São Paulo, segunda-feira, 06 de março de 2006

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FUTEBOL

Torcida festeja Nilmar e Mascherano e xinga técnico no 1 a 1 com o Marília

Corinthians sucumbe aos 47min, e Lopes vira "burro"

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um gol aos 47min do segundo tempo tirou do Corinthians a chance de chegar a vice-liderança do Paulista e revoltou a torcida, que atacou Antônio Lopes. Aos gritos de "burro", o treinador deixou o gramado após empate por 1 a 1 com o Marília ontem à noite.
Minutos antes, o lateral-direito Bruno acertou, com o pé esquerdo, um belo chute no ângulo do goleiro chileno Johnny Herrera.
O gol premiou o time do interior, que criou as melhores chances durante o jogo e puniu um apático Corinthians, que se limitou a segurar o 1 a 0.
"A manifestação da torcida é normal. É a cultura do futebol. Não seguramos o resultado. Foi uma noite ruim", afirmou Lopes. "Fizemos uma péssima partida, tanto na parte técnica como na parte tática, e não merecíamos vencer", disse ele, que poupou Tevez, Ricardinho e Gustavo Nery.
"O pessoal está xingando o Lopes. Mas que culpa ele tem que o cara acertou um chute daquele? E nem canhoto ele é", defendeu o zagueiro Betão.
O meia Rosinei reclamou dos colegas e disse que o time foi individualista. "Acho que faltou companheirismo, tocar a bola para o jogador melhor colocado. Temos só que lamentar essa derrota."
O jogo de ontem encerrou uma série de quatro partidas contra equipes modestas em que o Corinthians obteve três vitórias. Com o resultado, o time alvinegro foi a 25 pontos, na quarta colocação, seis atrás do líder Santos.
A partir de hoje, a equipe inicia semana decisiva tanto na Libertadores como no Paulista. Quinta enfrenta o Tigres, pela Libertadores, e domingo tem o clássico com o São Paulo pelo Paulista.
O Corinthians passou apuros desde o início do jogo. A torcida parecia prever a dificuldade nas vaias a Lopes quando foi anunciada a escalação. O treinador, a pedido de Rosinei, pôs Coelho na lateral direita. Segundo ele, o meia se recusou a atuar naquele setor e quer disputar vaga no meio-campo. No segundo tempo, porém, Lopes o colocou na lateral.
O que se via em campo era um time confuso. Os meias, Carlos Alberto e Roger, bem marcados, não conseguiam fazer o time jogar. A defesa, então, parecia uma peneira. Marcus Vinícius ocupou o lugar de Marinho, que se contundiu na véspera da partida.
O Marília passava com muita facilidade pelos sonolentos defensores rivais, mas errava os chutes. Perdeu dois gols feitos.
A torcida, enfurecida, cobrava Lopes. Mas aquele que vestiu a capa de herói corintiano em 2006 apaziguou os ânimos. Nilmar, ovacionado antes do jogo aos gritos de "seleção", aproveitou cruzamento de Rafael Moura e, de cabeça, transformou a ira em festa. Apesar de incendiar os torcedores, o gol não despertou o time. E o Marília seguia atacando.
A torcida só voltou a comemorar quando Mascherano entrou em campo no lugar de Wendel.
Desde 10 de agosto do ano passado sem atuar por causa de fratura no pé, o argentino deu mais equilíbrio ao sistema defensivo.
A entrada do volante, entretanto, não fez o futebol corintiano melhorar. Na verdade, as coisas pioraram quando Carlos Alberto acertou cotovelada em Zumbi, que revidou com um chute. Os dois receberam cartão vermelho. A cinzenta noite corintiana foi completada com o gol de Bruno.


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