CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A MADRI

Em noite que prometia ser da superestrela Robinho, foi o humilde Taddei o brasileiro que brilhou em pleno Santiago Bernabéu no 2 a 1 da Roma sobre o Real Madrid, que tirou o campeão espanhol da Copa dos Campeões, o mais charmoso torneio de futebol do mundo.
Taddei subiu sozinho quase na área, sem que o argentino Heinze o acompanhasse, para calar o Bernabéu, aos 28 minutos do segundo tempo. Não adiantava nada, àquela altura, o empate dois minutos depois, gol de Raúl em impedimento, após passe de Robinho. O 1 a 1 eliminava o Madrid, que caíra em Roma (2 a 1).
O time da casa jogava tão mal, tão sem imaginação, com tão poucas ameaças sérias ao gol defendido pelo brasileiro Doni, que a torcida desanimara muito antes. Quando começou o segundo tempo, ainda com 0 a 0, houve o seguinte diálogo entre dois torcedores da tribuna VIP:
"Basta que o Madrid marque um gol para mudar toda a história do jogo", disse um.
"Sim, basta para mais 45 minutos de sofrimento".
Premonitório o torcedor pessimista.
A Roma ainda machucou mais a torcida madridista com um gol nos acréscimos (Vucinic), desnecessário para sacramentar a eliminação do Real, o segundo espanhol a cair no torneio (o Sevilla fora o primeiro, anteontem). Resta o Barcelona.
Pelo menos na tribuna VIP, a vítima preferida das crueldades dos torcedores irritados foi outro brasileiro, Júlio Baptista, constantemente chamado de "bestia". Não como elogio (foi o apelido que ganhou no Sevilla), mas como ofensa mesmo.
Quando Baptista errou feio um passe, já com 1 a 0 para a Roma, José Carlos Rodríguez ironizou: "É igual ao Messi [hoje o maior ídolo do rival Barcelona], pequeno e branco".
No final, quem mais comemorou o triunfo e a eliminação do time espanhol foi Cicinho, que o Madrid deportou para a Roma. Vingança no Bernabéu tem outro sabor.


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