São Paulo, segunda-feira, 06 de março de 2006

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FUTEBOL

Em jogo de pouca finalização certa, treinador muda o Santos para vencer

Luxemburgo ganha "guerra fria" depois de tiros errados

MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

No clássico dos times "em desenvolvimento", o Santos levou a melhor na Vila Belmiro, interrompeu a evolução do Palmeiras e, com o placar de 1 a 0, manteve a liderança com sua oitava vitória seguida no Paulista-2006.
O gol saiu num pênalti bem marcado no fim, em falta do goleiro Sérgio, que saiu mal, sobre o santista Wendel. Léo Lima, que substituiu Magnum no segundo tempo, converteu aos 41min.
A "guerra fria" entre Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão, disputada sob mormaço e chuva forte, começou a se resolver meia hora antes, quando foi divulgada a escalação santista: Magnum no meio, Tabata e Geílson no ataque, Reinaldo e Léo Lima na reserva.
"Tem que acabar com essa cultura de que a escalação tem que sair na sexta por causa da imprensa", disse Luxemburgo. "A escalação saiu meia hora antes. Se eu quisesse, sairia mais tarde."
Vencedor da batalha contra os desafetos -o outro, Edmundo, fez o 150º jogo pelo Palmeiras, mas saiu apagado no segundo tempo-, Luxemburgo contou sua versão para a vitória dispensando termos como nó tático.
"Não tem duelo tático, tem trabalho. Ele analisou a minha equipe, eu analisei a dele, e vi que ele ia jogar com uma zaga [Gamarra e Daniel] que estava inativa e ia sentir. Por isso, eu botei velocidade em cima deles e, no segundo tempo, tirei um zagueiro e botei mais um atacante", declarou.
O jogo começou mesmo sem centroavantes clássicos de lado a lado, já que Edmundo e Marcinho eram a dupla palmeirense. E as finalizações, coincidência ou não, eram quase sempre erradas.
No jogo todo, o Palmeiras concluiu 12 vezes ao gol do rival, e acertou apenas três vezes, enquanto o Santos, de 21 finalizações, teve precisão em só seis.
Desde o início, o Santos apostou em lançamentos para ligar defesa e ataque. Já o time de Leão saía em troca de passes em busca do gol. Aos 20min, o Palmeiras equilibrou o jogo, após levar três sustos em arremates de Geílson e Cléber Santana -que acertou a trave. E, se não fosse Maldonado, preciso nos desarmes e cirúrgico ao tirar a bola em lances na sua área, a vantagem seria alviverde.
"O primeiro tempo foi do Palmeiras, o segundo foi do Santos", analisou com propriedade Juninho, ao fim do clássico.
O segundo tempo começou com o Santos a toda. Além da entrada de Léo Lima, Luxemburgo tirou o zagueiro Ronaldo para a entrada de Reinaldo. Leão respondeu com o centroavante Washington no lugar de Ricardinho, mas não foi suficiente.
Antes dos 15min, o gol de Sérgio fora ameaçado três vezes, com Maldonado, no pênalti claro que Geílson sofreu de Márcio Careca e num chute de Tabata, que foi salvo por Gamarra na linha.
Mas o erro crônico nas conclusões impediu que o Santos chegasse à vantagem antes do pênalti que Léo Lima bateu. Agora o líder vai a Campinas pegar o Guarani. Já o Palmeiras recebe o América.


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