido o direito de
se defender propriamente.
De acordo com a decisão do
Tribunal de Grande Instância,
a FIA não tem poder para banir
Briatore. "A entidade pode punir portadores de licenças, líderes e membros de entidades nacionais, mas não pode fazer isso
com terceiros, o que é uma contravenção do Artigo 28 de seu
estatuto", disse o veredicto.
A decisão da Justiça francesa
também aponta para um conflito de interesses na punição,
já que Max Mosley é inimigo
declarado do ex-chefe da Renault. "O senhor Mosley teve
papel de liderança ao lançar inquérito e investigações, violando o princípio da separação de
poder entre as entidades [a FIA
e o Conselho Mundial, ambos
presididos por ele à época]."
Além da reversão da pena, a
entidade que comanda o automobilismo terá que indenizar
Briatore em 15 mil (aproximadamente R$ 37 mil) -o italiano havia pedido 1 milhão-
e terá de tornar pública a suspensão do banimento com
anúncios em jornais franceses.
A anulação da pena também
vale para Pat Symmonds, diretor da Renault também envolvido na armação e que havia sido suspenso por cinco anos.
A FIA distribuiu comunicado no fim da tarde de ontem
em que afirma que a decisão tomada pelo Conselho Mundial
da entidade continuará valendo até que todas as possibilidades de recorrer se esgotem.
"Pretendemos tomar as devidas providências para que nenhuma das pessoas envolvidas
em atividades perigosas ou atos
de trapaça participem da F-1
no futuro", afirma a nota.
Já Briatore comemorou a decisão. "Cada um colhe o que
planta, e Mosley colheu o que
plantou", declarou o italiano,
que disse ainda não saber se
deseja voltar à F-1 em breve.
"A única fórmula que me interessa agora é a fórmula bebê,
pois estou aguardando o nascimento do meu filho", falou
Briatore, que está no Quênia.
"Certamente estou mais sereno, porque o mal que me fizeram a FIA e Mosley foi enorme,
mas não desejo vingança."
Com agências internacionais
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