São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2011

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ANÁLISE

O preço será pago em duas vezes: agora e no 2º semestre

TURÍBIO LEITE DE BARROS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Quando um jogador fica 30 dias livre de compromissos de treino, de alimentação adequada e de outros hábitos da rotina de atleta profissional, ele precisa de 30 dias de readaptação, no mínimo. É questão de matemática.
A legislação obriga que os clubes deem 30 dias de férias para os jogadores. É correto, é necessário mesmo. Mas também deveria haver legislação que obrigue os atletas a ter 30 dias de treino antes do início da temporada.
O fato de haver poucos dias de pré-temporada gera grandes problemas. No começo do ano, há o ônus de os atletas terem um desempenho aquém do esperado. É o que vai acontecer nas primeiras rodadas do Paulista.
Ainda é preciso levar em conta o calor exacerbado desta época do ano. O público vai ver atletas mal treinados, mal adaptados ao esforço e jogando com temperaturas elevadas. Isso resulta em risco imediato de lesões.
Os jogadores também serão expostos a muitas partidas decisivas, de mata-mata, o que só aumenta a exigência de preparação física.
O problema vai se agravar depois, a partir de agosto, quando aparecer o ônus da sobrecarga da temporada.
Com esse calendário, é quase impossível fazer o que chamamos de manutenção.
É preciso, ao longo do ano, correr atrás do que não se conseguiu fazer no início.
O ideal seria fazer como na Europa. Lá os clubes levam a sério esse período, porque sabem que é um investimento para a temporada inteira.

TURÍBIO LEITE DE BARROS é fisiologista e professor da Unifesp


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