São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2011

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Demitido, Brum ataca a diretoria

SANTOS
Salários não seriam pagos se Neymar não jogasse, fala o atleta


LEONARDO LOURENÇO
DE SÃO PAULO

Depois de ser demitido do Santos no início da semana, o volante Roberto Brum deixou o clube criando polêmica ao revelar bastidores da demissão do técnico Dorival Jr., após discussão com Neymar, em setembro de 2010.
Segundo o jogador, uma ordem de alguém "acima" do presidente exigia a presença do atacante no clássico contra o Corinthians, no segundo turno do Brasileiro. Caso contrário, os salários de funcionários não seriam pagos.
As declarações foram dadas a um programa da TV Santa Cecília, propriedade do ex-presidente Marcelo Teixeira, e confirmadas ontem pelo volante à Folha.
"Foi passado que não tinha como controlar. Veio ordem de cima de que, se o Neymar não jogasse, não receberíamos os pagamentos."
A discussão entre Dorival Jr. e Neymar aconteceu na partida contra o Atlético-GO. O jogador foi multado pela diretoria e, a pedido do técnico, cortado do jogo seguinte, contra o Guarani.
Não satisfeito, Dorival anunciou também que o jovem não enfrentaria o Corinthians, em 22 de setembro. A medida irritou a diretoria, e o treinador foi demitido.
Brum, o meia Marquinhos, o lateral Léo e o zagueiro Edu Dracena apoiaram a decisão do treinador e pediram ao presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro que o técnico fosse mantido no time.
Foi quando a ameaça teria partido de membros do Grupo Guia, formado por conselheiros que colaboram na administração do Santos.
Alguns deles são cotistas na Teisa, um fundo de investimentos que ajuda o clube em contratações e que adquiriu 5% dos direitos de Neymar, que atualmente treina com a seleção sub-20.
Sob o comando do interino Marcelo Martelotte, o atacante enfrentou o Corinthians, fez um gol, mas o Santos foi derrotado em casa por 3 a 2.
"A ordem chegou em uma reunião em que estavam o Pedro [Nunes Conceição, diretor de futebol] e o Fernando [Silva, consultor e membro do Grupo Guia]", disse o volante. "[Diante da ameaça,] nós entregamos os pontos."
Em nota, o Santos disse que as declarações de Brum são "mentirosas e levianas" e prometeu acioná-lo na Justiça. "Nunca existiu qualquer ameaça, por parte da diretoria, de imputar sanções salariais a atletas caso Neymar não jogasse contra o Corinthians", diz o comunicado.


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