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Judô abre ciclo desprezando pontos
Em Grand Slam, atletas e confederação relegam a segundo plano o ranking mundial, passaporte para Londres-2012
Judocas afirmam que busca por pontuação passará a ser prioridade somente a partir de maio, quando começa o "segundo ano olímpico"
GIULLIANA BIANCONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A equação é simples. As vagas
para os judocas que representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, serão o resultado da soma dos
pontos dos rankings individuais. Quem tiver mais pontos
leva a vaga em sua categoria.
A corrida para se destacar no
ranking da FIJ (Federação Internacional de Judô), que agora
dará a tônica da rotina dos atletas, deveria começar efetivamente amanhã, no Grand Slam
de Paris, onde o país será representado por Sarah Menezes,
Ketleyn Quadros, Camila Minakawa, Luciano Corrêa, Daniela Polzin e Hugo Pessanha.
Mas a forma como os atletas
e a CBJ (Confederação Brasileira de Judô) encaram essa
competição mostra que o Brasil
começa o novo ciclo olímpico
ainda em ritmo de treinamento
e desprezando os pontos.
Tiago Camilo, que havia sido
relacionado pela CBJ para o
torneio, pediu dispensa da
equipe que seguiu para a capital
da França anteontem.
"Até abril, a minha prioridade é me garantir na categoria
médio. Só no "segundo ano
olímpico", que começa em
maio, é que eu vou realmente
atrás do ranking", afirma.
Para a FIJ, o primeiro ano
olímpico já se encerra no próximo 30 de abril. E os pontos acumulados pelos judocas até lá
valerão apenas 25% em 2012.
"Não que esses pontos não
sejam importantes, mas não
adianta começar o ciclo sem estar bem, totalmente recuperado de lesões", afirma Antônio
Carlos Pereira, o Kiko, técnico
de João Derly e Eduardo Santos, que foram a Pequim-08.
Também convocados para o
Grand Slam de Paris, os dois
atletas abriram mão da oportunidade de buscar, desde já, resultados que incrementem os
seus rankings individuais.
Derly, que se recupera de
uma entorse no joelho, tem hoje 24 pontos no ranking, obtidos em sua tímida participação
na China, quando venceu apenas uma luta da categoria meio-leve. O peso médio Santos, sétimo na última Olimpíada, figura
com 96 pontos. "Estamos trabalhando para estarmos com
força total no Grand Slam de
Moscou, em maio", diz Kiko.
Na confederação brasileira, o
coordenador técnico Ney Wilson também deixa claro que o
ritmo só será acelerado a partir
do "segundo ano olímpico",
quando os pontos obtidos pelos
atletas sofrerão desvalorização
menor: valerão 50% em 2012.
"Agora é a hora de fazer experiências. O fato de alguns convocados para esse Grand Slam
terem sido dispensados não
compromete o nosso trabalho,
pois nesse momento ainda não
temos metas definidas. Estamos entendendo como será a
dinâmica com a nova forma de
classificação", declara Wilson.
Até o último ciclo olímpico, o
ranking não era o passaporte
para os Jogos. Os judocas dependiam da convocação da
confederação de seu país após
bom desempenho em competições continentais.
O "desprezado" Grand Slam
de Paris distribuirá 300 pontos
para os vencedores, 180 para os
segundos colocados e 120 para
os terceiros nas suas categorias.
Na escala da FIJ, os Grand
Slams dão a quarta maior pontuação entre os torneios, atrás
de Olimpíadas, Mundiais e
Masters.
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