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FUTEBOL
Torcida festeja Nilmar e Mascherano e xinga técnico no 1 a 1 com o Marília
Corinthians sucumbe aos 47min, e Lopes vira "burro"
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um gol aos 47min do segundo
tempo tirou do Corinthians a
chance de chegar a vice-liderança
do Paulista e revoltou a torcida,
que atacou Antônio Lopes. Aos
gritos de "burro", o treinador deixou o gramado após empate por 1
a 1 com o Marília ontem à noite.
Minutos antes, o lateral-direito
Bruno acertou, com o pé esquerdo, um belo chute no ângulo do
goleiro chileno Johnny Herrera.
O gol premiou o time do interior, que criou as melhores chances durante o jogo e puniu um
apático Corinthians, que se limitou a segurar o 1 a 0.
"A manifestação da torcida é
normal. É a cultura do futebol.
Não seguramos o resultado. Foi
uma noite ruim", afirmou Lopes.
"Fizemos uma péssima partida,
tanto na parte técnica como na
parte tática, e não merecíamos
vencer", disse ele, que poupou Tevez, Ricardinho e Gustavo Nery.
"O pessoal está xingando o Lopes. Mas que culpa ele tem que o
cara acertou um chute daquele? E
nem canhoto ele é", defendeu o
zagueiro Betão.
O meia Rosinei reclamou dos
colegas e disse que o time foi individualista. "Acho que faltou companheirismo, tocar a bola para o
jogador melhor colocado. Temos
só que lamentar essa derrota."
O jogo de ontem encerrou uma
série de quatro partidas contra
equipes modestas em que o Corinthians obteve três vitórias.
Com o resultado, o time alvinegro
foi a 25 pontos, na quarta colocação, seis atrás do líder Santos.
A partir de hoje, a equipe inicia
semana decisiva tanto na Libertadores como no Paulista. Quinta
enfrenta o Tigres, pela Libertadores, e domingo tem o clássico com
o São Paulo pelo Paulista.
O Corinthians passou apuros
desde o início do jogo. A torcida
parecia prever a dificuldade nas
vaias a Lopes quando foi anunciada a escalação. O treinador, a pedido de Rosinei, pôs Coelho na lateral direita. Segundo ele, o meia
se recusou a atuar naquele setor e
quer disputar vaga no meio-campo. No segundo tempo, porém,
Lopes o colocou na lateral.
O que se via em campo era um
time confuso. Os meias, Carlos
Alberto e Roger, bem marcados,
não conseguiam fazer o time jogar. A defesa, então, parecia uma
peneira. Marcus Vinícius ocupou
o lugar de Marinho, que se contundiu na véspera da partida.
O Marília passava com muita facilidade pelos sonolentos defensores rivais, mas errava os chutes.
Perdeu dois gols feitos.
A torcida, enfurecida, cobrava
Lopes. Mas aquele que vestiu a capa de herói corintiano em 2006
apaziguou os ânimos. Nilmar,
ovacionado antes do jogo aos gritos de "seleção", aproveitou cruzamento de Rafael Moura e, de
cabeça, transformou a ira em festa. Apesar de incendiar os torcedores, o gol não despertou o time.
E o Marília seguia atacando.
A torcida só voltou a comemorar quando Mascherano entrou
em campo no lugar de Wendel.
Desde 10 de agosto do ano passado sem atuar por causa de fratura no pé, o argentino deu mais
equilíbrio ao sistema defensivo.
A entrada do volante, entretanto, não fez o futebol corintiano
melhorar. Na verdade, as coisas
pioraram quando Carlos Alberto
acertou cotovelada em Zumbi,
que revidou com um chute. Os
dois receberam cartão vermelho.
A cinzenta noite corintiana foi
completada com o gol de Bruno.
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