São Paulo, terça-feira, 06 de março de 2007

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Corinthians, de novo, perde Nilmar

Exame constata ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo do atleta, que tivera mesma lesão no direito

Time promete pagar salários no afastamento, quer prorrogar contrato mais uma vez e já se prepara para retomar as discussões

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O joelho novamente traiu Nilmar, e o atacante de 22 anos ficará fora dos gramados por pelo menos seis meses.
A lesão, uma ruptura do ligamento cruzado anterior, é exatamente a mesma sofrida pelo atleta em 16 de julho do ano passado. Quis o destino que o novo drama dele ocorresse também em um clássico contra o arqui-rival Palmeiras.
A diferença é que, desta vez, foi o joelho esquerdo, não o direito, operado no ano passado.
"Tivemos cinco casos aqui em 2006. Não é uma coisa que podemos encontrar uma causa. É mais uma fatalidade", analisou o médico corintiano, Paulo de Faria, citando Marquinhos, Marcus Vinícius, Rafael Fefo, Rafael Silva e Fabrício.
Nilmar, que ficou 261 dias sem jogar, passará agora por outro difícil período de recuperação. Ele será operado na próxima semana pelo médico José Luiz Runco, do Flamengo e da seleção brasileira, o mesmo que fez a primeira cirurgia. Fábio Novi, médico corintiano, acompanhará o procedimento.
Anteontem, após ter virado o joelho durante uma jogada no clássico, Nilmar deixou o Morumbi aos prantos. Ontem, passou por ressonância magnética pela manhã e, à tarde, ficou em seu apartamento na capital.
Recebeu telefonemas de apoio de alguns companheiros, como Amoroso e Marcelo.
"Hoje [ontem] ele estava melhor. Ele viu que, embora seja um fato raro, são coisas que acontecem com jogadores", explicou Faria, que citou casos semelhantes ao de Nilmar, como o do vascaíno Leandro Amaral e o do santista Pedrinho.
A nova contusão irá abrir uma nova rodada de negociações sobre o contrato de trabalho de Nilmar com o clube.
Respaldado por uma liminar, o Corinthians tem vínculo com o atleta até o final deste ano. Antes da lesão, o estafe de Nilmar queria o fim da ação judicial e a homologação de acordo para levar o contrato até o final de junho deste ano.
"Nós vamos pagá-lo até o final do ano, mas queremos a prorrogação do contrato por um ano", disse, de Londres, Renato Duprat, atual homem forte do futebol corintiano.
"Se ele nos fizer essa proposta, vamos analisá-la", afirmou André Ribeiro, advogado do atleta. "Mas uma coisa é certa. Não haverá o mesmo imbróglio da primeira vez. Precisamos priorizar a recuperação do Nilmar", completou.
Uma reunião entre as partes está prevista para ocorrer na próxima terça-feira.
Ontem, dirigentes do clube defenderam que Nilmar tenha um acompanhamento psicológico. Mas, por enquanto, está descartada a contratação de um psicólogo pelos corintianos.
"O Nilmar tem uma estrutura muito boa para superar essas dificuldades. E já demonstrou isso", acredita Ribeiro.
Quando sofreu a lesão no clássico, o atleta ficou no banco de reservas e recebeu apoio.
"O momento mais agudo foi quando vi a extensão do problema. Preferi deixá-lo no banco de reservas para que ele não ficasse sozinho no vestiário", contou Faria.


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